Artigo publicado no J. Coloproctol. (Rio J.) vol.36 no.3 Rio de Janeiro Jul./Set. 2016
Katia M. Ladeira, Sandra Fátima Fernandes Martins
RESUMO
Introdução:
O câncer colorretal (CCR) ocupa o terceiro lugar em termos de frequência e, além disso, é a segunda causa principal de morte nos países ocidentais. Em Portugal, no norte, CCR surge como o segundo câncer mais comum. A presença de metástase aos linfonodos é preditor importante de sobrevida em geral e de sobrevida livre da doença; vários estudos recomendam a avaliação de pelo menos 12–14 linfonodos regionais, pois tal procedimento contribui para aprimorar o estadiamento do câncer e os desfechos para os pacientes.
Objetivos:
Caracterização epidemiológica da população estudada e identificação de possível relação entre o número de linfonodos avaliados no espécime cirúrgico e sobrevida.
Métodos:
Estudo de 1.065 pacientes com CCR, submetidos à ressecção cirúrgica entre 1 de janeiro de 2000 e 31 de agosto de 2012 em um hospital em Braga.
Discussão/Conclusão:
Os resultados da caracterização epidemiológica dessa população coincidem com os resultados descritos na literatura. Foi observada uma correlação significativa entre idade, tamanho do tumor, invasão da serosa, diferenciação, penetração tumoral, invasão venosa e linfática, metástase, estágio TNM e número de linfonodos avaliados. Mas não observamos uma correlação estatisticamente significativa entre sobrevida do paciente e número de linfonodos avaliados (p>0,05). Uma explicação possível é a prática dos oncologistas, que tratam pacientes com menos de 12 nodos identificados no espécime cirúrgico como “N-positivos”, prosseguindo com terapia adjuvante. Uma coleta mais apropriada e uma análise cuidadosa dos linfonodos resultaria em um estadiamento mais preciso, evitando o tratamento excessivo e os efeitos colaterais associados, além de permitir um tratamento com melhor custo-benefício para os recursos hospitalares em pacientes realmente N0.
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