CONGRESSO BRASILEIRO DE COLOPROCTOLOGIA
RAIMUNDO PESSOA VIEIRA - TSBCP


ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 POR VIA PARENTERAL: IMPACTO NO TRATAMENTO DE COLITE AGUDA EXPERIMENTAL

Fábio Guilherme Campos _ TSBCP
Dan Linetzky Waitzberg
Angela Logulo
Raquel Susana Torrinhas
Caio Plopper
Ricardo Terra
William Teixeira
Daniel Andrade
Celso Cukier
Angelita Habr-Gama _ TSBCP

Trabalho apresentado no 49º Congresso Brasileiro de Coloproctologia para concorrer ao prêmio Pitanga Santos.


CAMPOS FG, WAITZBERG DL, LOGULO A, TORRINHAS RS, PLOPPER C, TERRA R, TEIXEIRA W, ANDRADE D, CUKIER C, HABR-GAMA A - Ácidos graxos ômega-3 por via parenteral: impacto no tratamento de colite aguda experimental. - Rev bras Coloproct, 2001; 21(1): 42-49.

RESUMO: Nos últimos anos, a literatura tem dedicado especial atenção aos efeitos imuno-moduladores de emulsões lipídicas (EL) enriquecidas com óleo de peixe (FO) sobre processos inflamatórios. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da administração parenteral de EL enriquecidas com ácidos graxos ômega-3 (AGn-3). em colite aguda experimental. MÉTODOS: Setenta e quatro ratos Wistar machos adultos foram randomizados em seis grupos submetidos a indução de colite com ácido acético a 10% ( exceto grupo CS). Os ratos foram alimentados com dieta oral sem gorduras ad libitum em gaiolas metabólicas individuais. Durante sete dias, os grupos controle CS (sem colite) e CC (com colite) receberam solução fisiológica e os outros grupos, EL específicas por catéter venoso central (0,5 ml/hora). As composições lipídicas e as razões entre AGn-3 e AGn-6 dos grupos foram: grupo L -1:7,7 (TCL; n=12), M- 1:7,0 (TCMnCL; n=12), LW-3 -1:4,5 (TCL + FO; n=12) e MW-3 -1 :3,0 (TCM/TCL + FO; n=13). Os ratos foram avaliados quanto à ocorrência de diarréia, relação ingestão/peso, as alterações na cavidade abdominal (dilatação e espessamento da parede intestinal, mesenterite, aderências de epíplon ou do intestino delgado), celularidade de macrófagos (por imuno-histoquímica), alterações histológicas, e concentrações de leucotrienos (LTB4 e C4), prostaglandina (pGE2) e tromboxane (TXB2) no cólon (por ensaio imuno-enzimático). RESULTADOS: os grupos M, MW-3 e LW-3 apresentaram maior número de ratos com fezes normais que o grupo não tratado (CC). Os ratos MW-3 foram os únicos cuja média de ingestão/peso não diferiu do grupo CS e foi superior a CC. Somente os animais que receberam suplementação com AGn-3 (LW-3 e MW-3) apresentaram menor número de alterações inflamatórias em comparação aos ratos CC. A formação de úlceras da mucosa intestinal do grupo MW-3 equiparou-se ao grupo sem colite (CS). Somente os grupos CS, M e MW-3 apresentaram escores I de celularidade de macrófagos inferiores ao grupo CC. Em relação às dosagens de mediadores inflamatórios, não houve diferença estatística quanto às médias de L TC4 entre os grupos. Em comparação ao grupo CC, foram menores as concentrações teciduais de LTB4 dos grupos CS, LW-3 e MW-3, de PGE2 dos grupos CS, M e MW-3 e de TXB2 dos grupos CS e MW-3. 

CONCLUSÕES: 1) EL contendo TCL com razão n-3/n-6 de 1: 7,7 não modificam as manifestações clínicas e inflamatórias da colite; 2) EL enriquecidas com AGn-3 reduzem a diarréia, preservam a relação ingestão/peso, atenuam as conseqüências morfológicas e diminuem as concentrações teciduais de mediadores inflamatórios; 3) EL contendo TCM/TCL e com razão n-3/n-6 de I :3 determinam maior impacto na redução das repercussões clínicas, morfológicas e inflamatórias da colite e na diminuição das concentrações dos eicosanóides no cólon.

Unitermos: Doenças Inflamatórias Intestinais, Colite Ulcerativa, Lipídios, Ácidos Graxos Polinsaturados ômega-3, Mediadores Inflamatórios, Emulsão Lipídica.

INTRODUÇÃO
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são afecções de etiologia ainda não claramente definida, em cuja patogenia estão envolvidos fatores genéticos, ambientais e imunológicos (Rutgeerts, 1998; Sartor, 1997).
    Drogas anti-inflamatórias e imunossupressoras constituem a base do tratamento das Dll. Entretanto, a terapêutica clínica não controla a doença em definitivo, não evita recidivas, é dispendiosa e ocasionalmente determina efeitos colaterais que limitam a qualidade de vida dos pacientes (Habr-Gama, 1994; Teixeira et aI, 1993).
    A terapia nutricional pode ser necessária em diferentes fases evolutivas da doença para recuperar o estado nutricional e/ou controlar doença ativa. Reconhece-se, atualmente, que a formulação racional de nutrientes a serem fornecidos deve levar em conta os diversos mecanismos envolvidos na etiopatogenia das Dll, tornando- se necessário incluir aqueles que forneçam calorias, despertem pouco estimulo antigênico e tenham a capacidade de modular processos inflamatórios (Campos et al., 1998; Carpentier et al., 1997; Hayashi et aI, 1998; Schreiber, 1998).
    Em relação ao uso de lípides em nutrição enteral ou parenteral, a otimização de regimes nutricionais que empregam emulsões lipídicas (EL ) deve focalizar a proporção entre ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (AGn-3) e ômega-6 (AGn- 6) e a dimensão da cadeia de triglicérides (FUrst, 1994). Desde os estudos epidemiológicos realizados em esquimós na Noruega, diversos efeitos potenciais da suplementação alimentar com óleo de peixe têm sido reportados, destacando-se a modulação de processos inflamatórios e imunológicos (Alexander, 1998; Morlion et aI, 1997). Os AGn-3 são encontrados principalmente nos óleos de canola e de peixe, sendo representados pelo EPA (eisosapentaenoic acid) e DHA (docosahexaenoic acid), que são incorporados pelas membranas celulares em humanos.
    Em humanos e em animais de experimentação, a suplementação de AGn-3 estabelece uma competição extracelu1ar com o ácido araquidônico (AGn-6) na via da 5-lipoxigenase, suprimindo a formação de mediadores pró-inflamatórios dele derivados (prostaglandinas e tromboxanes da série dois e de leucotrienos da série quatro) e aumentando a produção de mediadores com menor potencial inflamatório (Calder, 1996; Ropper; Phipps, 1994).
    O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da administração endovenosa de diferentes EL em ratos com colite inflamatória experimental induzida por ácido acético, avaliando-se as repercussões clínicas, as alterações histológicas, inflamatórias e a produção de eicosanóides. Serão analisados, mais especificamente, eventuais benefícios propiciados pela composição lipídica das emulsões em relação à presença de triglicérides de cadeia média, de cadeia longa e à proporção existente entre ácidos graxos ômega-3 e ômega-6.

MATERIAL E MÉTODOS
   
Foram utilizados 74 ratos Wistar, machos, adultos, com peso entre 200 e 220 gramas, mantidos em gaiolas metabólicas individuais onde receberam dieta oral padronizada sem gorduras ad libitum. No primeiro dia os ratos foram anestesiados para inoculação via endoanal de solução fisiológica (grupo CS) ou solução de ácido acético a 10% (demais grupos), e passaram a receber solução fisiológica por catéter venoso central em veia jugular externa por 48 horas. Após este período, os animais receberam infusão endovenosa (0,5 ml por hora) de soro fisiológico (grupos- controle CS e CC) ou emulsões lipidicas a 10% (grupos L, M, LW-3 e MW-3). Após sete dias completos de infusão parenteral, todos os ratos foram submetidos a ressecção do cólon para realização dos estudos propostos e sacrificados.
    Os grupos experimentais receberam EL com diferentes relações n-3/n-6 e foram denominados conforme a solução injetada via retal e a infusão parenteral (Tabela 1). Utilizaram-se EL a 10% para fornecer triglicérides de cadeia longa (TCL), de cadeia média (TCM) e óleo de peixe aos grupos L, LW-3, M e MW-3. Foram utilizadas as EL Lipovenõs, Lipofundin MCT/LCT e Omegavenõs.

Tabela 1: Denominação, infusões retal e parenteral e razões n-3/n-6 em cada grupo experimental.
Grupos  Número  Infusão retal Infusão parenteral Razão
  de ratos       n-3/n-6
SC  12  SF  SF  -
CC  13 AA 10% SF  -
12  AA 10% Lipofundin  1 : 7,0
M-W3 13  AA 10% Lipofundin e Omegavenös 1 : 3,0
L 12  AA 10% Lipovenös  1 : 7,7
L-W3 12  AA 10% Lipovenös e Omegavenös 1 : 4,5
AA = ácido acético, SF = solução fisiológica

      A avaliação dos animais foi feita por dados clínicos (diarréia e relação ingestão/peso diário), por alterações na cavidade peritonial à laparotomia (dilatação e espessamento da parede intestinal, aderências com intestino delgado ou com epíplon e mesenterite), pela análise histológica do cólon (presença de úlceras), por análise histoquimica da celularidade de macrófagos e por radioimunoensaio (dosagens teciduais de mediadores da inflamação -leucotrienos -L TB e L TC- da série 4, prostaglandinas -PGE- da série 2 e tromboxane- TX- da série 2).
    A celularidade de macrófagos foi apresentada em escores de inflamação representado três características: quantidade, distribuição e localização em relação à membrana basal. Diferentes valores foram atribuídos a essas variáveis para discriminar seu papel nos escores finais. De acordo com o critério utilizado, a presença de macrófagos variou de 5 a 10 (Tabela 2).

Tabela 2: Celularidade dos macrófagos. Escores relacionados às variáveis quantidade, distribuição e localização em relação à membrana basal.
Quantidade  Distribuição  Localização
valor = 2 valor = 1 valor = 2
Pequena = 1 Grande = 2 Isolados = 1 Agrupados= 2 Abaixo= 1 Acima = 2
Escore final Escore final Escore final Escore final Escore final Escore final
2xl=2 2x2=4 lxl=l lx2=2 2xl=2 2x2=4
MB. = membrana basal

RESULTADOS
Os resultados da análise estatística dos diversos parâmetros avaliados são apresentados nas Tabelas 3 e 4. Quanto à diarréia os grupos M, MW-3 e LW-3 apresentaram maior número de animais com fezes normais que o grupo CC. MW-3 foi o único grupo tratado cuja relação ingestão/peso não diferiu de CS e foi superior à do grupo CC. Os ratos que receberam suplementação com AGn-3 (LW-3 e MW-3) apresentaram menos alterações inflamatórias que o grupo CC. A formação de úlceras no grupo MW-3 foi a única comparável ao grupo controle sem colite (CS), e somente os ratos CS, M e MW-3 tiveram menor celularidade de macrófagos em relação a CC.
    Em comparação ao grupo CC, encontraram-se médias menores de L TB4 nos ratos CS, LW-3 e MW-3, de PGE2 nos grupos CS, M e MW-3, e de TXB2 nos grupos CS e MW-3. As médias de LTC4 não diferiram entre os grupos.

Tabela 3: Resultados das variáveis estudadas nos grupos experimentais.
Variáveis  Grupos CS  CC  L LW-3 MW-3
Fezes   normal (n) 12 5 8 12 11 11
    alterado (n) 0 8 4 0 1 2
Ingestão   média  137,7 106,8 104,0 92,6 104,9 129,8
I Peso dp 21,1 24,9 30,0 21,7 21,0 26,5
Alterações média 0,0 2,7 2,5 1,1 2,0 0,9
abdominais dp 0,0 1,8 1,9 1,6 1,4 1,7
Úlcera na presente (n) 0 10 8 5 5 3
Mucosa ausente (n) 12 3 4 7 7 10
Celularidade média 5,1 9,07 8,25 8,58 7,16 6,84
   dp 0,3 2,21 1,71 1,78 1,64 1,72
LTB4 (ng/g) média 58,3 341,4 192,3 41,4 171,5 83,9
   dp 58,2 361,5 202,5 86,0 176,0 133,2
LTC4 (ng/g) média 16,2 40,5 32,2 99,9 18,8 23,6
    dp 9,6 27,0 23,0 226,6 11,9 24,5
PGE2 (pg/g) média 1626,7 7660,6 2553,7 3138,4 2148,6 2235,8
    dp 1378,2 8067,4 2584,8 3186,5 1423,4 1681,5
TXB2 (pg/g) média 807,5 6416,4 1578,7 902,5 940,8 709,4
    dp 460,4 10235,3 1676,0 475,5 657,2 254,0
DP = desvio padrão

 

Tabela 4: Análise Estatistica e Valores de p em cada variável.
Variáveis  Análises Estatística Valor do p
Fezes CC < CS; LW-3; M; MW-3 p = 0,0002 *
   CS>L   
    L < LW-3   
Relação Ingestão/Peso CC < MW-3 p = 0,00000l *
    CS > CC, L, LW-3, M    
    MW-3 > CC, L, LW-3, M    
A1terações Inflamatórias CC > CS, LW-3, MW-3 p = 0,0009 *
    CS < L, LW-3, M, MW-3    
    L > MW-3    
Celularidade dos Macrófagos CC > CS, M, MW-3 p = 0,00003 *
    CS < L, LW-3, M, MW-3    
Ulceras à histologia CC > CS, MW-3 p = 0,001 *
    CS < L, LW-3, M    
Leucotrieno B4 CC > CS p = 0,0017 *
    LW-3, MW-3    
Leucotrieno C4 Sem diferença p = 0,3375
Prostaglandina E2 CC > CS, M, MW-3 p = 0,0049 *
Tromboxane B2 CC > CS, MW-3 p = 0,0138 *

  

DISCUSSÃO
Modelos experimentais de colite têm sido largamente utilizados para estudar a patogênese e tratamento das Dll (Sartor, 1997). A colite induzida por enema de ácido acético em animais de pequeno porte é método simples, barato e reproduzível (MacPherson; Pfeifer, 1978; Moraes, 1987; 1989), apresentando siImilaridades com Dll em humanos quanto a aspectos histológicos e metabólicos relacionados ao ácido araquidônico (Lowe et al, 1993; Sharon; Stenson, 1985).
    No presente estudo, os grupos não tratados (CS e CC) apresentaram diferenças em quase todas as variáveis estudadas, indicando que a inflamação induzida pelo ácido acético foi efetiva diferenciando claramente ambos grupos.
    Dados da literatura indicam que o controle de sintomas relativos às DII pela provisão de AGn-3 em algumas séries clínicas (AImallah et al., 1998; Grimminger et al., 1993a; McCaIl et al., 1989; Salomon et aI., 1990) seja resultado da diminuição da inflamação intestinal e melhora da perfusão associada com o óleo de peixe (pomposeIli et aI. , 1990; Pscheidl et al., 1992; Pscheidl; Bõke-Prõls, 1997).
    Redução na ingestão alimentar, diarréia e perda de peso são sintomas comuns em pacientes com Dll e são facilmente mensurados em animais mantidos em gaiolas metabólicas. O grupo L foi o único grupo tratado com EL em que o número de ratos com fezes normais foi menor que o grupo CC, indicando que EL contendo apenas TCL não exerce efeito anti-inflamatório na mucosa. Por outro lado, os resultados observados no grupo LW-3 indicam que a suplementação com AGn-3 melhora a função intestinal quanto à diarréia.
    A anorexia é considerada uma característica da resposta metabólica à elevação de citocinas pró-inflamatórias em ratos com colite (Grimble, 1998), e atualmente se reconhece que enquanto os AGn-3 reduzem esta resposta, os AGn-6 apresentam efeito oposto (Alexander, 1998; Meydani, 1996). Além disso, tem sido proposto que, em situações de trauma, sépsis e inflamação, os TCM promovem economia protéica mais efetiva do que TCL devido à sua oxidação rápida e completa, permitindo que os aminoácidos sejam usados na síntese protéica e não como fonte calórica (Jiang et al, 1993).
    Esses dados nos levam a inferir que os ratos MW-3 preservaram a relação ingestão/peso devido a menor anorexia e catabolismo protéico neste grupo, fato que enfatiza os beneficios potenciais desta formulação contendo TCM/TCL suplementada com óleo de peixe na colite aguda.
    Do mesmo modo, a observação de menos alterações inflamatórias à laparotomia nos grupos que receberam AGn-3 (LW-3 e MW-3) sugere que essas EL reduzem as conseqüências e a intensidade do processo inflamatório intestinal. Inui et aI (1996a; 1996b) também observaram menor espessamento da parede intestinal de ratos com colite por INES tratados por 7 dias com NPT associada a EL rica em AGn-3.
    Na avaliação histológica constatou-se que os ratos tratados com TCMn'CL + óleo de peixe (MW-3) apresentaram menor formação de úlceras, não ocorrendo o mesmo no grupo LW-3. Tal fato encontra respaldo no fato de que as propriedades fisico-químicas dos TCM fazem das misturas TCM/TCL (1: 1) uma opção melhor em terapia nutricional (Carpentier et al., 1997), uma vez que são rapidamente depuradas, melhoram as funções imunológicas e têm efeitos imunomoduladores sobre células inflamatórias (Richelle et al., 1997; Smirniotis et al., 1998).
    A preservação da estrutura morfológica e as vantagens das EL com AGn-3 também foram demonstradas em estudos esperimentais em colite por TNBS (Inui et al, 1996b; Shoda et al, 1995), colite induzida por DSS (Marotta et al, 1995) e em estudo multicêntrico, randomizado e controlado em que pacientes com colite ulcerativa foram tratados com EP A por 8 meses (Stenson et al, 1992).
    Macrófagos (Me) intestinais desempenham importante papel nos processos inflamatórios da mucosa intestinal (Rogler et al, 1997). No presente trabalho, o recrutamento de M0 foi representado por escores de inflamação, atribuindo-se valores maiores a alterações que expressassem maior gravidade do fenômeno. Critérios de escores têm sido utilizados para estimar a magnitude de inflamação intestinal (Grisham et al., 1994; Vilaseca et al., 1990).
    Na presente investigação, os escores dos grupos M e MW-3 foram os únicos menores que do grupo CC, indicando que as EL com TCMn'CL determinaram processo inflamatório menos intenso, com menor recrutamento de M0. Dados da literatura indicam que fórmulas ricas em TCL n-6 têm efeitos imuno-supressores, determinando inibição das funções de células inflamatórias e imunológicas (Cukier et al, 1997; Gelas et al, 1998). Isto pode afetar a síntese de eicosanóides e citocinas, resultando em maior dano tecidual quando comparadas a emulsões que contenham misturas de TCMn'CL, uma vez que os TCM não influem na síntese de eicosanóides e radicais livres de oxigênio (UIrich et al, 1996). Além disso, a maior proporção de AGn-3 no grupo MW-3 pode modificar a síntese de mediadores da inflamação, estimulando mecanismos de defesa celular e resultando em menos quimiotaxia e aderência celular (Grimm et aI, 1998; Morlion et al, 1996; 1997).
    A suplementação com AGn-3 cria uma competição entre EP A e AA como precursores da síntese de eicosanóides. Esta competição favorece a síntese de PG e LT das séries 3 e 5, respectivamente, em detrimento de PG e TX da série 2 e LT da série 4 (Schmidt; Dyerberg, 1994). Na presente investigação, a provisão de AGn-3 reduziu as concentrações de L TB4 na mucosa em comparação com os outros grupos. Entretanto, não se encontrou diferença quanto aos valores teciduais de L TC4 entre os grupos.
    LTB4 constituem potentes mediadores de várias funções dos PMN, modulando o recrutamento de leucócitos, amplificando a reação inflamatória, a permeabilidade vascular e o edema presente na mucosa (Samuelsson, 1983). Macrófagos são importante fonte dos eicosanóides PGE2, PGF 2a, PGI2 (Bailey, 1985) em resposta ao estímulo inflamatório e as PGE da série 2 promovem vasodilatação no leito mesentérico (Samuelsson, 1983).
    Níveis séricos e teciduais elevados de LT (B4, C4), PG (E2, F2a, F1) e TX (B2) foram encontrados em pacientes com Dll e em modelos de colite experimental, onde a concentração desses mediadores pode estar até cinqüenta vezes aumentada em relação a controles (Lauritsen et al, 1984; 1986; Sharon; Stenson, 1984).
    Demonstrou-se que os AGn-3 reduzem os níveis teciduais de L TB4 em pacientes com Dll (Grimmiger et al, 1993a; Inui et al, 1996a; Stenson et al, 1992) e em animais de laboratório (Guarner et al, 1992; Nieto et aI, 1998). Guarner et aI (1992) encontraram níveis reduzidos de PGF1, PGE2, TXB2, LTB4 e LTC4 e aumento de PGE3 e L TC5 em ratos com colite por TNBS alimentados com óleo de peixe. No estudo aqui apresentado, somente os grupos M e MW-3 apresentaram baixos níveis de PGE2 em comparação ao grupo CC.
    Os efeitos da dimensão da cadeia de triglicérides na produção de PGE2 se refletem na diferença entre os grupos MW-3 ou M em comparação a CC, diferença não encontrada entre LW-3 e CC, fato que se deve provavelmente à presença de TCM nos grupos MW-3 e M e à maior razão n-3/n-6 no grupo MW-3.
    Redução na concentração plasmática de TXB2 também foi observada com a provisão entera1 (Campbell et aI, 1997) ou parentera1 (Yeh et al, 1997) de AGn-3. Em nosso trabalho, observou-se esta aIteração apenas no grupo MW-3.
    Nas Dll, aIguns estudos iniciais sobre a suplementação oraI com AGn-3 por longos períodos obteve resultados contraditórios quanto à efetividade e remissão prolongada (Aslan; Triadafilopoulos, 1992; Greenfield et aI, 1993, Loeschke et al, 1996; Lorenz-Meyer et al, 1996). Ao mesmo tempo, estudos experimentais relataram melhora do padrão histológico, manutenção da permeabilidade intestinal e redução tecidua1 de mediadores derivados do ácido araquidônico (Guarner et al, 1992; Marotta et aI, 1995; Nieto et aI, 1998; Shoda et aI, 1995).
    Por outro lado, admite-se que a administração parenteral resulta em incorporação mais rápida (Grimminger et al, 1993a; 1993b), sugerindo que a infusão endovenosa permita um efeito farmacológico mais imediato que venha de encontro às necessidades metabólicas em diferentes situações cIínicas (Hayashi et aI, 1999; Morlion et al, 1997; Tashiro et al, 1998a). Esta vantagem levanta a possibilidade de se obter uma modulação mais efetiva com a via parenteral no manuseio da inflamação aguda, mesmo em tratamentos de curta duração.
    Ikehata et al (1992) reportaram aumento da relação Lm5/LTB4 após infusão de 0,6 gramas de EPA por 2 semanas. Grimrninger et al (1993a) relataram redução da atividade de coIite ulcerativa em mulher de 36 anos após 9 dias de tratamento com EL endovenosa (200 -300 ml/dia) contendo 4,2 g EPA e 4,2 g de DHA durante surto agudo. Trabalhos experimentais reportaram ganho de peso, melhora histológica, aumento da relação EPA/AA e supressão da produção de L TB4 em ratos com colite por TNBS tratados com NPT rica em ácido alpha-linolênico como fonte de AGn-3 (Inui et al, 1996a; 1996b ). Os efeitos moduladores podem variar na dependência do balanceamento entre as proporções de AG n-3/n-6 (Grimm et al, 1994; 1995; Hayashi et aI., 1999). Em pacientes submetidos a grande operações abdominais e nos internados em terapia intensiva, demonstrou-se que a relação 1:2 entre n-3/n-6 determinou a maior relação LTC5/LTC4 (Grimm et al, 1998; Morlion et al, 1997). Hoje se reconhece que proporções de 1:2 até 1:4 estão associadas a vantagens farmacológicas mais evidentes e menor efeito imuno-supressivo (Fürst, 1994; Kinsella et al, 1990).
    No presente estudo, a proporção entre AG n-3 e n-6 existente nas diferentes emulsões fornecidas aos grupos foi de: 1:7,7 (grupo L), 1:7,0 (grupo M), 1:4,5 (grupo LW-3) e 1: 3,0 (grupo MW-3). Nessas condições, não foi surpresa observar que apenas as emulsões enriquecidas com óleo de peixe tenham efetivamente modulado a inflamação intestinal neste modelo experimental de colite aguda.

CONCLUSÕES
Nas condições da presente investigação experimental, pode-se concluir que EL contendo TCL com razão n-3/n-6 de 1:7,7 não modifica as manifestações clínicas e inflamatórias da colite. Por outro lado, EL enriquecidas com AGn-3 reduzem a diarréia, atenuam as consequências morfológicas e diminuem as concentrações teciduais de eicosanóides. Dessas emulsões, a associação de TCM/TCL com óleo de peixe com razão n-3/n-6 de 1:3 determinou maior impacto benéfico nos resultados analisados.
    Dessa maneira, o manuseio de inflamação intestinal com nutrientes imunomoduladores apresenta perspectivas interessantes e promissoras. Apesar disso, esta modalidade terapêutica ainda necessita que novos estudos prospectivos, randomizados e controlados que avaliem outras variáveis como a dimensão da cadeia de triglicérides, a duração do tratamento, diferentes proporções entre AGn-3 e n-6 e a associação com outros nutrientes com propriedades imunomoduladoras.
    Até o momento, não há dados suficientes sobre sua real eficácia, custos, riscos e efeitos colaterais, não se tendo avaliado, também, a possibilidade de utilizar óleo de peixe em todos pacientes com DII. Este trabalho e a revisão da literatura pertinente sugerem que a provisão parenteral de AGn-3 seria uma indicação melhor nas colites agudas do que o suprimento enteral para impedir a reativação de doença quiescente.

Parenteral Omega-3 Fatty Acids: Impact on Experimental Acute Colitis
PURPOSE: Literature has been granted special attention to the immunemodulator potential of lipid emulsions (LE) with fish oil (FO) on inflammatory processes. This work was undertaken to study the effects of LE enriched with omega-3 fatty acids (n-3 F A) in experimental acute colitis. METHODS: Seventy-four adult male Wistar rats were randomized in six groups that had 10% acetic acid-induced colitis (except CS). During seven days, control groups CS (without colitis) and CC (with colitis) received physiological solution and the others specific LE by a central venous catheter (0,5 ml/hour). The n-3/n-6 F A ratio and lipidic compositions were: group L -1:7,7 (LCT, n = 12), M- 1:7,0 (MCT and LCT, n = 12), LW-3 -1:4,5 (LCT plus FO, n = 12) and MW-3 -1:3,0 (MCT and LCT plus FO, n = 13). Rats were evaluated to assess diarrhea, ingestion/weight relation, abdominal and intestinal alterations, macrophage cellularity and colonic concentrations of LTB4, LTC4, Pge2 and TXB2. Results: M, MW-3 and LW-3 groups presented greater number of animaIs with normal feces than CC group. MW -3 was the only LE treated group which average dietary ingestion/body weight relation didn't differ from CS and was superior to CC group. N-3 FA treated rats (LW-3 and MW-3) presented less inflammatory abdominal alterations than CC rats. Mucosal ulcer formation in MW-3 group was the only comparable to CS group. Only CS, M and MW-3 rats presented smaller cellularity than CC group. Comparing to CC group, were found smaller averages of LTB4 in CS, LW-3 and MW-3 groups, of PGE2 in CS, M and MW-3 groups, and of TXB2 in CS and MW-3 groups. LTC4 averages were not different. CONCLUSIONS: 1) LCT -containing LE with n-3/n-6 ratio of 1: 7,7 don't modify clinical and inflammatory colitis derived manifestations; 2) n-3FA enriched LE reduce diarrhea, preserve ingestion/weight relation, attenuate morphological consequences and decrease colonic concentrations of inflammatory mediators; 3) MCT/LCT-containing LE with 1:3 n-3/n-6 ratio impels greater impact on the reduction of clinical, morphological and inflammatory colitis repercussions and on decreasing colonic eicosanoids concentrations.

[Key words: Inflammatory Bowel Diseases, Ulcerative Colitis, Lipids, N-3 Polyunsaturated Fatty Acids, Inflammatory Mediators, Fat Emulsion.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Alexander JW -Immunonutrition: the role of _ 3 fatty acids. Nutrition 14: 627- 33, 1998.
2. Almallah YZ, Richardson S, O'Hanrahan T, Mowat NA, Brunt PW, Sinclair TS, Ewen S, Heys SD, Erernin Distal procto-colitis, natural cytotoxicity and essential fatty acids. Arn J Gastroenterol 93: 804 -9, 1998.
3. Aslan, A.M.D, Triadafilopoulos, G.M.D. Fish oil fatty acid supplementation in active ulcerative colitis: a double-blind, placebo-controlled, crossover study. Am J Gastroenterol 87:4432-437 , 1992.
4. Calder PC. Immunomodulatory and the anti-inflamatory effects of n-e polyunsaturated fatty acids. Proc Nutr Soc, 55: 737-74, 1996.
5. Campbell JM, Fahey GC, Lichtensteiger CA, Demichele SJ, Garleb KA -An enteral formula containing fish oil, indigestible oligosaccharides, gum arabic and antioxidants affects plasma and colonic phospholipid fatty acid and prostaglandin profiles in pigs. J Nutr 127: 137- 45, 1997.
6. Campos FG, Waitzberg DL, Plopper C, Terra RM, Habr-Gama A- Ácidos graxos de cadeia curta e doenças colo-retais. Rev Bras Nutr Clin 13: 276- 85, 1998.
7. Carpentier, Y.A.; Simoens, C.; Siderova, V.; Vanweyenberg, V.; Eggerickx, D.; Deckelbaum, R.J. Recent developments in lipid emulsions: relevance to intensive care. Nutrition, v. 13, p. 73- 78, 1997. Supplement.
8. Cukier, C. -Efeitos da nutrição parenteral total contendo diferentes emulsões lipídicas sobre a fagocitose de macrófagos de ratos. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1995.
9. Cukier C, Waitzberg DL, Soares SR, Logullo AF, Bacchi CE, Travassos VH, Saldiva PH, Torrinhas RS, Oliveira TS -Effect of glucidic and fat total parenteral nutrition on macrophage phagocytosis in rats. Rev Hosp Clin Fac Med São Paulo 52: 239- 45, 1997.
10. Furst P -New parenteral substrates in clinical nutrition. Part II. New substrates in lipid nutrition. Eur J Clin Nutr48: 681-91,1994.
11. Gelas P, Cotte L, Poitevin-Later F, et al. Effect of parenteral medium - and long- chain triglycerides on lymphocytes subpopulations and functions in patients with acquired immunodeficiency syndrome: a prospective study. JPEN J Parenter Enteral Nutr, 22(2): 67-71, 1998.
12. Greenfield SM, Green A T , Teare JP , Jenkins AP , Punchard NA, Ainley CC, Thompson RP -A randomized controlled study of evening primrose oil and fish oil in ulcerative co1itis. Aliment Pharmacol Ther 7: 159 - 66, 1993.
13. Grimble RF. Nutritional modulation of cytokine biology. Nutrition 14: 634- 40, 1998.
14. Grimm H, Tibell A, Norrlind B, Blecher C, Wilker S, Schwemmle K -Imunoregulation by parenteral lipids: Impact of the n-3 to n-6 fatty acid ratio. J Parent Enteral Nutr 18: 417 -42, 1994.
15. Grimm H, Tibell A, Norrlind B, Schott J, Bohle RM -Nutrition and allorejection impact of lipids. Transplant Immunology 3: 61- 67, 1995.
16. Grimm H, Tibell A, Norrlind B, Schott J, Bohle RM, Papavassilis C, Fuhrer D, Mayer K, Grimminger F - Imunosuppressive effect of parenteral fat emulsions in defined immunostimulation. Infusionther Transfusionsmed 22: 110 -6, 1995.
17. Grimm H, Schott J, Schwemm1e K -Development of an immuno-neutral lipid emulsion for optimal postoperative management of intensive care patients. Langenbecks Arch Chir Kongressbd 115: 599 -604, 1998.
18. Grimminger F, Fiihrer D, Papavassilis C, Schlotzer E, Mayer K, Heuer K, Kiss L, Walrnrath D, Kramer HJ, Seeger W -Influence of intravenous n-3 lipid supplementation on fatty acids profiles and lipid mediator generation in patients with severe ulcerative colitis. Eur J Clin Invest 23: 706- 15, 1993a
19. Grimminger F, Mayser P, Papavassilis C, Thomas M, Schlotzer E, Heuer K, Fiihrer D, Walrnrath D, Schill WB, Seeger W -A double-blind, randomized, placebo-controlled trial of n-3 fatty acid based lipid infusion in acute, extended guttate psoriasis. Clin Investig 71: 634 -43, 1993b.
20. Grisham, M.B.; Specian, RD.; Zimmennan, T.E. Effects of nitric oxide inhibition on the pathophysiology observed in a model of chronic granulomatous colitis. J. Pharm. Exp. Ther., v. 271, p. 1114- 21, 1994.
21. Guamer F; Vilaseca J. & Malagelada J.R. -Dietary manipulation in experimental inflammatory bowel disease. Agents Actions, Special Conference Issue, 1992.
22. Habr-Gama A -Retocolite Ulcerativa. In: Tratado de Clínica Cirúrgica, São Paulo, Ed Atheneu, 1994, p. 1169-1184.
23. Hayashi N, Tashiro T, Yamamori H, Takagi K, Suzuki N, Ito I -Effects of intravenous omega-3 fat emulsion on cytokine production and delayed type hypersensitivity in burned rats receiving total parenteral nutrition. JPEN 22: 363- 7,1998.
24. Hayashi N, Tashiro T, Yamamori H, Takagi K, Morishima Y, Otsubo Y, Sugiura T, Furukawa K, Nitta H, Nakajima N, Suzuki N, lto I -Effect of intravenous w-6 and w-3 fat emulsion on nitrogen retention and protein kinetics in burned ratsNutrition 15: 135- 9, 1999.
25. Ikehata A, Hiwatashi N, Kinouchi Y, Yamazaki H, Kurnagai Y, Ito K, Kayaba Y, Toyota T -Effect of intravenously infused eicosapentaenoic acid on the leukotriene generation in patients with active Crohn's disease. Am J Clin Nutr 56: 938- 42, 1992.
26. Inui K, Fukuta Y, Ikeda A, Kameda H, Kokuba Y, Sato M -The effect of alpha-Iinolenic acid-rich emulsion on fatty acid metabolism and leukotrime generation of the colon in a rat model with inflammatory bowel disease. Ann Nutr Metab 40: 175 -82, 1996a.
27. Inui K, Fukuta Y, Kameda H, Kokuba Y, Sato M -The nutrition effect of a-Iinolenic acid-rich emulsion with total parenteral nutrition in a rat model with inflammatory bowel disease. Ann Nutr Metab 40: 227 -33, 1996b.
28. Jiang Z, Zhang S, Wang X et al -A comparison of medium-chain and long-chain triglycerides in surgical patients. Ann Surg 217: 175- ?, 1993.
29. Kinsella JE -Lipids, membrane receptors and enzymes: effects of dietary fatty acids. JPEN 14 (suppl): 200, 1990.
30. Lauritsen K, Laursen LS, Bukhave K, Rask-Madsen J. Effects of sulphasalazine and disodium azodisalicylate on colonic PGE2 concentrations deterrnined by equilibrium in vivo dialysis of faeces in patients with ulcerative colitis and health controls. Gut 1984; 25: 1271 -8.
31. Lauritsen K, Laursen LS, Bukhave K, Rask-Madsm J. Effect of topical 5-arninosalicylic acid (5-ASA) and prednisone on prostaglandin (pGE2) and leukotrime (LTB4) levels determined by equilibrium in vivo dialysis of rectum in relapsing ulcerative colitis. Gastroenterology 1986; 91: 837:44.
32. Loeschke K, Ueberschaer B, Pietsch A, Gruber E, Ewe K, Wiebecke B, Heldwein W, Lorenz R -N-3 fatty acids only delay early relapse of ulcerative colitis in remission. Dig Dis Sci 41: 2087- 94, 1996.
33. Lokesh BR, Sayers TS, Kinsella JE. Interleukin-l and tumor necrosis factor synthesis by mouse peritoneal macrophages is enhanced by dietary n-3 polyunsaturated fatty acids. Immunol Letts, 23: 281-6,1990.
34. Lorenz-Meyer H, Bauer P, Nicolay C, Schulz B, Pumnann J, Fleig WE, Scheurlen C, Koop I, Pudel V, Carr L -Omega-3 fatty acids and low carbohydrate diet for maintenance of remission in Crohn's disease. A randornized controlled multicenter trial. Scand J Gastroenterol 31: 778 -85, 1996.
35. Lowe VC, Noronha-Blob L -The leucocyte recruitment inhibitor, NPC 15669 accelerates healing in acetic acid-induced colitis. Agents Actions 39: 80- 2, 1993.
36. MacPherson, BR & pfeiffer, CJ -Experimental production of diffuse colitis in rats. Digestion 17: 135 -50, 1978
37. Marotta F, Chui DH, Safran P, Rezakovic I, Zhong GG, Ideo G -Shark fish enriched diet prevents mucosal lipid abnonnalities in experimental acute colitis. Digestion 56: 46- 51, 1995.
38. McCall TB, O'Leary D, Bloomfield J, O'Morain CA -Therapeutic potencial of fish oil in the treatment of u1cerative colitis. Aliment Pharmacol Ther 3: 415- 24, 1989.
39. Meydani SN, Endres S, Woods NM et al- Modu1ation of 1L-I , IL-6 and TNF production from monocytes of old and young women fed fish oil. Proc Soc Exp Biol Med 200: 189- ? 1992.
40. Moraes, RS. -1ndução da colite difusa pela instilação de ácido acético via retal: estudo experimental em ratos Sprague-Dawley. Curitiba, 1987. 4Op. Tese de Mestrado apresentada à Universidade Federal do Paraná.
41. Moraes, RS -Aspectos morfológicos da colite induzida pelo ácido acético a 10% e tratada com enemas de ácido 5-amino-2-hidroxibenzóico. Estudo experimental em ratos Sprague-Dawley. São Paulo, 1989. 44p. Tese de Doutorado apresentada à Escola Paulista de Medicina.
42. Morlion BJ, Torwesten E, Lessire A, Peskar BM, Fiirst P, Puchstein C -The effect of parenteral fish oil on leukocyte membrane fatty acid composition and leukotriene synthesizing capacity in postoperative trauma. Metabolism 45: 1208- 1213, 1996.
43. Morlion BJ, Torwesten E, Wrenger K, Puchstein C, FUrst P -What is the optimum W-3 to w-6 fatty acid ratio of parenteral lipid emulsions in postoperative trauma ? Clin Nutr 16: 49, 1997.
44. Nieto N, Fernandez Ml, Torres MI, Rios A, Suarez MD, Gil A- Dietary monounsaturated n-3 and n-6 long- chain polyunsaturated fatty acids affected cellular antioxidant defense system in rats with experimental u1cerative colitis induced by trinitrobenzene sulfonic acid. Dig Dis Sci 43: 2676 -87, 1998.
45. Pomposelli, J.J.; Flores, F.; Hirschberg, Y.; Teo, T.C.; Blackbum, G.L.; Zeisel, S.H.; Bistrian, B.R Short- term TPN containing n-3 fatty acids ameliorate lactic acidosis induced by endotoxin in guinea pigs. Am. J. Clin Nutr., v. 52, p. 548- 52, 1990.
46. Pscheidt F, Wan J, Blackbum G, Bistrian B, Istfan N -1nfluence of w-3 fatty acids on splanchnic blood flow and lactate metabolism in an endotoxemic rat model. Metabolism 41: 698 -705, 1992.
47. Pscheidt F, Bõke-PrõIs T- Omega -3 fatty acids enriched fat emulsions modu1ate splanchnic blood flow and microbial translocation in a low dose endotoxin rat model. Clin Nutr 16: 16, 1997.
48. Richelle, M.; Deckelbaum, RJ.; Vanweyenberg, V.; Carpentier, Y.A. Lipoprotein metabolism during and after a 6-h infusion ofMCT/LCT vs LCT emulsion in man. Clin. Nutr., v. 16, p. 119- 23, 1997.
49. Rogler G, Andus T, Aschenbrenner E, Vogl D, Falk W, Scholmerich J -Alterations of phenotype of colonic macrophages in inflammatory disease. Eur J Gastroenterol Hepatol 9: 893 -9, 1997.
50. Ropper, RL.; Phipps, RP. Prostaglandin E2 regulation of the immune response. Adv. Prostaglandin Thromboxane Leukot. Res., v. 22, p. 101 -11, 1994.
51. Rutgeerts P -Medical therapy of inflammatory bowel disease. Digestion 59: 453- 69, 1998.
52. Salomon P; Kornbluth AA, Janowitz HD -Treatment of ulcerative colitis with fish oil n-3-w-fatty acid: an open trial. J Clin Gastroenterol 12: 157-61,1990.
53. Samuelsson B. Leukotrienes: mediators of immediate hypersensitivity reactions and inflammation. Science 1983; 220:568-75
54. Sartor RB -Pathogenesis and immune mechanisrns of chronic inflammatory bowel diseases. Am J Gastroenterol92: 5S -IIS, 1997.
55. Schmidt, E.B.; Dyerberg, J. -Omega-3 fatty acids. Current status in cardiovascu1ar medicine. Drugs 47:405-24, 1994.
56. Schreiber S -Experimental immunomodulatory therapy of inflammatory bowel disease. Neth J Med 53: 24S -31S, 1998.
57. Sharon P.; Stenson, W.F. Enhanced synthesis of leukotriene B4 by colonic mucosa in inflammatory bowel disease. Gatroenterology 86:453-60, 1984.
58. Sharon P.; Stenson, W.F. Metabolism of arachidonic acid in acetic acid colitis in rats: similarity to human inflammatory bowel disease. Gatroenterology 88: 55-63, 1985.
59. Shoda R, Matsueda K, Yarnato S, Umeda n -Therapeutic efficacy of N-3 polyunsaturated fatty acid in experimental Crohn's disease. J Gastroenterol8: 98 -101, 1995.
60. Smimiotis V, Kostopanagiotou G, Vassiliou J, Arkadopoulos N, Vassiliou P, Datsis A, Kourias E -Long chain versus medium chain lipids in patients with ARDS: effects on pulmonary haemodynamics and gas exchange. Intensive Care Med 24: 1029- 33, 1998.
61. Stenson, W.F; Cort, D; Rodgers, J, Burakoff, R, DeSchryver-Kecskemeti, K; Gramlich, T.L.; Beeken, W. Dietary supplementation with fish oil in ulcerative colitis. Ann Intem Med 116:609-614, 1992.
62. Tashiro T, Yamamori H, Hayashi N, SugiuraT, Takagi K, Furukawa K, Nakajima N, Itoh I, Wakabayashi T, Ohba S, Akahane N -Effects of a newly developed fat emulsion containing eicosapootaenoic acid and docosahexaenoic acid on fatty acid profiles in rats. Nutrition 14: 372- 75, 1998a.
63. Tashiro T, Yamamori H, Takagi K, Hayashi N, Furukawa K, Nakajima N -N-3 versus n-6 polyunsaturated fatty acids in critical illness. Nutrition 14: 551- 53, 1998b.
64. Teixeira MG, Habr-Gama A, Alcântara RSM, Brunetti Netto C, Pinotti HW -Doença de Crohn: resultado do tratamento clinico em 121 pacientes. Rev Bras Colo-Proct 3: 94- 99, 1993.
65. U1rich, H.; Pastores, S.M.; Katz, D.P.; Kvetan, V. Parenteral use of medium-chain triglycerides: a reappraisal. Nutrition, v. 12, p. 231 -238, 1996.
66. Vilaseca, J.; Salas, A.; Guarner, F.; Rodrigues, R; Martinez, M.; Malagelada" J. Dietary fish oil reduces progression of chronic inflammatory lesions in a rat model of granulomatous colitis. Gut, v. 31, p. 539 -544, 1990.
67. Yeh SL, Chang KY, Huarng PC, Chen WJ -Effects of n-3 and n-6 fatty acids on plasma eicosanoids and liver antioxidant enzymes in rats receiving total parenteral nutrition. Nutrition 13: 32- 6, 1997.

Endereço para correspondência:
Fábio Guilherme C. M. de Campos
Alameda Jaú, 1477 - Aptº 111-A
São Paulo - SP - CEP 01420-002
Tel.: (11) 3064-0654 - (res.) - 3064-7010 (com.)
881-1443 (fax)