RESUMO DOS ARTIGOS


LUIS CLÁUDIO PANDINI - TSBCP
Browm S R, Eu K W, Seow - Choen F. Consecutive series of laparoscopic assisted vs. Minilaparotomy restorative proctocolectomies.

Dis Colon Rectum 2001; 44:397-400

Este estudo compara um grupo de pacientes submetidos a proctocolectomia com bolsa ileal assistida por laparoscopia com um grupo submetido ao mesmo procedimento porém com mini laparotomia.
    Este método incorpora uma incisão supra pública com divisão dos músculos retos do abdômen. A mobilização do colon é realizada de maneira usual com a visualização dos ângulos colônicos feita através do uso de um retrator de St. Marks iluminado. Um total de 25 pacientes foram estudados (12 no grupo laparoscópico). O comprimento da incisão foi significantemente maior no grupo da minilapa-rotomia (média, 14 (13 a 25cm) vs 8.5 (5 a 16cm); p<0,01), mas o tempo operatório foi menor (média, 120 vs 150 minutos; p < 0,01). Não houve diferenças nos parâmetros analisados, incluindo quantidade de analgésicos, tempo de início do funcionamento da ileostomia, início da ingestão oral, progressão da dieta para sólida, permanência hospitalar e complicações.
    Este trabalho mostrou que a única vantagem da técnica laparoscópica assistida sobre a minilaparotomia foi o tamanho da incisão supra pública.
    A mini laparotomia para a proctocolectomia com bolsa ileal consegue os mesmos parâmetros de recuperação pós operatória do procedimento laparoscópico, com um menor tempo operatório.
    Os autores concluem que a técnica de minilaparotomia é recomendada para cirurgiões com pouca experiência em cirurgia laparoscópica.


Pikarsky AJ, Singh JJ, Weiss EG, Nogueras JJ, Wexner SD. Long - term follow-up of patients undergoing colectomy for colonic inercia.

Dis colon Rectum 2001; 44:179-183

Os autores analisam retrospectivamente os resultados de 30 pacientes submetidos a colectomia total com ileoretoanastomose para inércia colônica. A média de seguimento foi 106 meses (61 a 122 meses). A freqüência média da evacuação foi 2.5 (1-6) por dia. Durante o período de seguimento 6 pacientes (20%) foram reinternados devido a obstrução intestinal de delgado, dos quais 3 (10%) necessitaram de laparotomia. Quatro pacientes apresentaram dor pélvica crônica. Dois pacientes (6%) continuaram necessitando de laxativos ou enemas e outros dois (6%) fazem uso de medicação antidiarréica, para reduzir a freqüência de evacuações.
    Os autores concluem que houve um alto grau de satisfação dos pacientes com o tratamento cirúrgico levando a um ritmo intestinal muito bom e uma taxa de obstrução intestinal aceitável.
    Baseados nestes resultados os autores recomendam a colectomia total com ileoretoanastomose nos pacientes com quadro bem estabelecido de inércia colônica.


Colore EE, Nadal SR, Manzione CR, Cavaliere MJ, de Almeida LV, Villa LL. Expression of Ki - 67 can assist in predicting recurrences of low-grade anal intra epithelial neoplasia in AIDS.

Dis colon rectum 2001; 44:534-537

O objetivo deste estudo foi verificar através do uso do método imunohisto-químico se a expressão da Ki-67 nas células epiteliais da neoplasia intraepitelial anal de baixo grau em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida pode prognosticar a recorrência destas lesões. Foram estudadas biópsias anais em 38 pacientes. Destes pacientes 14 não apresentaram recorrência (grupo 1) e 24 tiveram recorrência das lesões do ânus antes de um ano de seguimento (grupo 2). A média de porcentagem de células positivas com ki-67 no grupo 1 foi 6.3 +/- 7.03 e no grupo 2 foi 24.1 +/- 16.72. A diferença entre o grupo 1 e 2 foi estatisticamente significante (p<0.001).
    Os autores concluem em seu estudo que houve uma alta correlação entre porcentagem de células K1 - 67 positivas e recorrência. A contagem de células K1 - 67 nas neoplasias intraepiteliais de baixo grau pode ajudar em prognosticar recorrências e também ajudar no seguimento de pacientes com estas lesões.


Moran BJ. Stapling instruments for intestinal anastomosis in colorectal surgery. 

Br J Surg 1996, 83;902-909

O autor faz uma revisão do grande impacto da utilização do grampeador circular na prática da cirurgia colorretal.
    Os primeiros grampeadores russos levaram ao desenvolvimento dos atuais instrumentos circulares disponíveis atualmente e largamente utilizados a nível mundial.
    As falhas mecânicas são agora raras e o mau funcionamento, ou mau uso é geralmente devido a erro do cirurgião. As complicações relatadas à técnica de grampeamento são pouco freqüentes, embora a estenose da anastomose possa ser mais freqüente que na sutura manual.
    Os grampeadores facilitam e podem executar um procedimento cirúrgico, mas eles são um adjunto e não um substituto para uma técnica cirúrgica meticulosa.


Delgado, F; Bolujer JM; Grau, E; Domingo, C; Serrano, F; Gómez S.

Results. Surg Laparosc 1999,9(2); 91-98

Os autores realizaram um estudo coorte propectivo para avaliar os resultados da ressecção laparoscópica no câncer colorretal em termos de recorrência e sobrevida dos pacientes.
    Cinqüenta pacientes foram analisados, sendo submetidos à amputação abdominoperineal (n=13), retossigmoidec-tomia (n=18) e colectomia direita e esquerda (n=9). O follow-up médio foi de 21 meses (máximo 42 meses). Os tumores segundo classificação TNM (UICC) foram: estágio I, 6 casos; estágio II, 17; estágio III, 18 e estágio IV, 9 casos. A sobrevida nos estágios I-IV foi 100, 92, 79 e 18% respectivamente, com uma taxa de sobrevida livre da doença de 100, 70 e 49% nos estágios I-III respectivamente. As recidivas foram 4 na pelve e carcinomatose peritoneal metástase pulmonar, implante na cicatriz do trocarte e múltipla em um caso cada. Os autores concluem que a recidiva e a sobrevida após um período de seguimento máximo de 42 meses foi aceitável e semelhante às taxas relatadas na literatura para cirurgia convencional.


Miller BJ; Schadre DJ. Colorrectal Injury: Where do we stand with repair?

Aust NZJ Surg, 1996, 66(6); 348-352

Este estudo de revisão analisou os resultados de pacientes poli-traumatizados operados de lesões colorretais associadas num período de 20 anos (1976-1995).
    Foram submetidos à cirurgia 112 pacientes com 114 lesões colorretais, sendo que 40 pacientes apresentavam lesões penetrantes, 41 apresentavam trauma fechado e 33 tiveram lesões iatrogênicas. Sutura primária ou ressecção e anastomose foi realizada em 39% dos pacientes com taxa de 8% de deiscência de anastomose. A taxa de deiscência foi 67% no grupo de pacientes que tiveram a sutura primária exteriorizada.
    A colostomia foi utilizada em 58% dos pacientes. A mortalidade total foi 10% sendo que foi mais alta (50%) nos casos de lesões do reto por trauma fechado.
    O fechamento da colostomia teve uma morbidade de 20%, porém sem mortalidade. Os autores concluem que na ausência de choque, lesões associadas graves ou contaminação fecal grosseira da cavidade, a sutura ou a ressecção com anastomose primária deve ser considerada. No trauma fechado com lesão extensa a colostomia ainda é o procedimento de escolha, geralmente associada à ressecção. Lesão do reto extraperitoneal requer colostomia proximal com lavagem do reto distal e drenagem. A colostomia permanece como uma importante medida no tratamento das lesões colorretais traumáticas.