RESUMO DOS ARTIGOS
Dis Colon Rectum 2001; 44:397-400
Este estudo compara um grupo de pacientes
submetidos a proctocolectomia com bolsa ileal assistida por
laparoscopia com um grupo submetido ao mesmo
procedimento porém com mini laparotomia.
Este método incorpora uma incisão supra pública
com divisão dos músculos retos do abdômen. A mobilização
do colon é realizada de maneira usual com a visualização
dos ângulos colônicos feita através do uso de um retrator
de St. Marks iluminado. Um total de 25 pacientes foram
estudados (12 no grupo laparoscópico). O comprimento da
incisão foi significantemente maior no grupo da
minilapa-rotomia (média, 14 (13 a 25cm) vs 8.5 (5 a 16cm);
p<0,01), mas o tempo operatório foi menor (média, 120 vs
150 minutos; p < 0,01). Não houve diferenças nos
parâmetros analisados, incluindo quantidade de analgésicos, tempo
de início do funcionamento da ileostomia, início da
ingestão oral, progressão da dieta para sólida, permanência
hospitalar e complicações.
Este trabalho mostrou que a única vantagem da
técnica laparoscópica assistida sobre a minilaparotomia foi o
tamanho da incisão supra pública.
A mini laparotomia para a proctocolectomia com
bolsa ileal consegue os mesmos parâmetros de recuperação
pós operatória do procedimento laparoscópico, com um
menor tempo operatório.
Os autores concluem que a técnica de
minilaparotomia é recomendada para cirurgiões com pouca experiência
em cirurgia laparoscópica.
Pikarsky AJ, Singh JJ, Weiss EG, Nogueras JJ, Wexner SD. Long - term follow-up of patients undergoing colectomy for colonic inercia.
Dis colon Rectum 2001; 44:179-183
Os autores analisam retrospectivamente os resultados
de 30 pacientes submetidos a colectomia total com
ileoretoanastomose para inércia colônica. A média de seguimento
foi 106 meses (61 a 122 meses). A freqüência média da
evacuação foi 2.5 (1-6) por dia. Durante o período de seguimento
6 pacientes (20%) foram reinternados devido a obstrução
intestinal de delgado, dos quais 3 (10%) necessitaram
de laparotomia. Quatro pacientes apresentaram dor pélvica
crônica. Dois pacientes (6%) continuaram necessitando
de laxativos ou enemas e outros dois (6%) fazem uso de
medicação antidiarréica, para reduzir a freqüência de evacuações.
Os autores concluem que houve um alto grau de
satisfação dos pacientes com o tratamento cirúrgico levando
a um ritmo intestinal muito bom e uma taxa de
obstrução intestinal aceitável.
Baseados nestes resultados os autores recomendam
a colectomia total com ileoretoanastomose nos pacientes
com quadro bem estabelecido de inércia colônica.
Colore EE, Nadal SR, Manzione CR, Cavaliere MJ, de Almeida LV, Villa LL. Expression of Ki - 67 can assist in predicting recurrences of low-grade anal intra epithelial neoplasia in AIDS.
Dis colon rectum 2001; 44:534-537
O objetivo deste estudo foi verificar através do uso
do método imunohisto-químico se a expressão da Ki-67
nas células epiteliais da neoplasia intraepitelial anal de
baixo grau em pacientes com síndrome da imunodeficiência
adquirida pode prognosticar a recorrência destas lesões.
Foram estudadas biópsias anais em 38 pacientes. Destes
pacientes 14 não apresentaram recorrência (grupo 1) e
24 tiveram recorrência das lesões do ânus antes de um ano
de seguimento (grupo 2). A média de porcentagem de
células positivas com ki-67 no grupo 1 foi 6.3 +/- 7.03 e no
grupo 2 foi 24.1 +/- 16.72. A diferença entre o grupo 1 e 2
foi estatisticamente significante (p<0.001).
Os autores concluem em seu estudo que houve uma alta correlação entre porcentagem de células K1 - 67
positivas e recorrência. A contagem de células K1 - 67
nas neoplasias intraepiteliais de baixo grau pode ajudar em
prognosticar recorrências e também ajudar no seguimento
de pacientes com estas lesões.
Moran BJ. Stapling instruments for intestinal anastomosis in colorectal surgery.
Br J Surg 1996, 83;902-909
O autor faz uma revisão do grande impacto da
utilização do grampeador circular na prática da cirurgia
colorretal.
Os primeiros grampeadores russos levaram ao
desenvolvimento dos atuais instrumentos circulares
disponíveis atualmente e largamente utilizados a nível mundial.
As falhas mecânicas são agora raras e o mau
funcionamento, ou mau uso é geralmente devido a erro do
cirurgião. As complicações relatadas à técnica
de grampeamento são pouco freqüentes, embora a
estenose da anastomose possa ser mais freqüente que
na sutura manual.
Os grampeadores facilitam e podem executar um
procedimento cirúrgico, mas eles são um adjunto e não
um substituto para uma técnica cirúrgica meticulosa.
Delgado, F; Bolujer JM; Grau, E; Domingo, C; Serrano, F; Gómez S.
Results. Surg Laparosc 1999,9(2); 91-98
Os autores realizaram um estudo coorte
propectivo para avaliar os resultados da ressecção laparoscópica
no câncer colorretal em termos de recorrência e
sobrevida dos pacientes.
Cinqüenta pacientes foram analisados, sendo
submetidos à amputação abdominoperineal (n=13),
retossigmoidec-tomia (n=18) e colectomia direita e esquerda (n=9).
O follow-up médio foi de 21 meses (máximo 42 meses).
Os tumores segundo classificação TNM (UICC) foram:
estágio I, 6 casos; estágio II, 17; estágio III, 18 e estágio IV,
9 casos. A sobrevida nos estágios I-IV foi 100, 92, 79 e
18% respectivamente, com uma taxa de sobrevida livre da
doença de 100, 70 e 49% nos estágios I-III
respectivamente. As recidivas foram 4 na pelve e carcinomatose
peritoneal metástase pulmonar, implante na cicatriz do trocarte e
múltipla em um caso cada. Os autores concluem que a
recidiva e a sobrevida após um período de seguimento
máximo de 42 meses foi aceitável e semelhante às taxas
relatadas na literatura para cirurgia convencional.
Miller BJ; Schadre DJ. Colorrectal Injury: Where do we stand with repair?
Aust NZJ Surg, 1996, 66(6); 348-352
Este estudo de revisão analisou os resultados de
pacientes poli-traumatizados operados de lesões colorretais
associadas num período de 20 anos (1976-1995).
Foram submetidos à cirurgia 112 pacientes com
114 lesões colorretais, sendo que 40 pacientes
apresentavam lesões penetrantes, 41 apresentavam trauma fechado e
33 tiveram lesões iatrogênicas. Sutura primária ou ressecção
e anastomose foi realizada em 39% dos pacientes com
taxa de 8% de deiscência de anastomose. A taxa de
deiscência foi 67% no grupo de pacientes que tiveram a sutura
primária exteriorizada.
A colostomia foi utilizada em 58% dos pacientes.
A mortalidade total foi 10% sendo que foi mais alta
(50%) nos casos de lesões do reto por trauma fechado.
O fechamento da colostomia teve uma morbidade
de 20%, porém sem mortalidade. Os autores concluem
que na ausência de choque, lesões associadas graves ou
contaminação fecal grosseira da cavidade, a sutura ou a
ressecção com anastomose primária deve ser considerada. No
trauma fechado com lesão extensa a colostomia ainda é o
procedimento de escolha, geralmente associada à
ressecção. Lesão do reto extraperitoneal requer colostomia
proximal com lavagem do reto distal e drenagem. A colostomia
permanece como uma importante medida no tratamento
das lesões colorretais traumáticas.