ARTIGOS ORIGINAIS
Fábio Guilherme CASERTA MARYSSAEL de Campos - TSBCP
Afonso Henriques Silva SOUZA Júnior - TSBCP
Ana Paula Wiering Carmel - TSBCP
Angelita Habr-Gama - TSBCP
Celso A. Gonçalves
Fernando Cordeiro - TSBCP
Flávio Antonio Quilici - TSBCP
Francisco Luís Altenburg - TSBCP
Francisco Sérgio Pinheiro Regadas - TSBCP
Jayme Vital Santos Souza - TSBCP
João de Aguiar Pupo Neto - TSBCP
José Alfredo Reis Júnior - TSBCP
José Alfredo Reis Neto - TSBCP
José Reinan Ramos - TSBCP
Luís Cláudio Pandini - TSBCP
Lusmar Veras Rodrigues - TSBCP
Marcelo Averbach - TSBCP
Marco Aurélio Dainezi - TSBCP
Mauro Augusto Marchiori Júnior - TSBCP
Miguel A. Pedroso
Paulo Alberto Falco Pires Correa - TSBCP
Raul Cutait - TSBCP
Renato Arioni Lupinacci - TSBCP
Rubens Valarini - ASBCP
Sérgio Eduardo Afonso Araújo - ASBCP
Sthela Maria Murad Regadas - ASBCP
RESUMO: Este trabalho multicêntrico reúne a experiência de 14 equipes brasileiras em cirurgia laparoscópica colorretal. No período de 1992 a 2001, foram operados 1843 pacientes, sendo 896 homens (48,6%) e 947 mulheres (51,4%), cuja idade variou de 1 a 94 anos (média de 56,4 anos). Doenças benignas foram diagnosticadas em 1109 pacientes (60,2%). A maioria das afecções (60,5%) localizava-se no cólon esquerdo e sigmóide, 21,3% no reto e canal anal e 9,5% no cólon direito. Houve 73 (4,0%) complicações intra-operatórias (variação de 2,0% a 6,2%), a maioria delas (54 - 73,9%) registradas nos primeiros 50 casos operados por equipe. Foram relatadas 199 (10,66 %) conversões para laparotomia (0 a 23,5%), que também foram mais freqüentes nos primeiros 50 casos operados (n=119 -59,8%). Complicações pós-operatórias foram registradas em 367 (19,9 %) (8,0 a 29,6%). Ocorreram 29 óbitos (1,6%). Foram operados 734 (39,8%) pacientes portados de tumores malignos, tendo sido informados os tipos histológicos de 685 tumores, assim distribuídos: 652 (95,2%) adenocarcinoma, 23 (3,4%) carcinomas espinocelulares e outros tipos histológicos em 10 (1,5%) pacientes. Registraram-se 83 (13,9%) recidivas, a maioria delas (68,7%) diagnosticadas nos primeiros 2 anos de seguimento. Em período médio de 26,5 meses de seguimento, houve 3 (0,5%) recidivas parietais, sendo 2 no local de inserção de trocartes e 1 em paciente com doença tumoral disseminada na parede. Não houve recidiva parietal em incisão utilizada para retirada da peça.
Conclusões: 1. A experiência brasileira é grande; 2. Doenças benignas têm sido a maior indicação (60%), representadas principalmente pela doença diverticular e megacólon chagásico; 3. Os índices de morbi-mortalidade são semelhantes aos encontrados na literatura; 4. Os resultados oncológicos são satisfatórios e a incidência de recidiva parietal (0,5%) é baixa e semelhante a outras séries.
Unitermos: cirurgia laparoscópica colorretal, colectomia laparoscópica.
Introdução
Dor incisional, estresse metabólico, trauma tecidual
e íleo pós-operatório são considerados conseqüências
naturais, embora indesejáveis, de ressecções intestinais por
laparo-tomia. A cirurgia minimamente invasiva surgiu com
o objetivo de minorar o trauma cirúrgico, determinando
menor lesão somática na incisão ou durante a dissecção
visceral. Incisões pequenas teoricamente causam menos
dor, requisitam menos analgesia, atenuam as
repercussões respiratórias e têm menor incidência de infecção e
hérnias incisionais, permitindo ainda a mobilização precoce.
A menor manipulação intestinal permite recuperação
mais rápida das funções intestinais, culminando com menor
tempo de hospitalização.
A realização de intervenções laparoscópicas sobre
o cólon e reto representa um grande avanço em
colo-proctologia, ao lado de outros progressos recentes como
a introdução da colonoscopia, dos grampeadores
mecânicos e da execução das bolsas ileais. Entretanto, a
maior complexidade técnica dos procedimentos, incluindo
a mobilização, desvascularização e síntese, teve
impacto importante na aceitação das colectomias laparoscópicas
cujo desenvolvimento ocorreu mais tardiamente e de
maneira mais lenta que outros procedimentos abdominais.
Em 1990 foram executadas as primeiras cirurgias laparoscópicas planejadas, cabendo a Moises Jacobs
(23) a primeira colectomia direita assistida, a Dennis
Fowler(14) a primeira colectomia esquerda assistida e a
Morris Franklin o primeiro procedimento totalmente
intra-corpóreo. No Brasil, Regadas et al.
(48) realizaram a primeira intervenção laparoscópica para reconstrução
do trânsito intestinal pós operação de Hartmann, em
1992. Desde então, a via laparoscópica tem sido indicada
como uma alternativa à cirurgia convencional no tratamento
de diversas afecções.
Os resultados observados desde as primeiras
publicações deixam claro que o método é factível, possibilitando
a realização de procedimentos de ressecção segmentares
e totais, reconstrução do trânsito, derivação, pexia e rafia
no intestino grosso (6, 27, 40, 63, 65) . Enquanto a indicação
de colectomias laparoscópicas no tratamento de
doenças benignas e na paliação de neoplasias malignas tem
aceitação crescente, seu emprego na cura do câncer colo-retal
ainda gera controvérsias e dúvidas
(56, 66) .
O presente trabalho, de caráter multicêntrico e
retros-pectivo, tem por finalidade apresentar a experiência
de diversos grupos brasileiros e avaliar os resultados
obtidos frente aos da literatura internacional.
Pacientes e Métodos
No final do ano 2000, foram enviados questionários
a 14 equipes brasileiras contendo dados do Inquérito
Nacional em Cirurgia Laparoscópica Colorretal. As equipes
consultadas são formadas por membros que sabidamente se
dedicam à cirurgia laparoscópica colorretal em nosso
país, que pertencem aos quadros das Sociedades Brasileiras
de Colo-Proctologia e de Vídeo-Cirurgia (SOBRACIL) e
que vêm fornecendo seus dados para realização deste
inquérito já há alguns anos (Quadro 1).
Quadro 1 _ Relação das equipes, procedência e número de pacientes
Equipe |
Estado |
Número de |
pacientes |
||
Regadas FSP, Veras L, Regadas S | CE | 274 |
Ramos JR | RJ | 225 |
Souza JVS, Carmel APW | BA | 215 |
Pandini LC, Gonçalves CA | SP | 211 |
Habr Gama A, Silva Jr AH, Campos FG, Araújo S | SP | 192 |
Marchiori M | SP | 142 |
Reis Neto JA, Quillici F, Cordeiro F,Reis Jr JA | SP | 125 |
Pedroso MA, Lupinacci, RA | SP | 102 |
Cutait R, Correa P, Averbach M | SP | 101 |
Dainezi MA | SP | 80 |
Campos FG | SP | 57 |
Pupo Neto JA | RJ | 54 |
Altenburg FL | SC | 34 |
Valarini R | PR | 31 |
Total | Brasil | 1.843 |
O questionário continha perguntas relativas ao número, sexo e idade dos pacientes, tipo e localização das afecções tratadas, procedimentos realizados, complicações intra e pós-operatórias, índice e causas de conversão, mortalidade, dados anátomo-patológicos dos tumores, índices de recidiva local, à distância e parietal, à semelhança do que foi realizado em inquéritos anteriores (50, 62).
Quadro 2 - Tipos de procedimentos em séries
de colectomia laparoscópica
Procedimento | Ballantyne, | Monson et al, |
1995752 pacientes | 1995404 pacientes | |
- 16 séries | - 39 séries | |
colectomia direita | 33,4 % | 29,2 % |
sigmoidectomia | 31,3 % | 27,9 % |
ressecção anterior | 10,4 % | 13,0 % |
amputação de reto | 5,1 % | 8,1 % |
colectomia esquerda | 6,8 % | 7,8 % |
colectomia subtotal / total | 3,0 % | 7,6 % |
transversectomia | 0,4 % | 0 |
outros | 10,7 % | 6,2 % |
Resultados
No período de 1992 a 2001 foram operados
1843 pacientes, sendo o número mínimo de 31 e o máximo
de 274 pacientes por equipe. Trataram-se 896
homens (48,6%) e 947 mulheres (51,4%) cujas idades variaram
de 1 a 94 anos (média de 56,4 anos).
Afecções benignas foram diagnosticadas em
1109 pacientes (60,2%), contra 734 pacientes (39,8%)
portadores de doenças malignas. A distribuição das doenças
nos diversos segmentos colônicos, os procedimentos
cirúrgicos realizados e a relação das doenças benignas
diagnosticadas, com suas respectivas porcentagens, estão relacionados
nas Tabelas 1, 2, e 3. A maioria das doenças (60,5%)
localizava-se no cólon esquerdo e sigmóide, 21,3% estavam no reto
e canal anal e 9,5% no cólon direito.
Tabela 1 _ Distribuição topográfica das doenças colorretais
Topografia | Número | Por Cento |
Cólon direito | 151 | 8,2 |
Cólon transverso | 12 | 0,6 |
Cólon esquerdo | 184 | 9,9 |
Cólon sigmóide | 682 | 37,0 |
Reto Superior | 252 | 13,6 |
Reto Médio | 121 | 6,5 |
Reto Inferior | 236 | 12,8 |
Canal anal | 38 | 2,0 |
Doença difusa | 92 | 4,9 |
Íleo Terminal | 13 | 0,7 |
Outros | 62 | 3,4 |
Tabela 2 - Procedimentos cirúrgicos realizados.
Procedimento | Número | Por cento |
Colostomia | 58 | 3,1 |
Colectomia direita | 148 | 8,0 |
Colectomia transverso | 11 | 0,6 |
Colectomia esquerda | 132 | 7,1 |
Sigmoidectomia | 314 | 17,0 |
Reto-sigmoidectomia | 437 | 23,7 |
Amputação de reto | 175 | 9,5 |
Colectomia total + íleo-reto anastomose | 53 | 2,9 |
Proctocolectomia total + ileostomia | 9 | 0,5 |
Proctocolectomia total + bolsa ileal | 31 | 1,7 |
Reconstrução pós operação de Hartmann | 176 | 9,5 |
Retopexia | 75 | 4,1 |
Laparoscopia Diagnóstica ou Estadiamento | 9 | 0,5 |
Operação de Duhamel | 159 | 8,6 |
Outros | 56 | 3,0 |
Tabela 3 _ Doenças e condições benignas tratadas
Local | Número | Por cento da | Por cento |
casuística | das doenças benignas | ||
megacólon chagásico | 215 | 11,6 | 19,4 |
doença diverticular | 369 | 20,0 | 33,3 |
doença de Crohn | 44 | 2,4 | 3,9 |
colite ulcerativa | 35 | 1,9 | 3,2 |
pólipos | 57 | 3,1 | 5,1 |
lipoma | 6 | 0,3 | 0,5 |
angiodisplasia | 11 | 0,6 | 1,0 |
procidência | 80 | 4,3 | 7,1 |
inércia colônica | 14 | 0,7 | 1,3 |
polipose Familiar | 27 | 1,5 | 2,4 |
endometriose | 29 | 1,6 | 2,6 |
tumor benigno | 13 | 0,7 | 1,2 |
reconstrução pós Hartmann | 117 | 6,4 | 10,5 |
outros | 92 | 4,9 | 8,3 |
A Tabela 4 apresenta o número total, porcentagens
e variação entre as equipes dos dados relativos a
compli-cações, conversões e óbitos. Na Tabela 5 estão
relacionadas as 73 (4,0%) complicações intra-operatórias
relatadas, que variaram de 2,0% a 6,2% entre as séries
apresentadas. Cinqüenta e quatro (73,9%) dessas complicações
foram registradas nos primeiros 50 casos operados por equipe.
Ocorreram 199 (10,66 %) conversões para
laparotomia (Tabela 6), com índices variando de 0 a 23,5% entre
as equipes. As conversões foram mais freqüentes nos
primeiros 50 casos operados (n=119 -59,8%), conforme se
observa na Tabela 4.
Tabela 4 _ Complicações, conversões e óbitos. Número, porcentagens e variação entre as equipes.
Evento | NúmeroN | % | VariaçãoMín | Máx | < 50 casosN | % | > 50 casosN | % |
CIO | 73 | 4,0 | 2,0 | 6,2 | 54 | 73,9 | 19 | 26,0 |
CPO | 367 | 19,9 | 8,0 | 29,6 | 180 | 49,0 | 187 | 51,0 |
Conversões | 199 | 10,6 | 0 | 23,5 | 119 | 59,8 | 80 | 40,2 |
Óbitos | 29 | 1,6 | 0 | 2,5 | - | - | ||
CIO = Complicações Intra-Operatórias | ||||||||
CPO = Complicações Pós-Operatórias |
Tabela 5 _ Tipos de Complicações Intra-Operatórias
Complicações | Número | % dos | % das |
pacientes | complicações | ||
retenção de CO2 | 8 | 0,4 | 11,0 |
lesão de alças | 22 | 1,2 | 30,1 |
lesão de bexiga | 1 | 0,05 | 1,4 |
lesão de ureter | 11 | 0,6 | 15,1 |
lesão vascular (parede) | 9 | 0,5 | 12,3 |
lesão vascular (cavidade) | 10 | 0,5 | 13,7 |
lesão do reto (pelo stapler) | 6 | 0,3 | 8,2 |
lesão baço | 2 | 0,1 | 2,7 |
lesão ovário/útero | 1 | 0,05 | 1,4 |
outras | 3 | 0,2 | 4,1 |
Tabela 6 _ Número, porcentagem e causas de conversão para laparotomia
Causas | número |
% dos |
% das |
pacientes | conversões | ||
lesão visceral | 14 | 0,8 | 7,0 |
lesão de ureter | 7 | 0,4 | 3,5 |
hemorragia | 5 | 0,3 | 2,5 |
problemas cárdio-respiratórios | 4 | 0,2 | 2,0 |
dificuldade técnica | 79 | 4,2 | 39,7 |
aderências | 31 | 1,7 | 15,6 |
tempo operatório | 7 | 0,4 | 3,5 |
equipamento | 2 | 0,1 | 1,1 |
tumor fixo | 27 | 1,4 | 13,6 |
impossibilidade de cir. oncológica | 6 | 0,3 | 3,0 |
outras | 17 | 0,9 | 8,5 |
Tabela 7 _ Número, porcentagem e causas de Complicações Pós-Operatórias
Complicações | Número | % dos | % das |
pacientes | complicações | ||
Infecção de parede | 104 | 5,6 | 28,3 |
Fístula/deiscência anast | 52 | 2,8 | 14,1 |
Abscesso intra-cavitário | 22 | 1,2 | 5,9 |
Obstrução intestinal | 18 | 1,0 | 4,9 |
Hérnia incisional | 18 | 1,0 | 4,9 |
Hérnia perineal | 6 | 0,3 | 1,6 |
Arritmia cardíaca | 5 | 0,3 | 1,4 |
Lesão alça inadvertida | 3 | 0,2 | 0,8 |
Problemas pulmonares | 18 | 1,0 | 4,9 |
Estenose da anastomose | 14 | 0,8 | 3,8 |
Hematoma parede | 8 | 0,4 | 2,2 |
Infecção períneo | 18 | 1,0 | 4,9 |
sangramento | 4 | 0,2 | 1,1 |
Distúrbio de coagulação | 28 | 1,5 | 7,6 |
Íleo paralítico | 15 | 0,8 | 4,1 |
Retenção urinária | 17 | 0,9 | 4,6 |
Sépsis | 4 | 0,2 | 1,1 |
Outras | 13 | 0,7 | 3,5 |
Registraram-se 367 (19,9 %) complicações
pós-operatórias (Tabela 7), que variaram de 8,0 a 29,6%
entre as equipes. Não se observou diferença entre as
relatadas nos primeiros 50 casos (n=180 - 49,0%) e no restante
da casuística (n=187 - 51,0%). Ocorreram 29 óbitos
(1,6%) cujas causas estão relacionadas na Tabela 8.
Tabela 8 _ Número, porcentagem e causas de óbito pós-operatório
Causas de Óbitos | número | % dos | % dos |
pacientes | óbitos | ||
Fístula/deiscência anast | 4 | 0,2 | 13,8 |
Obstrução intestinal | 1 | 0,05 | 3,4 |
Arritmia cardíaca | 3 | 0,2 | 10,3 |
Lesão alça inadvertida | 1 | 0,05 | 3,4 |
Problemas pulmonares | 5 | 0,3 | 17,2 |
sangramento | 1 | 0,05 | 3,4 |
Distúrbio de coagulação | 3 | 0,1 | 10,3 |
Sépsis | 7 | 0,4 | 24,1 |
Outras (especificar) | 1 | 0,05 | 3,4 |
IAM | 3 | 0,2 | 10,3 |
Foram tratados 734 (39,8%) pacientes com
tumores malignos, tendo sido informados os tipos histológicos
de 685 tumores, assim distribuídos: 652 (95,2%)
adeno-carcinomas, 23 (3,4%) carcinomas espinocelulares e
outros tipos histológicos em 10 (1,5%) pacientes.
Foram fornecidas as classificações anátomo-patológicas (Astler
e Coller) de 596 adenocarcinomas, 83 (13,9% %) dos
quais tiveram recidivas tumorais (Tabela 9).
Do total de recidivas, 57 (68,7%) foram
diagnosticadas nos primeiros 2 anos de seguimento e 26 (31,3%),
após este período. O período de seguimento
pós-operatório variou de 1 a 108 meses, com média de 26,5 meses
para todas as equipes.
Ocorreram 3 (0,5%) recidivas parietais, sendo duas
no local de inserção de trocartes e outra em paciente
com doença tumoral disseminada na parede. Não houve
recidiva parietal em incisão utilizada para retirada da peça cirúrgica.
Tabela 9 _ Classificação anátomo-patológica e recidiva tumoral
Astler& Coller | NúmeroN | % | Local | À distância | Parietal | RecidivaN | % |
A | 54 | 9,0 | 0 | 0 | 0 | 0 | |
B | 239 | 40,1 | 2 | 4 | 1 | 7 | 2,9 |
C | 243 | 40,8 | 22 | 52 | 1 | 75 | 30,8 |
D | 46 | 7,7 | 0 | 0 | 1 | 1 | 2,2 |
Indeterminado | 14 | 2,3 | 0 | 0 | 0 | 0 | |
Total | 596 | 24 (4,0%) | 56 (9,4%) | 3 (0,5%) | 83 | 13,9 % | |
N = número |
Discussão
Hoje se admite que todos os tipos de operações
colo-retais podem ser realizados por vídeo-laparoscopia (VL)
e, atualmente, dá-se maior ênfase às suas indicações e
à determinação dos limites de sua aplicação.
O fato de muitos pacientes serem operados por cirurgiões com experiência variável, em
diferentes instituições, com critérios de definição e técnicas
operatórias diversas faz com que os relatos sobre resposta
metabólica ao trauma, tempo de íleo pós-operatório, necessidade
de analgesia, tempo de hospitalização e recuperação
apresentem resultados ainda controversos na literatura
(15, 20, 21, 43) .
Alguns estudos comparativos já demonstraram que
essas vantagens existem, embora não sejam marcantes,
razão pela qual muitos autores argúem que se deve valorizar
não somente o tempo de hospitalização, mas principalmente
a capacidade do paciente retornar às suas
atividades laborativas e sociais mais cedo, com os benefícios
sociais inequívocos deste fato (7, 32,
42) . Assim, por se tratar de estudo retrospectivo e multicêntrico, esses aspectos
não foram enfocados no presente levantamento nacional.
A análise dos tipos de procedimentos realizados
ressalta a predominância de sigmoidectomias e
retossigmoidectomias (40%), a indicação de amputação, reconstrução
pós-Hartmann, Duhamel e colectomias direitas
em aproximadamente 10% dos casos e a baixa indicação
de colectomias totais (2,9%), proctocolectomias (2,2%)
e transversectomias (0,6%). Esses números guardam
relação não só com a incidência de doenças nos diversos
segmentos cólicos como também estão relacionados à seleção
de procedimentos a serem realizados por VL.
Os números observados neste trabalho são
bastante semelhantes aos observados em séries de revisão
da literatura, com exceção da porcentagem de
colectomias direitas que foi mais baixa na presente série (Quadro
2). Em estudo prospectivo de Ramos et al.
(45) , ressecções segmentares à direita foram realizadas em 8,5%
dos pacientes operados por via aberta e em 31% dos
operados por VL, talvez pela maior facilidade em se
realizar ressecções deste segmento.
Destaca-se, também, a pequena indicação de
colos-tomias laparoscópicas na série brasileira, que
representaram apenas 3,1% dos procedimentos realizados.
Atualmente reconhece-se que o desvio do trânsito intestinal por
VL constitui procedimento tecnicamente simples, rápido,
com todas as vantagens de se evitar uma laparotomia, em que
a ferida operatória é mínima e distante do estoma,
apre-sentando menor potencial de contaminação e infecção
(10) . Pelos motivos apresentados, representa o método ideal
nas derivações paliativas, seja em portadores de
lesões neoplásicas obstrutivas ou irressecáveis,
carcinomatose, "pelve congelada" e também nos pacientes com
tumores retais que receberão tratamento inicial com radio
e quimioterapia (8) .
Levantamento multicêntrico da Sociedade
Americana de Cirurgiões Colo-Retais, envolvendo 114
cirurgiões, revelou que câncer (42,2%), doença inflamatória
(24,3%) e pólipos (19%) foram as indicações mais comuns em
1194 pacientes operados (6) . No presente levantamento,
as indicações mais freqüentes foram câncer (39,8%),
doença diverticular (20,2%), megacólon chagásico (11,6%)
e reconstrução de trânsito pós-Hartmann (9,5%),
com incidências menores de procidência retal (4,3%) e
doenças inflamatórias (4,3%). Pólipos benignos
representaram apenas 3,1% dos pacientes operados (Tabela 3).
Colectomias laparoscópicas segmentares têm
apresentado índices de morbidade operatória plenamente aceitáveis
e semelhantes aos das convencionais Complicações
intra-operatórias (CIO) têm sido reportadas em 2,5 a 5,1%
dos casos em grandes séries (6, 21, 25, 32,
38) . Embora algumas dessas complicações não sejam comumente observadas
em cirurgia convencional (lesão de grandes vasos,
lesão intestinal à distância, lesão vesical), elas têm sido raras
em VL e certamente fazem parte da curva de aprendizado
(1, 37, 45, 54, 65, 66) .
Na presente série, 73 (4,0%) pacientes tiveram
CIO, sendo mais freqüentes nos primeiros 50 casos
operados. Lesão de alças (1,2%) e lesão de ureter
(0,6%) representaram quase metade dessas complicações,
enquanto lesões vasculares da cavidade (0,5%) ou da
parede abdominal (0,5%) representaram outros 25% das
causas mórbidas. Lesões inadvertidas de alças do intestino
delgado podem ocorrer durante a introdução de pinças na
cavidade, pela apreensão do intestino com pinças ou pelo uso
do eletrocautério. A constante visualização dos
instrumentos e o afastamento gravitacional do intestino delgado
por mudanças de decúbito constituem medidas
fundamentais na sua prevenção.
Admite-se que a incidência de lesão ureteral varia de
0,7 a 5,7% pós amputação de reto convencional
(2) e de 0,2 a 1,0% em operações laparoscópicas
(21) . Apesar de ser evento grave, a lesão ureteral foi a responsável por
conversão operatória em apenas 0,4% dos pacientes desta série.
Em cirurgia colo-retal, índices de conversão da
ordem de 10 a 30% são significativamente superiores aos de
outros procedimentos laparoscópicos, e ilustram os limites
da experiência de cada grupo e as dificuldades
técnicas encontradas em cada caso (21, 32, 38,
66) . Neste aspecto, a experiência brasileira revelou índices que variaram de 0
a 23% entre as equipes, com média de 10,6%.
Dificuldades técnicas (4,2%) e aderências
intestinais (1,7%) constituíram metade das causas de conversão;
lesão visceral foi causa em apenas 0,8% dos pacientes.
Causas relacionadas a câncer foram pouco comuns, como o
achado de tumor fixo (1,4%) ou a impossibilidade de
cirurgia oncológica (0,3%).
Analisando os resultados de colectomias
laparoscópicas realizadas em dois períodos da experiência de seu
grupo (inicial e recente), Larach et al.
(28) observaram um declínio de 7,3% para 1,4% na incidência de conversões
atribuídas a razões iatrogênicas. Bennett et al
(6) observaram 22,8% de conversão em 1194 colectomias
laparoscópicas, predominando em procedimentos sobre o reto (33,5%),
e menos comuns no cólon direito (16%) e intestino
delgado (6%). No presente estudo, quase 60% das
conversões ocorreram nos primeiros 50 casos operados.
Morbidade pós-operatória tem sido reportada em 3
a 25% dos pacientes (5, 20, 25, 52). No presente
levantamento, 367 (20%) pacientes tiveram complicações
pós-operatórias (variação de 8 a 29,6%), cifra idêntica às relatadas
em operações
convencionais(24) .
Levando-se em conta que muitos pacientes
submetidos a ressecções laparoscópicas são selecionados para tal,
os índices de mortalidade peri-operatória de 0,7 a
2,1% reportados na literatura são baixos
(21, 25, 40, 45, 61) e comparáveis aos observados em laparotomias, que
oscilam entre 2 e 5% (55) . Nesta série brasileira, os índices
de mortalidade em cada equipe variaram de 0 a 2,5%,
com média geral de 1,6%.
As afecções benignas representaram a maioria
(60%) das indicações cirúrgicas, com especial destaque para
doença diverticular e megacólon chagásico. O tratamento da
doença diverticular por VL tem sido apontado como uma
das melhores indicações desta via de acesso
(7, 9) , ressaltando-se que na fase aguda da diverticulite a seleção prévia
dos casos é necessária para reduzir os índices de
conversão operatória nesta fase da doença
(59) .
A revisão de algumas séries (16, 32,
69) mostra que, para um mesmo grupo de cirurgiões, os índices de
conversão em pacientes tratados por diverticulite são muitas
vezes maiores do que os observados no tratamento de
pacientes com câncer, dados que mostram de maneira inequívoca
as dificuldades técnicas encontradas no tratamento
da diverticulite.
De maneira geral, aceita-se que apenas pacientes
classes I e II de Hinchey se beneficiam de menor morbidade
e tempo de hospitalização. Segundo a Sociedade
Americana de Cirurgiões Colorretais, pacientes com peritonite
purulenta generalizada (III) ou contaminação fecal (IV) não
são bons candidatos ao tratamento por VL
(67) .
Relatos recentes sobre o tratamento da
peritonite diverticular, com lavagem peritonial
laparoscópica, antibioticoterapia e drenagem, têm registrado o
controle do processo infeccioso por tempo prolongado
e eventualmente o resgate dos pacientes para
tratamento cirúrgico eletivo (13, 16,
39) . Apesar dos aparentes bons resultados, a não ressecção do segmento inflamado
na primeira abordagem é conduta passível de críticas, e
sua avaliação ainda requer maior número de casos
para conclusões definitivas.
O tratamento de outras condições benignas por
VL tem merecido destaque em diversas
publicações nacionais, como megacólon, reconstrução de trânsito
pós-Hartmann e procidência retal
(19, 20, 40, 47, 49, 50, 61, 63, 52) . Entretanto, o relato do tratamento de doenças
inflamatórias em nosso meio não tem sido freqüente. Na
presente casuística, doença de Crohn e colite ulcerativa
representaram apenas 2,4% e 1,9% das indicações
cirúrgicas, respectivamente.
O tratamento da íleo-colite de Crohn tem obtido
bons resultados pós colectomias direitas vídeo-assistidas,
com baixos índices de morbidade, conversão e
permanência hospitalar (4, 17, 31, 54, 57,
68) . A maior relutância dos autores na indicação da VL diz respeito à avaliação e excisão
de tecido inflamado. Alguns sugerem que a presença
de complicações locais (abscesso, fístulas, doença
recidivada em anastomose), principalmente quando
associadas, constituem uma limitação importante ao emprego da
VL, por levar a altos índices de conversão
(4, 31, 54) .
Entretanto, em pacientes selecionados portadores
de ileocolite refratária, Milsom et al
(36) concluíram que a
técnica laparoscópica proporcionou recuperação mais rápida
das funções pulmonares, menos complicações e
menor hospitalização, em estudo prospectivo e
randomizado, comparando a cirurgia laparoscópica
vs convencional.
Quando possível, o preparo adequado dos
pacientes com suporte nutricional, antibioticoterapia,
repouso intestinal e drenagens percutâneas de abscessos pode
tornar viável o emprego da laparoscopia
(68) . Há, inclusive, relatos de casos em que foi possível realizar
estenoticoplastias por via laparoscópica
(30) ou mesmo tratar pacientes portadores de fístulas intestinais
(31). Por esses motivos, as contra-indicações do acesso laparoscópico no
tratamento desta afecção ainda não estão claramente definidas.
Quanto ao tratamento da colite ulcerativa, há de
se discutir os resultados das colectomias totais (CT) por
VL. Estas representaram 5,1% dos procedimentos
realizados na presente série (53 CT com íleo-retoanastomose e
31 proctocolectomias). A polêmica sobre os fatores
que justificam ou não sua indicação diz respeito à
maior complexidade técnica envolvida e ao maior tempo
operatório necessário para sua realização
(30, 64, 65) . Em revisão da literatura sobre o tratamento da colite ulcerativa,
Sardinha e Wexner (57) concluíram que a realização
de proctocolectomia restorativa por VL está associada a
maior tempo operatório e maior incidência de complicações
intra e pós-operatórias quando comparada à laparotomia.
Apesar de alguns trabalhos mostrarem que a curva de
aprendizado acaba por minorar essas desvantagens, essas
críticas constituem a razão pela qual a indicação deste
procedimento tem sido restrita e seletiva.
Por outro lado, Milsom et al (35) relataram bons
resultados após CT e íleo-reto anastomose no tratamento de
pacientes jovens portadores de polipose adenomatosa familiar.
Esses autores concluíram que pacientes jovens, magros e
com doença benigna reúnem condições para serem os
candidatos ideais à indicação de CT por cirurgia minimamente
invasiva. De maneira semelhante, Marcello et al
(33) também encontraram vantagens relacionadas ao retorno das
funções intestinais e tempo de hospitalização em portadores de
colite ulcerativa e polipose familiar submetidos a
proctocolectomia restorativa.
Assim, diante dessa controvérsia, o bom senso
do cirurgião e a seleção adequada dos pacientes deverão
ser os principais guias na indicação deste
procedimento complexo.
A possibilidade de tratamento laparoscópico
das neoplasias colorretais tem sido intensamente debatida
na literatura. Os argumentos usados contra a utilização
da laparoscopia dizem respeito à possibilidade de se
realizar cirurgia oncologicamente radical e à ocorrência de
recidivas parietais (11, 15, 22, 44, 51,
66) . Esses fatos têm determinado uma seleção prévia dos pacientes operados, evitando-se
o tratamento de indivíduos com tumores
localmente avançados. Por outro lado, a laparoscopia já
representa uma importante opção terapêutica no tratamento
paliativo de pacientes com doença metastática.
Na série brasileira, as neoplasias malignas
repre-sentaram 40% do total das indicações cirúrgicas,
indicação que variou intensamente entre as equipes
consultadas. Recidivas tumorais ocorreram em 14% dos
pacientes operados, a maioria delas nos dois primeiros anos
de seguimento, à semelhança do que ocorre em
cirurgia convencional (29) .
A incidência registrada de recidiva parietal foi de
apenas 0,5%, número comparável à cirurgia convencional
(22, 26, 51) e a outras séries de VL
(18, 41, 58) . Esses dados reforçam
a impressão de que a ocorrência de recidiva parietal
esteja relacionada à natureza avançada de alguns tumores
(45) e/ou técnica cirúrgica inadequada
(34) . A experiência com a VL mostra que ela oferece uma clara visão das
estruturas pélvicas, provê adequada dissecção do mesorreto
mesmo após radioterapia pré-operatória, permite a confecção
do estoma em abdômen com incisões mínimas e diminui
o risco de hérnias incisionais e aderências no
pós-operatório (53, 60) . Por esses motivos, os benefícios do acesso
laparoscópico no tratamento de tumores do reto distal
pela amputação abdômino-perineal do reto têm sido
amplamente reconhecidos (20, 25, 27, 35, 46,
50) .
Os dados aqui apresentados e os resultados de numerosas séries da literatura deixam claro que a
utilização da VL no tratamento de tumores é, mais do que
uma alternativa terapêutica à cirurgia convencional, uma
opção do cirurgião treinado em cirurgia oncológica,
cuja indicação deve ser criteriosa e seu emprego baseado
em rígidos cuidados técnicos.
Conclusões e Comentários Finais
Os resultados do presente trabalho permitem
concluir que a experiência brasileira em cirurgia laparoscópica
colo-retal é significativa e que as doenças benignas
constituem as principais indicações do método,
representadas principalmente pela doença diverticular e
megacólon chagásico. Além disso, os índices de
morbi-mortalidade operatória são aceitáveis e semelhantes aos
encontrados na literatura.
Apesar de controverso, o tratamento das
neoplasias malignas tem obtido resultados promissores e
adequados quanto à ocorrência de recidiva tumoral local e parietal.
Entretanto, a simples capacidade de se realizar
um procedimento, por meio de uma determinada técnica,
não condena ou mesmo indica que sua aplicação seja
correta. Desta forma, o sucesso da cirurgia laparoscópica
colorretal depende não só da experiência do cirurgião, como
também de uma seleção prévia dos pacientes e do adequado
emprego da técnica.
Campos FGCM et al _ Laparoscopic Colorectal Surgery. Results of the Brazilian Registry - 2001.
Summary: This multicentric national registry reports the experience of 14 Brazilian surgical teams specialized in laparoscopic colorectal surgery. Between 1992 and 2001, 1843 patients (896 men - 48,6% and 947 women - 51,4%) were operated on, with ages ranging from 1 to 94 years (average 56,4 years). Benign diseases were diagnosed in 1109 patients (60,2%). Most diseases (60,5%) were located in the left and sigmoid colon, 21,3% in the rectum and anal canal and 9,5% in the right colon. There were 73 (4,0%) intraoperative complications (2,0% to 6,2%), 54 (73,9%) of which registered during the first 50 operated patients in each surgical team. There were reported 199 (10,66 %) convertions to laparotomy (0 to 23,5%), that were also more common during the early experience (n=119 -59,8%). Postoperative complications were registered in 367 (19,9 %) patients (8,0% to 29,6%). Mortality occurred in 29 patients (1,6%). Seven hundred and thirty-four (39,8%) malignant tumors were operated on; the provided histological types of 685 tumors revealed 652 (95,2%) adenocarcinomas, 23 (3,4%) spinocellular carcinomas and 10 (1,5%) other histological types. There were 83 (13,9%) tumor recurrences, the majority of which (68%) diagnosed during the first 2 years of follow-up. After an average follow-up of 26,5 months, there were 3 (0,5%) parietal recurrences, two of which in port sites and one in a patient with disseminated disease. There was no incisional recurrence in the ports used to withdraw the pathologic specimen. Conclusions: 1) The Brazilian experience is significant; 2) Benign diseases were the most common indication (60%), being represented mainly by diverticular disease and chagasic megacolon; 3) Complication and mortality rates are similar to those reported in literature; 4) Oncologic results are satisfactory and the incidence of parietal recurrence (0,5%) is low and similar to other series.
KEY WORDs: laparoscopic colorectal surgery, laparoscopic colectomy.
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Endereço para correspondência:
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