ARTIGOS ORIGINAIS


ENEMAS DE CICLOSPORINA (CYA) NO TRATAMENTO DA COLITE ULCERATIVA INDUZIDA, EM RATOS, POR ÁCIDO ACÉTICO

ROBERTO AMARAL - TSBCP
ANTÔNIO DAL PIZZOL JR.
CIRO PAZ PORTINHO
PAULO BRAGA
LUIS FERNANDO MOREIRA
PEDRO GUS TSBCP


Amaral R, Pizzol Jr AD, Portinho CP, Braga P, Moreira LF, Gus P. _ Enemas de ciclosporina (cya) no tratamento da colite ulcerativa induzida, em ratos, por ácido acético._ Rev bras Coloproct, 2001;21(4):219-227

resumo: A procura de alternativas no tratamento da colite ulcerativa tem sido estimulada em função das falhas das terapias convencionais e dos avanços no entendimento dos múltiplos mecanismos que envolvem a sua etiopatogenia .

Objetivo: verificar a eficácia de enemas de ciclosporina (CyA) no tratamento da colite ulcerativa induzida experimentalmente por ácido acético em ratos e, secundariamente, desenvolver um modelo experimental de colite induzida em nossa Instituição.

Material e métodos: realizou-se um ensaio clínico, randomizado, unicego, controlado por placebo utilizando-se 55 ratos (Wistar) divididos em 4 grupos: A (n=15, indução com ácido acético 7%), B (n=16), indução com ácido acético + enemas de CyA/2,0 mg/kg/6 dias), C (n=9, indução com solução fisiológica + enemas de CyA/0,5 mg/6 dias) e D (n=15, indução com solução fisiológica).
Variáveis de interesse:
alterações macro e microscópicas da mucosa colônica e modificações diárias no peso, ingesta alimentar e características das fezes dos animais.

Resultados: durante o estudo (14 dias), sacrificaram-se exemplares de cada grupo nos dias 2, 3, 5, 7 e 14 para avaliações macro e microscópicas. Não foram observadas alterações estatiscamente significativas das variáveis peso, ingesta alimentar e características das fezes quando se compararam os grupos A e B. A avaliação macroscópica foi significativa na comparação dos grupos A e B tanto no período acumulado do 2º ao 14º dia (p=0,037) como do 3º ao 14º dia (p=0,009). O Índice histológico da atividade da doença (IHAD) não mostrou diferença estatisticamente significativa quando da comparação dos grupos A e B (média=1,27 vs 1,75).

Conclusão: o modelo de indução experimental da colite por ácido acético a 7% é eficaz e reprodutível; a via de administração foi segura quando consideradas a ausência de alterações no peso, ingesta e características das fezes; a dose de 2,0 mg/kg/dia mostrou eficácia ao modificar positivamente as alterações macroscópicas da mucosa colônica não sendo capaz de apresentar os mesmos resultados quando avaliados histologicamente.

UNITERMOS: colite ulcerativa, colite induzida quimicamente, terapia, imunossupressão, ciclosporina

Nos últimos anos, uma das doenças mais estudadas tem sido a colite ulcerativa. Tal interesse deriva de suas variadas formas de apresentação, do crescente número de diagnósticos nos últimos anos, da importante morbimortalidade e de seu elevado custo social1-4.
    O marcado aumento no risco de câncer colorretal, chegando em alguns estudos a uma incidência cumulativa em 35 anos de até 25 % em pacientes com pancolite5-8 e o grau de incapacidade que a doença pode trazer9 reforçam a relevância do assunto e a necessidade crescente da investigação nesta área.
    O tratamento da colite ulcerativa encontra-se restrito pela sua patogênese obscura e pelo limitado entendimento dos eventos imunoinflamatórios que a desencadeiam. Até o momento, a intervenção terapêutica concentra-se, principalmente, no combate às conseqüências da amplificação das cascatas imunológicas e inflamatórias e às repercussões sistêmicas destas. O entendimento, ainda que incompleto, destes mecanismos tem proporcionado o desenvolvimento de linhas de pesquisa. Desta maneira, além dos tratamentos já consagrados (aminossalicilatos e glicocor-ticóides) avalia-se a utilização de imunomoduladores, ina-tivadores de radicais livres, inibidores da síntese de leuco-trienos e de inibidores do recrutamento de neutrófilos entre outros10,11,12.
    Modelos mais elaborados de pesquisa apresentam inúmeras dificuldades seja na operacionalização, possibilidade de vieses, dificuldade de extensão de suas conclusões ou pelo custo e tempo de realização. Neste contexto, os modelos experimentais de indução de colite, guardadas as suas limitações, podem servir como alternativas viáveis para estudar sua etiopatogenia ou mesmo seu manejo tera-pêutico13. Existem vários modelos de indução da colite (ácido acético, ácido trinitrobenzenosulfônico, carragenam/sulfato dextram, imunocomplexos, indometacina, tamarin, HLA-B27)14-22. Dentre estes, o de indução tóxica pelo ácido acético, inicialmente proposto por MacPherson e cols14, tem sido muito utilizado pela praticidade e apresentação aguda da doença. Existem vários métodos de administração do ácido acético: (1) aplicação tópica na serosa14; (2) injeção intraluminal através de ceco previamente isolado e lavado com uma solução tamponada15 (3) instilação em um segmento colônico exteriorizado por duas colostomias18 ou (4) através de enemas por cateter introduzido de 3,0 a 8,0 cm da borda anal14,16,17,19. As concentrações e os volumes de ácido acético variam de 4 a 50% e de 1,0 a 2,0 mL respectivamente enquanto os tempos de permanência do ácido também variam de segundos até horas14-19. A concentração utilizada determina a intensidade das lesões observadas. As lesões apresentam-se mais intensas, tanto macro como microscopicamente, na primeira semana apresentando recuperação praticamente completa ao final da segunda semana15-19.
    Embora seja um modelo claramente tóxico, é provável que a resposta inflamatória resultante seja devida ao produto do influxo de conteúdo luminal para a lâmina própria decorrente da destruição das células epiteliais com perda da barreira epitelial entre as células imunológicas da lâmina própria e os antígenos do lúmen. E, apesar de diverso daquele que se encontra na colite ulcerativa, onde o evento iniciador é uma ativação das células imunológicas da lâmina própria que levam a um dano das células epiteliais, ambas as situações mostram uma surpreendente semelhança quando se examina o padrão do metabolismo do ácido aracdônico. Na duas situações tanto os produtos da lipoxigenase como da cicloxigenase são igualmente dependentes da infiltração dos neutrófilos, seja na colite ulcerativa ou na mediada pôr ácido acético16,18,23. Como a colite induzida é precoce e aguda é possível sua utilização no estudo desta fase da doença a fim de investigar qual ou quais componentes da doença inflamatória intestinal são produtos de um componente inflamatório agudo bem como avaliar a eficácia farmacológica de novas drogas nesta fase da doença.
    As propriedades imunossupressivas da ciclosporina (CyA), descritas inicialmente por Borel e cols24 em 1976, e conhecimento de que as doenças inflamatórias intestinais sejam etiologicamente imunomediadas fez crescer o interesse por seu uso nesta área desde 198410,11. Ela difere dos imunossupressores convencionais pelo fato de não apresentar influência significativa sobre as funções hema-topoiética, fagocítica e neoplástica. A CyA possui um efeito seletivo, reversível e desconhecido principalmente na indução dos linfócitos T-auxiliares (helper) que comandam a resposta imune antígeno dependente. Sua ação se dá na interferência da proliferação e da função linfocítica, principalmente, através da inibição da transcrição da Interleucina-2 (IL-2)10,12,25 bloqueando a liberação desta e de outras linfocinas ao mesmo tempo que deixa intacta a expressão dos receptores para IL-2 e a responsividade das células T ativadas às linfocinas circulantes. Ela pode ainda afetar outras células da lâmina própria e da circulação periférica através do efeito da droga sobre as células T e as citocinas além de também inibir a ativação de mastócitos e a degranulação de basófilos. Não se evidencia nenhum efeito da droga sobre as células B ou os macrófagos. A resposta supressora máxima da proliferação linfocítica se dá quando a droga é dada nas primeiras 24 h de exposição ao estímulo. A medida que o tempo entre a exposição e a administração aumentam, a proliferação diminui marcadamente10. Quanto aos efeitos adversos, a CyA é uma droga potencialmente tóxica salientando-se nefro-toxicidade, hipertensão, hipertricose, parestesias/tremores, hepa-totoxicidade, hiperplasia gengival e náuseas12. Dentre estes, a nefrotoxicidade é o mais importante ocorrendo com maior freqüência se houver a concomitância com outras drogas nefrotóxicas. Há reversão, em aproximadamente 90% dos casos, após a suspensão da droga10. Alterações linfopro-liferativas são menos freqüentes do que as observadas com os imunossupressores convencionais10,12,25. Infecções opor-tunísticas podem ocorrer quando se usam doses altas da droga (> 5,0 mg/kg/dia/VO ou 4,0 mg/dia/IV)26.
    Se o início precoce dos efeitos positivos é uma vantagem, os efeitos adversos e as falhas na manutenção da remissão pós tratamento são óbices para seu uso11,27. Vários estudos não-controlados mostraram a eficácia da droga, no tratamento de casos graves de colite ulcerativa, quando administrados pelas vias oral e intravenosa27. Nos casos refratários de colite esquerda e distal a administração de CyA pela via retal tem sido testada na tentativa de se minimizar seus efeitos adversos. Pontos a favor da administração de enemas em solução aquosa vêm da sua eficácia local, de níveis teciduais colônicos até 10 vezes maiores do que os obtidos com a via oral, semelhantes àqueles pós administração IV, além da vantagem da concentração plasmática baixa10,12. Isto ocorre porque a forma aquosa diminui a absorção da CyA evitando-se os efeitos adversos de concentrações séricas elevadas28. Estudos experimentais29, utilizando doses de 2,5 a 10,0 mg/kg e estudos abertos30,31, com doses variando de 250,0 a 350,0 mg/dia, testaram esta hipótese encontrando resultados positivos em mais de 50% dos casos. Existem relatos de que existiria ainda uma correlação positiva entre a resposta e o tempo de retenção do enema11.
    O objetivo principal deste estudo foi verificar a eficácia de enemas de ciclosporina (CyA) no tratamento de colite ulcerativa induzida por ácido acético tendo-se como parâmetros de avaliação as alterações macro e microscópicas da mucosa colônica bem como as modificações no peso, ingesta alimentar e características das fezes.
    Secundariamente, objetivou-se desenvolver em nossa Instituição um modelo de indução experimental de colite, a partir da utilização de enemas de ácido acético, de baixo custo e fácil realização.

MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido em consonância com os princípios estabelecidos pelo "Guide for care and use of laboratory animals" (Institute of Laboratory Animal Resources, National Research Council, Washington DC, 1996).
    Realizou-se um ensaio clínico, randomizado, unicego, com controle interno, onde os controles recebiam ou enema de solução fisiológica, no mesmo volume usado para a indução, ou enemas diários de ciclosporina, na mesma dose e mesmo período usados no grupo intervenção.
    A técnica escolhida para a indução da colite foi uma adaptação daquelas descritas por Yamada e cols16 e Tannahill e cols17. Sucintamente, os animais sem qualquer tratamento prévio foram submetidos, sob leve anestesia com éter sulfúrico (LabSynth. P.A. - A.C.S.), à administração intracolônica, através de um cateter plástico de 0,8 mm de diâmetro (sonda de aspiração traqueal nº 8 CPL-medical's) marcado aos 8 cm para limitar a distância da borda anal, de uma solução de ácido acético (LabSynth . P.A. - A.C.S.) diluído a 7 % e com volume de 3 mL. Os animais (cinco ratos por gaiola) foram alojados em ambiente com temperatura e luz controladas, sendo o fornecimento de ração padrão e água ad libitum.
    Estudaram-se 55 ratos norvérgicos da cepa Wistar, fornecidos pelo Biotério Central do ICBS/UFRGS/POA com, pelo menos, 9 semanas de idade, peso não inferior a 180,0 g, com uma média de 276,0 g e desvio padrão de 25,0 g. Ratos com diarréia prévia ao tratamento ou peso abaixo de 180,0 g foram excluídos. Realizou-se randomização em blocos para divisão dos animais em quatro grupos: o grupo da colite induzida (grupo A, n = 15) recebeu enema de ácido acético a 7% (3 mL) e foi acompanhado para avaliar-se a evolução da doença; o grupo intervenção (grupo B, n = 16) foi induzido com ácido acético sendo tratado com CyA (SANDIMMUN® 100 mg/mL - Sandoz ) na dose de 2,0 mg/kg (0,5 mg = 1 mL) 24 h após a indução e durante 6 dias consecutivos29 o grupo C ( n = 9) recebeu CyA na dose de 0,5 mg (1mL) 24 h após um enema de solução fisiológica e durante 6 dias consecutivos; o grupo D (n=15) recebeu apenas enema de solução fisiológica no mesmo volume (3 mL) usado para a indução com ácido acético. Os grupos C e D foram utilizados para controle. O experimento estendeu-se por 14 dias. Diariamente eram avaliados e anotados os pesos dos animais, o consumo de ração por gaiola, a consistência e o aspecto das fezes.
    A partir do 2º dia foram sacrificados (aspiração de concentrações elevadas de éter sulfúrico), em média, 2 animais do grupo D e 3 animais dos demais grupos. Após a remoção e abertura longitudinal ao longo da borda mesentérica procedia-se a lavagem com solução fisiológica. Os primeiros 14 cm de cólon foram seccionados e montados em uma placa para exame macroscópico. Para esta avaliação utilizou-se um estereomicroscópio (aus-JENA, Alemanha, ocular 6,3 x, regulagem 0,63 a 4x). Após, foram coletadas três biópsias de cada cólon escolhendo-se como locais de retirada, as áreas de ulceração e/ou inflamação e uma área aparentemente íntegra. Foram colhidas amostras aos 1,0 , 3,0 e 8,0 cm na ausência de lesões visíveis. Os espécimes eram enrolados e fixados em solução de formol a 5 % para posterior confecção de blocos de parafina e preparação de lâminas que foram coradas por hematoxilina e eosina e avaliadas histologicamente por microscopia usando-se um microscópio óptico binocular (Olympus BHZ, Olympus Co. Tóquio, Japão). O material das biópsias recebeu um tratamento semelhante no que se refere ao processamento e avaliação histológica.
    Os resultados foram avaliados em 4 níveis verificando-se (1) as variações de peso e ingestão dos animais, (2) a variação da consistência e aspecto das fezes , (3) as características macroscópicas e (4) microscópicas da mucosa.
    A variação diária de peso foi calculada pela média da variação dos pesos individuais dos animais em cada um dos grupos.
    Os danos macroscópicos da mucosa foram avaliados, por dois observadores cegos dos tratamentos, através de um escore que variava de 0 a 5 tendo sido adaptado daquele descrito por Morris e cols20 (Tabela 1).

Tabela 1 - Avaliação macroscópica da mucosa

escore  achados macroscópicos
0 sem dano
1 hiperemia localizada SEM ULCERAÇÕES
2

ULCERAÇÕES LINEARES sem inflamação significante (pouca hiperemia e sem espessamento da parede)

3

ULCERAÇÕES LINEARES com inflamação em UM LOCAL

4

DOIS OU MAIS IMPORTANTES locais de inflamação e ulceração ou
UM LOCAL IMPORTANTE de inflamação e ulceração medindo >1,0 cm ao longo do cólon INFLAMAÇÃO = hiperemia e espessamento da parede

A avaliação microscópica das lâminas das peças e das biópsias foi realizada por patologista, cego tanto dos tratamentos quanto da avaliação macroscópica e foi baseada no Índice Histológico de Atividade da Doença (IHAD) descrito por Sandborn e cols30 (Tabela 2).

Tabela 2 - Índice histológico de atividade da doença


Para a análise estatística utilizaram-se os programas Stat View 4.02, 1993, Abacus Concepts Inc. e Epi Info v.6.04, jan/97. Calculou-se a média e o desvio padrão das variáveis peso, achados macro e microscópicos, consumo médio por animal/dia e ingestão. Os testes qui-quadrado e Exato de Fischer foram usados para avaliar consistência e aspecto das fezes. O Wilcoxon rank test foi usado nas variáveis peso, ingesta e achados macro e microscópicos.
    Em todos os testes, valores de p £ 0,05 foram considerados significativos.

RESULTADOS
Para uma melhor adequação às condições técnicas do laboratório e do biotério, o estudo foi realizado em quatro etapas. Ao longo destas, houve três mortes: duas no grupo B e uma no grupo D.
    O peso dos animais variou, ao longo do estudo, entre os diversos grupos. Não houve diferença estatiscamente significativa entre os grupos A e B enquanto ela foi significativa entre os grupos C e D. A variação diária do peso dos animais em cada grupo está apresentada na figura abaixo (Fig. 1).

Fig. 1 - Peso médio diário entre os grupos.

* NS, † p = 0, 007 (Wilcoxon rank test)

 

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas na comparação dos dados de consumo diário de ração por rato, tanto entre os grupos A e B como C e D. As variações da ingesta entre os grupos, a partir do primeiro dia e dos dias subseqüentes em que houve sacrifício dos animais, estão apresentadas a seguir (Tabela 3).

Tabela 3 - Variação da ingesta média por animal.

 

Em relação a consistência das fezes, não houve significância estatística quando se compararam os grupos A e B (qui-quadrado, NS). Já a comparação entre os grupos C e D foi significativa (Teste Exato de Fischer, p = 0,007). Estas variações estão expressas na figura que resume as variações da consistência das fezes nos diversos grupos (Fig. 2).
    Quanto ao aspecto das fezes, os resultados encontrados não mostraram uma diferença estatística entre os grupos A e B (qui-quadrado, NS). No entanto, esta diferença mostrou-se significativa quando se analisaram os grupos C e D (Teste Exato de Fischer, p = 0,04). A figura a seguir ilustra estes achados (Fig. 3).

Fig. 2 - Consistência das fezes nos grupo durante todo o experimento.
* qui-quadrado, NS † Teste Exato de Fischer, p = 0,007

 

Fig. 3 - Aspecto das fezes nos grupos durante todo o experimento.
* qui-quadrado, NS † Teste Exato de Fischer, p = 0,04

A avaliação macroscópica evidenciou uma significância estatística (Wilcoxon rank test) quando se compararam os grupos A e B, tanto no período acumulado do 2º ao 14º dia quanto do 3º ao 14º dia. Esta estratificação foi feita para se poder evidenciar, com maior clareza, os efeitos da ciclosporina no grupo B. A comparação dos grupos C e D não mostrou significância estatística. Estes resultados estão apresentados na tabela a seguir (Tabela 4).

Tabela 4 - Alterações observadas na avaliação macroscópica da mucosa (0 - 5).

Os aspectos macroscópicos mais significativos das lesões observadas e classificadas estão demonstrados na figura a seguir (Fig. 4)

Fig. 4 - Aspectos macroscópicos relevantes

 

Finalmente, foi realizada a avaliação microscópica das lesões nos cólons. A evolução das alterações microscópicas foi estudada através de uma lâmina média para as peças e as biópsias. A comparação dos grupos (Wilcoxon rank test), tanto nas lâminas das peças quanto nas das biópsias, não foi significativa entre os grupos A e B e também entre os grupos C e D mesmo quando estratificados nos períodos do 2º ao 14º e 3º ao 14º dias (Tabela 5).

 

Tabela 5 - Alterações do índice histológico da atividade da doença (0-3) nas peças e biópsias

O coeficiente de correlação (CC) das médias acumuladas das lâminas das peças e das biópsias do índice histológico da atividade da doença (IHAD) foi 0,85 e 0,70, respectivamente para os grupos A e B.
    Os aspectos microscópicos mais significativos das lesões observadas e classificadas são mostrados na figura a seguir (Fig. 5).

Fig. 5 - Aspectos microscópicos significativos observados nas lâminas das peças no 2º, 5º e 7º dia.

 

DISCUSSÃO
As limitações no conhecimento da etiologia da colite ulcerativa, bem como a inexistência de marcadores específicos de atividade da doença, dificultam as intervenções terapêuticas que, desta maneira, concentram-se principalmente no combate às conseqüências da amplificação das cascatas imunológica e inflamatória e às repercussões sistêmicas destas.
    A escolha do modelo experimental sempre deve levar em consideração aquilo a que se propõe o estudo. Assim, a utilização do modelo de indução de doença aguda pelo ácido acético está justificada em função da ação farmaco-dinâmica da CyA que, ao interferir na fase de ativação das células imunológicas da lâmina própria, principalmente as células T10,12,25, minimizaria a resposta inflamatória induzida pelo ácido acético. Além deste aspecto, apesar das diferenças dos fatores iniciadores da resposta imunológica em ambas as situações, a colite induzida pelo ácido acético mostra uma grande semelhança no padrão do metabolismo do ácido aracdônico verificando-se que, tanto os produtos da lipo como os da cicloxigenase, são igualmente dependentes da infiltração neutrocitária seja mediada pelo ácido acético ou na colite ulcerativa15,16,18,23,32.
    A diversidade e a falta de especificidade de apresentação das manifestações clínicas, endoscópicas e histológicas da doença dificulta a criação de um padrão classificatório reprodutível que seja amplamente aceito e possa ser utilizado na pesquisa médica. Desta maneira, a introdução e utilização das variáveis peso, ingesta, consistência e aspecto das fezes no estudo, teve apenas o intuito de, ao acompanhar a evolução dos grupos durante o experimento, observar se os tratamentos produziriam alguma alteração de interesse.
    Ao analisar-se o peso, verifica-se que não houve diferença significativa entre os grupos A e B apesar da curva do grupo B ter se mantido descendente por um maior tempo. Como a perda de peso é consecutiva à cronicidade da doença ou à intensidade de suas manifestações33,34, o próprio método de indução aguda da doença e a rápida recuperação podem ter sido os responsáveis por estes achados. A diferença estatisticamente significativa observada entre os grupos C e D deveu-se, não aos tratamentos mas a um viés de confusão causado pela grande diferença dos pesos iniciais em cada um dos grupos. Isto pode ser explicado uma vez que, como o experimento foi realizado em etapas e o grupo C foi feito na última etapa, este período de tempo permitiu aos animais um maior ganho de peso e, conseqüentemente, a sua diferenciação. No entanto, a observação das curvas mostrou que, apesar das diferenças iniciais de peso, não houve variação dos mesmos ao longo do tempo em função dos tratamentos.
    Em relação ao consumo diário de ração pelos animais, observa-se que também não houve diferenças significativas tanto entre os grupos A e B como entre os grupos C e D. Isto fica bem evidenciado ao se cotejar as médias acumuladas da ingestão diária durante todo o transcorrer do experimento. Analisando-se as médias de ingestão grupo a grupo verificou-se que, entre os grupos A e B, a ascensão destas corresponde exatamente a evolução da doença aguda aumentando e estabilizando-se a medida que a doença evoluía favoravelmente. Nos grupos C e D, onde não houve indução de colite ulcerativa, a ingestão se manteve inalterada durante todo o tempo de observação.
    A avaliação das alterações da consistência e dos aspecto das fezes apresenta dificuldades já evidenciadas por Truelove e Witts35. Não se verificaram diferenças significativas na consistência das fezes nem no seu aspecto, quando da análise dos grupos A e B. É sabido que nem todos os casos de colite ulcerativa apresentam alterações destes parâmetros como ficou bem evidenciado por Both e cols34 mostrando, exatamente, que muitos pacientes, apesar de doentes, não apresentavam alterações no padrão de suas fezes. Lennard-Jones e cols36, em uma revisão de 100 pacientes com proctite, do St. Mark's Hospital, encontraram 30% de episódios de constipação enquanto 99% referiam sangue ou muco nas fezes. A aparente controvérsia quanto à presença de sangue apenas serve para evidenciar o quanto estes parâmetros podem ser variáveis. As diferenças, estatisticamente significativas, observadas entre os grupos C e D tanto na consistência quanto no aspecto das fezes devem-se, provavelmente, a efeitos adversos da administração da CyA pela via retal ou à própria variação na consistência que possivelmente pode ocorrer neste tipo de animal de experimentação.
    A análise dos resultados das alterações macroscópicas das lesões foi realizada em dois níveis (do 2º-14º e do 3º-14º dia). Esta estratificação teve como objetivo observar a intensidade dos efeitos da CyA com o transcorrer do tratamento uma vez que a avaliação do dia 2 quantificava apenas os efeitos das primeiras 24 h da mesma sobre a mucosa. Em ambas as situações verificou-se uma diferença estatisticamente significativa na comparação entre os grupos A e B. Estes achados evidenciaram que a CyA, na dose utilizada (2,0 mg/kg), conseguiu apresentar um resultado positivo abreviando a evolução da doença. O uso da via retal para a administração de CyA, nos casos de colite esquerda e distal, refratários aos tratamentos clássicos tem sido advogado já há algum tempo. A justificativa para a utilização desta via reside, principalmente em dois aspectos: um deles, a estreita janela terapêutica da CyA quando usada pelas vias oral e intravenosa e o outro, exatamente por prevenir esta toxicidade ao proporcionar baixas concentrações séricas37. Isto decorre do fato de que a administração de enemas na forma aquosa não só previne a sua absorção como também permite um tempo de contato mais prolongado do fármaco com a mucosa proporcionando níveis teciduais colônicos até dez vezes maiores do que aqueles observados quando da utilização da via oral e comparáveis com os obtidos pela via IV sem os riscos das altas concentrações plasmáticas da droga10,12,28. Resultados semelhantes aos observados no presente estudo foram obtidos por Murthy e cols29 em um trabalho experimental que utilizou o sulfato de dextram para indução da colite. Em recente revisão da literatura internacional, não foram encontradas publicações testando a associação de indução de colite ulcerativa aguda por ácido acético e o tratamento com enemas de CyA. Estudos abertos30,31 observaram resultados positivos em mais de 50% dos pacientes tratados com enemas existindo relatos de uma correlação entre o tempo de retenção do enema e uma resposta positiva ao tratamento11.
    Na comparação dos grupos C e D não se evidenciou nenhuma alteração significativa demonstrando, portanto, que a administração de enemas de CyA em mucosa normal não produz alterações dignas de nota. Os subsídios para esta afirmação são encontrados naquela constatação de que a utilização desta via de administração proporcionava níveis teciduais colônicos elevados sem contudo apresentar aumentos importantes nos níveis plasmáticos da CyA10,12.
    A estratificação da avaliação microscópica dos efeitos da CyA sobre a mucosa, tanto nas lâminas das peças como nas das biópsias, foi realizada da mesma maneira que para a avaliação macroscópica e atendeu aos mesmos propósitos desta. Comparando-se os resultados obtidos nos grupos A e B, tanto nas lâminas das peças como nas das biópsias, não se observaram diferenças significativas o que se contrapõe aos achados macroscópicos nos mesmos grupos e nas mesmas condições de análise.
    A literatura a respeito da colite ulcerativa é rica em citações sobre o descompasso entre os achados macroscópicos e histológicos como foi demonstrado por Spiliadis CA e Lennard-Jones38. Da mesma forma, existem dificuldades no estabelecimento de padrões histológicos de comparação válidos e reprodutíveis como ficou bem demonstrado se forem comparados os índices histológicos propostos por Sandborn e cols30 , Powell-Tuck e cols39 e Gomes e cols40. Em nenhum momento, qualquer destes índices contempla um critério para o processo de regeneração da mucosa. Quando da avaliação microscópica, o patologista ressentiu-se da falta deste critério o que o obrigava a pontuar uma lesão, com francas características regenerativas, como uma lesão grave na medida em que não havia aquela possibilidade no índice utilizado. Este, por não possibilitar uma avaliação mais precisa da eficácia da CyA, tenha talvez constituído um importante viés durante a avaliação microscópica das lesões podendo, assim, explicar a aparente discrepância entre os resultados das avaliações macro e microscópicas.
    Do mesmo modo, a ausência de diferença entre os grupos C e D, mesmo consideradas aquelas dificuldades de padronização de índices, pode ser convenientemente explicada pelas mesmas razões discutidas anteriormente onde ficou demonstrado que a CyA, em mucosa íntegra, não era capaz de produzir alterações relevantes.
    É importante ressaltar que os resultados da avaliação microscópica, tanto nas lâminas das peças como nas das biópsias, mostraram um alto índice de correlação tanto para o grupo A quanto para o grupo B apresentando uma aplicação clínica importante se considerado o grau de fidedignidade que a análise das biópsias possa propiciar.
    A partir dos resultados obtidos, o presente estudo permite concluir que o método de indução de colite ulcerativa pela utilização de ácido acético a 7% é efetivo e factível e que o emprego de CyA, na dose de 2,0 mg/kg (0,5 mg) mostrou ser eficiente quando se consideraram os aspectos macroscópicos da mucosa colônica o que é compatível com os dados de literatura disponíveis. Outros estudos são necessários para se avaliar os aspectos pertinentes a esta via de administração e a utilização da CyA como uma opção segura e correta no tratamento da colite ulcerativa.

Abstract: Research on alternative drugs to treat ulcerative colitis is very important considering its increase on incidence, peaking on youth. Target issues have been mainly focusing on progress in the understanding of multiple etiopathogenic mechanisms and severe side effects as well as failure of conventional therapies.
   
Therefore, to test the efficacy of cyclosporine A (CyA) enemas on the treatment of ulcerative colitis and, at the same time, develop an experimental model of colitis induction in rats with dilute acetic acid a randomized, single-blinded placebo-controlled trial was conducted.
   
Ulcerative colitis was experimentally induced in 55 adult male Wistar rats using a 7% acetic acid solution by rectal infusion. The rats were induced with acetic acid solution alone (group A, n=15) and further treated with CyA (2 mg/Kg/day) enemas (group B, n=16), infused with saline solution and treated with CyA or saline solution alone; group C (n=9) and D (n=15), respectively. During the experiment (14 days) samples of each group were sacrificed on day 2, 3, 4, 5, 7 and 14 to determine macro and microscopic disease activity scores. Daily variations on weight, food intake and stool characteristics were also observed, but no significant differences were found for these features for any group. Histologically, groups A and B were graded an average score of 1,27 and 1,75, respectively (NS). However, macroscopic appearance of disease activity was significantly improved either from day 2 to 14 or from day 3 to 14 in rats treated with CyA (group B) as compared to those (group A) without treatment (Wilcoxon rank test, p=0.037 and p=0.009).
   
In conclusion, CyA given by rectal enema is safe since no changes in weight, intake or stools were observed, and CyA at a dose of 2 mg/kg/day was effective to improve outcome. The model of colitis induction is suitable and cost-effective.

Keywords: Ulcerative colitis, experimental, cyclosporine

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Hodgson HJ.The natural history of treated ulcerative colitis [editorial; comment]. Gastroenterology 1994;107:300-2.
2. Teixeira MG, Brunetti Netto C, Rosoky RM, Habr-Gama A, Pinotti HW. Manifestações extra-intestinais da retocolite ulcerativa. Rev bras Coloproct 1988;8:45-49.
3. Houli J, Netto GM. Retocolite ulcerativa inespecífica. Rev bras Coloproct 1984;4:191-205.
4. Hay JW, Hay AR. Inflammatory Bowel Disease: costs-of-illness. J Clin Gastroenterol 1992;14:309-17.
5. Pinczowski D, Ekbom A, Baron J, Yuen Jet, Adami HO. Risk Factors for colorectal cancer in patients with ulcerative colitis: a case control study. Gastroenterology 1994;107:117-20.
6. Broström O, Löfberg R, Nordenwall B, Öst Ã, Hellers G. The risk of colorectal cancer in ulcerative colitis: an epidemiological study. Scand J Gastroenterol 1987;22:1193-99.
7. Lennard-Jones JE, Melville DM, Morson BC, Ritchie JK, Williams CB. Precancer and cancer in extensive ulcerative colitis: findings among 401 patients over 22 years. Gut 1990;31:800-06.
8. Ekbom A, Helmick C, Zack M, Adami HO. Ulcerative colitis and colorectal cancer. A population-based study. N Engl J Med 1990;323:1228-33.
9. Ferguson A, Sedgwick DM, Drummond J. Morbidity of juvenile onset inflammatory bowel disease: effects on education and employment in early adult life. Gut 1994;35:665-68
10. Berstein CN, Shanahan F. Immunomodulatory therapy in inflammatory bowel disease. In: Targan RS, Shanahan F. Eds. Inflammatory bowel disease: from bench to bedside. Baltimore; Williams & Wilkins,1994;503-523.
11. Van Hogezand RA. Medical management of patients with difficult-to-treat inflammatory bowel disease. Neth J Med 1994;45:55-59.
12. Brynskov J. Cyclosporin for inflammatory bowel disease: mechanisms and possible actions. Scand J Gastroenterol 1993;28:849-57.
13. Fuchs FD, Wannmacher L. Métodos de investigação farmacológico-clínica. in: Fuchs FD & Wannmacher Eds. Farmacologia Clínica. 2ed. Rio de Janeiro;Guanabara Koogan SA,1998,7-16.
14. MacPherson BR & Pfeiffer CJ.Experimental production of diffuse colitis in rats. Digestion 1978;17:135-170.
15. Fedorak RN, Empey LR, MacArthur C, Jewell LD. Misoprostol provides a colonic mucosal protective effect during acetic acid-induced colitis in rats. Gastroenterology 1990;98:615-25.
16. Yamada T, Fujinamoto K, Tso P, Fujinamoto T, Gaginella TS, Grislam MB. Misoprostol accelerates colonic mucosal repair in acetic acid induced colitis. J Pharmacol Exp Ther 1992;260:313-18.
17. Tannahill CL, Stevenot SA, Campbell-Thompson M, Nick HS, Valentine JF. Induction and immunolocalization of manganese superoxide dismutase in acute acid-induced colitis in the rat. Gastroenterology 1995;109:800-811.
18. Fabia R, Ar'Rajab A, Willén R, et al. Effects of phosphatidylcholine and phosphaticylinositol on acetic-acid-induced colitis in the rat. Digestion 1992;53:35-44.
19. Zahavi I, Burg Z, Marcus H, Karmeli F, Nusinovitz M, Dinari G. Therapeutic effect of colloid bismuth subcitrate in experimental colitis in the rat. Digestion 1995;56:211-13.
20. Morris GP, Beck PL, Herridge MS, Depew WT, Szewczuk MR, Wallance JL. Hapten-induced model of chronic inflammation and ulceration in the rat colon. Gastroenterology 1989;96:795-803.
21. Stenson WF. Animals models of inflammatory bowel disease. In: Targan RS, Shanahan F. Inflammatory bowel disease: from bench to bedside. Baltimore:Williams & Wilkins,1994;180-192.
22. Warren BF, Watkins PE. Animals models of inflammatory bowel disease. J Pathol 1994;172:313-16.
23. Fabia R, Ar'Rajab A, Willén R, Andersson R, Bengmark S. Effect of putative phospholipase A2 inhibitors on acetic acid-induced acute colitis in the rat. Br J Surg 1993;80:1199-1204.
24. Borel JF, Feurer C, Gubler HU, Stähelin H. Biological effects of cyclosporin A: a new antilymphocytic agent. Agents Actions 1976;6:468-75.
25. Linn FV, Peppercorn MA. Drug therapy for inflammatory bowel disease: part II. Am J Surg 1992;164:178-85.
26. Sandborn WJ. Cyclosporine therapy for inflammatory bowel disease: definitive answers and remaining questions. Gastroenterology 1995;109:1001-03.
27. Treem WR, Hyams JS. Cyclosporine therapy for gastrointestinal disease. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1994;18:270-78.
28. Present DH. Cyclosporine and other immunosupressive agents: current and future role in the treatment of inflammatory bowel disease. Am J Gastroenterol 1993;88:627-30.
29. Murthy SNS, Cooper HS, Shim H, Sholi RS, Braulin SA, Sedergron DJ. Treatment of dextran sulfate sodium-induced murine colitis by intracolonic cyclosporin. Dig Dis Sci 1993;38:1722-34.
30. Sandborn WJ. Tremaine WJ, Schroeder KW, Steiner BL. Batts KP, Lawson GM. Cyclosporine enemas for treatment-resistant, mildly to moderately active, left-sided ulcerative colitis. Am J Gastroenterol 1993;88:640-45.
31. Winter TA, Dalton HR, Merrett MN, Campbell A, Jewell DP. Cyclosporine A retention enemas in refractory distal ulcerative colitis and pouchits. Scand J Gastroenterol 1993;28:701-04.
32. Empey LR, Jewell LD, Manohar L, Fedorak RN, et al. Fish oil-enriched diet is mucosal protective against acetic-induced colitis in rats. Can J Physiol Pharmacol 1991;69:480-87.
33. Leijonmarck CE, Persson PG, Hellers G. Factors affecting colectomy rate in ulcerative colitis: an epidemiologic study. Gut 1990;31:329-33.
34. Both H, Torp-Pedersen K, Kreiner S, Hendriksen C, Binder V. Clinical appearance at diagnosis of ulcerative colitis and Crohn's disease in a regional patient group. Scand J Gastroenterol 1983;18:987-91.
35. Truelove SC, Witts LJ. Cortisone in ulcerative colitis. Final report on a therapeutic trial. Br Med J 1955;2:1041-48.
36. Lennard-Jones JE, Cooper GW, Newell AC, Wilson CWE, Avery Jones F. Observations on idiopathic proctitis. Gut 1962;3:201-06.
37. Sartor RB. Cyclosporine therapy for inflammatory bowel disease. N Engl J Med 1994;330:1897-98.
38. Spiliadis CA, Lennard-Jones JE. Ulcerative colitis with relative sparing of the rectum. Clinical features, histology, and prognosis. Dis Colon Rectum 1987;30:334-36.
39. Powell-Tuck J, Day DW, Buckell NA, Wadsworth J, Lennard-Jones JE. Correlations between defined sigmoidoscopic appearances and other measures of disease activity in ulcerative colitis. Dig Dis Sci 1982;27:533-37.
40. Gomes P, du Boulay C, Smith CL, Holdstock G. Relationship between disease activity indices and colonoscopic findings in patients wity colonic inflammatory bowell disease. Gut 1986;27:92-95.

Endereço para correspondência:
Roberto Amaral
Av. Mostardeiro 157, sala 305
Bairro Moinhos de Vento
Porto Alegre RS
CEP: 90430-001
Fone 0(xx) 51 33467855

Trabalho realizado e apresentado como dissertação na Faculdade de Medicina da UFRGS CPGC para obtenção do título de mestre em Medicina: Cirurgia - Porto Alegre, RS.