RESUMO DOS ARTIGOS
LUÍS CLÁUDIO PANDINI - TSBCP
PANDINI LC, Resumo de Artigos. Rev bras
Coloproct, 2001; 21(4): 274-275.
Delgado F.; Bolufer J.M.; Grau E. et al. Results. Surg Laparosc, 1999; 2:91-98.
Este estudo prospectivo coorte foi realizado para
avaliar os resultados das ressecções laparoscópicas no
câncer colorretal quanto aos parâmetros recidiva e
sobrevida dos pacientes. Foram avaliados 50 pacientes
submetidos à ressecção abdomino perineal (n=10),
retossigmoi-dectomia (n=18), ressecção anterior (n=13), e
outras colectomias (direita, esquerda, segmentar, n=9). A
média de acompanhamento foi de 21 meses (máximo,
24 meses). Os tumores pela classificação TNM foram:
estágio I (n=6), II (n=17), III (n=18) e IV (n=9). A
sobrevida nos estágios I IV foi 100, 92, 79 e 18%
respectivamente, com taxa de sobrevida sem doença de 100, 70 e
49% nos estágios I III, respectivamente. Recidiva
pélvica ocorreu em 4 casos e carcinomatose, metástase
pulmonar, metástases múltiplas e implante no local do
trocarter em um caso cada.
Os autores concluem que após um período de
acompanhamento máximo de 42 meses as taxas de recidiva
e sobrevida foram aceitáveis e semelhantes quando
comparadas aos resultados da literatura na cirurgia
conven-cional.
Plapler H.; Faria Netto AJ; Pedro M.S. 350 Ambulatory Hemorrhoidectomies using a Scanner Couple to a CO2 Laser. J. Clin. Laser Medicine & Surgery, 2000; 18:259-62.
Os autores realizaram estudo em 350 pacientes
utilizando o laser de CO2 acoplado ao dispositivo de
"Scanner" (Swiftlase®), para avaliar os resultados quanto a dor, a
cicatrização, a secreção e a hemostasia. A técnica
utilizada foi a hemorroidectomia à Milligan Morgan em
regime ambulatorial. Resultados: treze por cento dos
pacientes necessitaram de ligadura vascular para controle
de hemostasia intra-operatória, 96% dos pacientes
utilizaram analgésicos até o
3o dia, e dor intensa foi observado em 3.14%. A cicatrização ocorreu entre o 30º e 40º dia
de pós-operatório. Complicações imediatas incluíram 2
casos de hemorragia do pedículo que necessitou
reintervenção cirúrgica. Estenose anal ocorreu em 4 pacientes e
plicoma residual em 20% dos casos. O tempo médio de retorno
ao trabalho foi de 3 dias. Os autores concluem que o
Scanner acoplado ao laser de CO2 foi fundamental para o
melhor resultado pós-operatório.
Dodi G.; Melega E; Massin A; et al. Artificial bowel sphincter (ABS) for severe faecal incontinence: a clinical and manometria study. Colorectal Dis, 2000; 2: 207-10.
O objetivo deste estudo foi avaliar os resultados
com implante do esfíncter intestinal artificial (EIA) em oito
pacientes portadores de incontinência fecal refratária ao
tratamento clínico e bio feedback. As causas da
incontinência fecal foram: espinha bífida com seqüela (n=1) trauma
(n=1) e idiopatica (n=6).
Os resultados mostraram que em dois pacientes
houve necessidade da retirada do EIA por infecção. No
restante todos os pacientes apresentavam continência para
fezes sólidas sendo que em dois pacientes ocorria
incontinência para fezes líquidas.
Os autores concluem que apesar do risco de infecção
o esfíncter artificial é bem tolerado e efetivo no
tratamento da incontinência fecal grave.
Khalil K.H.; O' Bichere A.; Sellu D. Randomized clinical trial of sutured vs. stapled closed hemorrhoidectomy. Br J Surg. 2000; 87:1352-56.
O objetivo deste estudo foi comparar a hemorroidectomia fechada e com grampeador
nos parâmetros, dor, complicações, cicatrização, satisfação
dos pacientes e manometria anal. Foram avaliados 2 grupos
de 20 pacientes portadores de doença hemorroidária grau
III. Manometria anal foi realizada no pré-operatório, três e
seis meses de pós-operatório. Não houve diferenças quanto
à complicações imediatas e tardias. O tempo operatório
foi significantemente menor com o uso do grampeador (21
vs. 40 minutos; p=0.03). A média da satisfação dos
pacientes foi maior na hemorroidectomia grampeada, porém
sem significância estatística. O consumo de analgésicos foi
maior no grupo convencional (p<0.05) e o custo foi maior
no grupo que utilizou grampeador. Houve uma diminuição
da pressão de repouso e contração voluntária no grupo
operado com grampeador, retornando aos valores normais
no período de 6 meses. Os autores concluem que
a hemorroidectomia com o uso do grampeador
apresenta menor dor e tempo de cicatrização, maior satisfação
do paciente, e custo mais elevado.
Sengupta S.; Tjandra J.J.; Gibson P.R. Dietary Fiber and colorectal neoplasia.
Este interessante estudo foi realizado para analisar
o papel da fibra dietética na carcinogênese colorretal.
Todos os estudos de casos controles, longitudinal e
randômicos no período de 1998 e 2000 foram analisados, assim
como os estudos em modelo animal de 1986 a 2000. As
correlações epidemiológicas destes estudos mostraram que
uma alta ingestão de fibras dietéticas pode estar associada a
um baixo risco de câncer colorretal. Treze de 24 estudos
de casos controles revisados, demonstraram um efeito
protetor da fibra dietética contra o câncer intestinal e 16
mostraram efeito protetor dos vegetais e fibras vegetais.
Por outro lado, dos 13 estudos longitudinais, muitos deles
coorte, somente 3 demonstraram efeito protetor das fibras e 4
efeito protetor dos vegetais ou fibras vegetais. Os 5 estudos
comparativos e randômicos que investigaram o efeito do
aumento das fibras na recidiva de adenomas, não
demonstraram qualquer efeito protetor significante. Entre os 19
estudos em modelos animais, 15 demonstraram efeito
protetor das fibras contra a indução de tumor comparado com
grupo controle.
Schlachta C.M.; Mamazza J.; Seshadri P. A.; et al. Defining a Learning curve for Laparoscopic Colorectal Resections. Dis Colon Rectum, 2001; 44: 217-22.
O propósito deste estudo retrospectivo foi definir a curva de aprendizado nas ressecções laparoscópicas colorretais. Foram analisados 461 ressecções entre 3 cirurgiões. Não houve diferenças significantes entre pacientes submetidos a cirurgia para doença maligna, diverticulite e doenças inflamatórias. Com relação à experiência precoce e tardia, houve declínio na taxa complicações intra-operatórias (9% vs. 7% p=0.70) e conversão (13,5% vs 0.7% p=0.39). Houve diminuição significante no tempo operatório (180 vs 160 min, p<0.001) e permanência hospitalar (6.5 vs 5 dias, p<0.001). Não houve diferença na taxa de complicações pós-operatórias entre as experiências inicial e tardia (30% vs 32%, p=0.827). Os autores concluem que a curva de aprendizado para ressecções laparoscópicas colorretais foi de aproximadamente 30 procedimentos, baseados na diminuição do tempo operatório,complicações intra-operatórias e taxa de conversão.