RESUMO DOS ARTIGOS


Italo Accetta
Pietro Acetta
Accyoli Moreira Maia
Alfredo
Jorge Vasconcelos Duarte
José Carlos Vieira Trughi

LUÍS CLÁUDIO PANDINI - TSBCP


PANDINI LC, Resumo de Artigos. Rev bras Coloproct, 2001; 21(4): 274-275.

 

Delgado F.; Bolufer J.M.; Grau E. et al. Results. Surg Laparosc, 1999; 2:91-98.

Este estudo prospectivo coorte foi realizado para avaliar os resultados das ressecções laparoscópicas no câncer colorretal quanto aos parâmetros recidiva e sobrevida dos pacientes. Foram avaliados 50 pacientes submetidos à ressecção abdomino perineal (n=10), retossigmoi-dectomia (n=18), ressecção anterior (n=13), e outras colectomias (direita, esquerda, segmentar, n=9). A média de acompanhamento foi de 21 meses (máximo, 24 meses). Os tumores pela classificação TNM foram: estágio I (n=6), II (n=17), III (n=18) e IV (n=9). A sobrevida nos estágios I IV foi 100, 92, 79 e 18% respectivamente, com taxa de sobrevida sem doença de 100, 70 e 49% nos estágios I III, respectivamente. Recidiva pélvica ocorreu em 4 casos e carcinomatose, metástase pulmonar, metástases múltiplas e implante no local do trocarter em um caso cada.
    Os autores concluem que após um período de acompanhamento máximo de 42 meses as taxas de recidiva e sobrevida foram aceitáveis e semelhantes quando comparadas aos resultados da literatura na cirurgia conven-cional.


Plapler H.; Faria Netto AJ; Pedro M.S. 350 Ambulatory Hemorrhoidectomies using a Scanner Couple to a CO2 Laser. J. Clin. Laser Medicine & Surgery, 2000; 18:259-62.

Os autores realizaram estudo em 350 pacientes utilizando o laser de CO2 acoplado ao dispositivo de "Scanner" (Swiftlase®), para avaliar os resultados quanto a dor, a cicatrização, a secreção e a hemostasia. A técnica utilizada foi a hemorroidectomia à Milligan Morgan em regime ambulatorial. Resultados: treze por cento dos pacientes necessitaram de ligadura vascular para controle de hemostasia intra-operatória, 96% dos pacientes utilizaram analgésicos até o 3o dia, e dor intensa foi observado em 3.14%. A cicatrização ocorreu entre o 30º e 40º dia de pós-operatório. Complicações imediatas incluíram 2 casos de hemorragia do pedículo que necessitou reintervenção cirúrgica. Estenose anal ocorreu em 4 pacientes e plicoma residual em 20% dos casos. O tempo médio de retorno ao trabalho foi de 3 dias. Os autores concluem que o Scanner acoplado ao laser de CO2 foi fundamental para o melhor resultado pós-operatório.


Dodi G.; Melega E; Massin A; et al. Artificial bowel sphincter (ABS) for severe faecal incontinence: a clinical and manometria study. Colorectal Dis, 2000; 2: 207-10.

O objetivo deste estudo foi avaliar os resultados com implante do esfíncter intestinal artificial (EIA) em oito pacientes portadores de incontinência fecal refratária ao tratamento clínico e bio feedback. As causas da incontinência fecal foram: espinha bífida com seqüela (n=1) trauma (n=1) e idiopatica (n=6).
    Os resultados mostraram que em dois pacientes houve necessidade da retirada do EIA por infecção. No restante todos os pacientes apresentavam continência para fezes sólidas sendo que em dois pacientes ocorria incontinência para fezes líquidas.
    Os autores concluem que apesar do risco de infecção o esfíncter artificial é bem tolerado e efetivo no tratamento da incontinência fecal grave.


Khalil K.H.; O' Bichere A.; Sellu D. Randomized clinical trial of sutured vs. stapled closed hemorrhoidectomy. Br J Surg. 2000; 87:1352-56.

O objetivo deste estudo foi comparar a hemorroidectomia fechada e com grampeador nos parâmetros, dor, complicações, cicatrização, satisfação dos pacientes e manometria anal. Foram avaliados 2 grupos de 20 pacientes portadores de doença hemorroidária grau III. Manometria anal foi realizada no pré-operatório, três e seis meses de pós-operatório. Não houve diferenças quanto à complicações imediatas e tardias. O tempo operatório foi significantemente menor com o uso do grampeador (21 vs. 40 minutos; p=0.03). A média da satisfação dos pacientes foi maior na hemorroidectomia grampeada, porém sem significância estatística. O consumo de analgésicos foi maior no grupo convencional (p<0.05) e o custo foi maior no grupo que utilizou grampeador. Houve uma diminuição da pressão de repouso e contração voluntária no grupo operado com grampeador, retornando aos valores normais no período de 6 meses. Os autores concluem que a hemorroidectomia com o uso do grampeador apresenta menor dor e tempo de cicatrização, maior satisfação do paciente, e custo mais elevado.


Sengupta S.; Tjandra J.J.; Gibson P.R. Dietary Fiber and colorectal neoplasia.

Este interessante estudo foi realizado para analisar o papel da fibra dietética na carcinogênese colorretal. Todos os estudos de casos controles, longitudinal e randômicos no período de 1998 e 2000 foram analisados, assim como os estudos em modelo animal de 1986 a 2000. As correlações epidemiológicas destes estudos mostraram que uma alta ingestão de fibras dietéticas pode estar associada a um baixo risco de câncer colorretal. Treze de 24 estudos de casos controles revisados, demonstraram um efeito protetor da fibra dietética contra o câncer intestinal e 16 mostraram efeito protetor dos vegetais e fibras vegetais. Por outro lado, dos 13 estudos longitudinais, muitos deles coorte, somente 3 demonstraram efeito protetor das fibras e 4 efeito protetor dos vegetais ou fibras vegetais. Os 5 estudos comparativos e randômicos que investigaram o efeito do aumento das fibras na recidiva de adenomas, não demonstraram qualquer efeito protetor significante. Entre os 19 estudos em modelos animais, 15 demonstraram efeito protetor das fibras contra a indução de tumor comparado com grupo controle.


Schlachta C.M.; Mamazza J.; Seshadri P. A.; et al. Defining a Learning curve for Laparoscopic Colorectal Resections. Dis Colon Rectum, 2001; 44: 217-22.

O propósito deste estudo retrospectivo foi definir a curva de aprendizado nas ressecções laparoscópicas colorretais. Foram analisados 461 ressecções entre 3 cirurgiões. Não houve diferenças significantes entre pacientes submetidos a cirurgia para doença maligna, diverticulite e doenças inflamatórias. Com relação à experiência precoce e tardia, houve declínio na taxa complicações intra-operatórias (9% vs. 7% p=0.70) e conversão (13,5% vs 0.7% p=0.39). Houve diminuição significante no tempo operatório (180 vs 160 min, p<0.001) e permanência hospitalar (6.5 vs 5 dias, p<0.001). Não houve diferença na taxa de complicações pós-operatórias entre as experiências inicial e tardia (30% vs 32%, p=0.827). Os autores concluem que a curva de aprendizado para ressecções laparoscópicas colorretais foi de aproximadamente 30 procedimentos, baseados na diminuição do tempo operatório,complicações intra-operatórias e taxa de conversão.