RESUMO DOS ARTIGOS
LUIS CLAUDIO PANDINI _ TSBCP
PANDINI, LC, Resumo de Artigos. Rev bras
Coloproct, 2002; 22(2): 137-138
ILe H, Shimada H, Ohk; S, Togo S et al. Results
of aggressive resection of lung metastases from
colorectal carcinoma detected by intensive follow up.
Dis Colon Rectum 2002; 45: 468-475.
Os autores avaliaram os resultados de um programa de seguimento intensivo para
metástase pulmonar que incluiu dosagens do
antígeno carcinoembriônico sérico a cada 2 meses e
radiografia de tórax de 6 em 6 meses. A ressecção cirúrgica
da metástase pulmonar foi realizada se as
metástases pulmonares e não pulmonares estavam
controladas, nódulos inferiores a quatro, e reserva
pulmonar adequada. A taxa de sobrevida de 5 anos para
ressecção pulmonar neste estudo foi de 63.7%. As variáveis
que significantemente influenciaram na sobrevida
pós-toracotomia foram: histologia do tumor
primário, número de gânglios comprometidos, intervalo livre
de doença entre a cirurgia do tumor primário e
o diagnóstico da metástase pulmonar. Os
autores concluem que pacientes com adenocarcinoma
bem diferenciado, nódulo metastático solitário e
intervalo livre de doença acima de 2 anos da cirurgia
primária são os fatores de melhor prognóstico para
maior sobrevida nestes doentes.
Armstrong DN, Ambroze WL, Schertzer ME, Orangro GR. Harmonic Scapel® vs electrocautery hemorrhoidectomy: a prospective evaluation. Dis Colon Rectum 2001; 44: 558-564.
Os autores realizaram um estudo prospectivo comparando hemorroidectomia fechada (80%)
com uso do bisturi elétrico e bisturi ultrassônico, quanto
à dor pós-operatória. A dor foi avaliada através de
escala analógica visual e consumo de analgésicos no 1º,
2º, 7º, 14º e 28º dias de pós-operatório. A dor
pós-operatória foi significantemente menor no
grupo operado com bisturi ultra-sônico que com
bisturi elétrico. No período de uma semana, 55% dos
pacientes operados com bisturi ultrassônico retornaram às
suas atividades profissionais, comparados com 23%
do grupo operado com bisturi elétrico. Os
autores concluem que a utilização do bisturi
ultrassônico diminui a dor pós-operatória em pacientes
operados de hemorroidectomia quando comparados com pacientes operados com bisturi elétrico, sugerindo
que o uso do bisturi harmônico® pode ocasionar
menor lesão térmica lateral.
Tichansky D, Cagir B, Yoo E, Marcus S M, Fry RD. Strictureplasty for Crohn's disease: meta-analysis. Dis Colon Rectum 2000; 43: 911-919.
Este estudo de meta-análise avaliou
os resultados da estenoplastia na doença de Crohn.
Foram avaliados 506 pacientes submetidos a 1825 estenoplastias com baixa morbidade e mortalidade
nula. A técnica utilizada foi Heineke _ Mikulicz em
85% dos pacientes e técnica Finney em 13%. Quarenta
e quatro por cento dos procedimentos necessitaram
de ressecções intestinais concomitantes. A taxa de
recidiva após plastias das estenoses por Doença de Crohn
foi significantemente maior em pacientes com
sintomas de atividade da doença, perda de peso no
pré-operatório e em pacientes operados pela técnica de Heineke
_ Mikulicz. A proporção de pacientes que
necessitaram de reoperação foi menor nos pacientes operados
pela técnica de Finney.
Heymen S, Pikarsky AJ, Wuss EG, Vickers D, Nogueras JJ, Wexner SD. Colorectal Dis 2000; 2: 88-93.
Este estudo comparou prospectiva e aleatoriamente quatro métodos de terapia no
tratamento de incontinência fecal não cirúrgica. As
terapias utilizadas nos quatros grupos de pacientes foram:
Grupo I, treinamento com biofeedback e eletromiografia intra-anal (EMG);
Grupo 2, EMG e biofeedback intra-retal; Grupo 3, EMG e
treinamento domiciliar e Grupo 4, EMG + biofeedback
intra-retal e treinamento domiciliar. Ao final do estudo 72%
dos pacientes apresentaram melhora
estatisticamente significante da incontinência fecal. No entanto
não houve diferenças significantes entre os grupos.
Os autores concluem que o biofeedback foi efetivo
em reduzir a incontinência fecal em pacientes
não cirúrgicos e nenhum benefício foi acrescido com
a utilização de outras terapias associadas.
Lujan H J, Plasencia G, Jacobs M, Viamonte M III, Hartmann RF. Long-term survival after laparoscopic colon resection for cancer: complete five-year follow-up. Dis Colon Rectum 2002; 45:491-501.
O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a sobrevida em 5 anos de pacientes
submetidos à colectomia laparoscópica para câncer colorretal,
comparados com os pacientes operados pela via convencional na mesma instituição e com os dados
do Instituto Nacional de Câncer no mesmo período
(1991 a 1996). Foram 102 pacientes submetidos a
colectomia direita (N=44), colectomia transversa
(N=2), colectomia esquerda ou sigmodectomia
(N=36), ressecção anterior baixa (N=15) e
amputação abdominoperineal (N=5).
A taxa de sobrevida de 5 anos referente ao grupo laparoscópico foi de 73% para estágio I,
61% para estágio II, 55% para estágio III e 0% para
estágio IV. As taxas de sobrevida de 5 anos nos
grupos convencionais e do Instituto Nacional do Câncer
foram respectivamente: 75% e 70% para estágio I, 65% e
60% para estágio II, 46% e 44% para estágio III, e 11%
e 7% para estágio IV. Os autores concluem que
a colectomia laparoscópica para câncer apresentou
taxa de sobrevida a longo prazo semelhante quando comparada à cirurgia convencional, e que os
estudos prospectivos e randômicos em fase de
conclusão poderão confirmar estes resultados.
Vithianamthan S, Cooper Z, Betten K, Stapleton G S, Carter J, Huang E H, Whelan R L. Hybrid Laparoscopic flexure takedown and open procedure for rectal resection is associated with significantly shorter length of stay than equivalent open resection. Dis Colon Rectum 2001; 44: 927-935.
Os autores descrevem uma técnica
operatória híbrida que combina a liberação do ângulo
esplênico com ligadura dos vasos mesentéricos inferiores
pela via laparoscópica e dissecção do reto e
anastomose através de uma incisão mediana infra umbilical
para tratamento de adenocarcinoma de reto. A média
do comprimento da incisão na técnica híbrida foi de
11 cm e na cirurgia convencional 24 cm (p< 0,0001).
Os autores concluem que a técnica híbrida é uma
opção terapêutica na cirurgia de preservação dos
esfíncteres para tumores de reto, permitindo uma
ressecção semelhante à técnica convencional e associada com
a diminuição da permanência hospitalar e retorno
mais rápido das funções gastro- intestinais.