ARTIGOS ORIGINAIS
MARISTELA GOMES DE ALMEIDA - TSBCP
ANTÔNIO CARLOS BARAVIERA - TSBCP
ANNA PAULA ROCHA MALHEIROS
RAFAEL MACHADO CURY
MAURO HENRIQUE DE SÁ ADAMI MILMAN
CARLOS ALBERTO DA SILVA GOMES - ASBCP
DESIDÉRIO ROBERTO KISS - TSBCP
ALMEIDA MG; BARAVIERA AC; MALHEIROS APR; CURY R M; MILMAN MHS; GOMES CAS; KISS DR -
Eficácia da Videocolonoscopia com Magnificação no Diagnóstico Diferencial dos Pólipos Neoplásicos e
Não-neoplásicos. Rev bras
Coloproct, 2003;23(4):262-267
RESUMO : Objetivos: A videocolonoscopia é o método de eleição para o rastreamento e o diagnóstico do câncer colorretal (CCR) atualmente. A introdução da videocolonoscopia com magnificação permitiu melhor análise da lesão, pois acentua as características superficiais do pólipo, facilitando sua diferenciação. Sabendo-se que os pólipos não-neoplásicos não apresentam risco de malignização, pode-se em casos selecionados evitar que se realize a polipectomia endoscópica, minimizando o procedimento e custo para o paciente. O presente estudo tem como objetivo comparar os achados da magnificação da imagem dos pólipos encontrados com o estudo histológico dos mesmos no diagnóstico diferencial dos pólipos neoplásicos e não-neoplásicos em pacientes submetidos à videocolonoscopia no Hospital Professor Edmundo Vasconcelos (HPEV). Pacientes e métodos: Foi realizado um estudo prospectivo com pacientes que apresentaram pólipos sésseis com diâmetro inferior a 10 mm. A magnificação foi realizada com a utilização do índigo carmin a 0,8% e ampliação da imagem em até 100 vezes para classificação dos pólipos, conforme Kudo et al (1994). A seguir, procedeu-se a polipectomia e o material obtido foi estudado no Laboratório de Anatomia-Patológica do HPEV. Resultados e conclusões: Foram analisados 45 pólipos. A sensibilidade para identificação de pólipos neoplásicos foi de 88,2%; a especificidade de aproximadamente 53,6%. A videocolonoscopia com magnificação apresentou sensibilidade satisfatória na diferenciação de pólipos neoplásicos.
Unitermos: colonoscopia, magnificação, pólipos
INTRODUÇÃO
O câncer colorretal (CCR) é a lesão
maligna do aparelho digestivo mais freqüente nos
países desenvolvidos. Manifesta-se tardiamente na maioria
dos casos, quando a lesão está infiltrada além da
mucosa, metastatizando-se para linfonodos e
fígado4,13. Determinadas doenças tornam seus
portadores predispostos ao CCR: síndrome da polipose familial
e sua variante atenuada (CCR hereditário associado
à polipose), síndromes I e II de Lynch (CCR
hereditário não associado à polipose), síndrome do câncer
familial, doenças inflamatórias intestinais, antecedente
pessoal de adenomas colônicos ou neoplasias e
antecedente familial de CCR13.
Nestes pacientes, a detecção de
lesões precoces (in situ) ou pré-neoplásicas é
obrigatória, porque proporciona a realização de sua ressecção
antes do surgimento de metástases, promovendo a
cura do indivíduo.11,12 Com este objetivo, o
método considerado padrão-ouro é a colonoscopia,
realizada precocemente, com sensibilidade de até 97%
no diagnóstico do CCR. Além disso, a
colonoscopia mostrou-se importante na realização de biópsias e
em alguns casos, na exérese completa da
lesão1, 13.
PACIENTES E MÉTODOS
Estudaram-se prospectivamente 29 pacientes submetidos à videocolonoscopia no Serviço
de Coloproctologia e Videocolonoscopia do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos no período de
abril de 2002 a maio de 2003, que apresentavam
pólipos sésseis com diâmetro inferior a 10mm. Destes,
12 (41%) eram do sexo masculino e 17 (59%) do sexo feminino. As idades variaram de 37 a 83 anos,
com média de idade de 62 anos.
O preparo do cólon para realização
da videocolonoscopia foi realizado com a ingestão de
20 mg de bisacodil, na véspera do exame e 500ml
de solução de manitol a 20% adicionada a 500 ml de
suco de laranja coado no dia do exame. Em pacientes
com quadro clínico sugestivo de suboclusão
intestinal, realizou-se o preparo com enteroclismas por via
retal, utilizando-se solução
glicerinada1. Os procedimentos foram realizados por apenas um colonoscopista
que utilizou o vídeocolonoscópio Olympus
CV-160, Olympus Optical Corp., Tóquio _ Japão. A maioria
dos pacientes foi submetida a sedação anestésica
com supervisão de um anestesiologista.
Os pólipos foram analisados pela
técnica de
magnificação4,20:
1. Introdução do colonoscópio até ceco;
2. Observação cuidadosa da mucosa colorretal
durante a retirada do aparelho.
3. Na presença de pólipos (sésseis e diâmetro
inferior a 10 mm) realizou-se, através do canal
de procedimentos do colonoscópio, a lavagem
da mucosa polipóide com leve jato de
solução fisiológica, seguida de spray de 3 a 5 ml de
solução de índigo carmin 0,8% e 15 ml de ar;
4. Aproximação do aparelho à mucosa polipóide
e utilização de sua capacidade de ampliação em
até 100 vezes para observação da lesão;
5. Classificação da lesão como descrito por Kudo
et al,199410 (Tabela-1).
Tabela 1 _ Apresentação da classificação do padrão de cripta (Kudo
et al,199410), demonstrando a
esquematização e descrição da superfície mucosa de cada
tipo4,12,16,19 .
Tipo | Características |
I | Padrão normal da mucosa, com criptas arredondadas de 0,07 +/- 0,02 mm. Não se observa desarranjo estrutural (amorfismo negativo). |
II | Criptas um pouco maiores (0,09 +/- 0,02 mm) com configuração regular e formato estrelado ou papilar. É o padrão de cripta básico das lesões hiperplásicas. |
IIIS | Criptas tubulares ou arredondadas menores que as normais (0,03 +/- 0,01 mm), sendo o padrão de cripta básico das neoplasias deprimidas. Associa-se frequentemente ao tipo V em lesões cancerosas. |
IIIL | Criptas tubulares ou arredondadas maiores que as normais (0,22 +/- 0,09 mm). É o padrão básico dos adenomas protusos. |
IV | Criptas tortuosas ramificadas ou gyrus-like com tamanho de 0,93 +/- 0,32 mm. Observado em lesões polipóides tipo Ip, Isp e Is. Uma estrutura em coral com aparência "felpuda" é tipica de adenoma viloso. |
V | Padrão de cripta com superfície irregular e desarranjo estrutural, sendo o padrão básico do câncer submucoso e avançado. |
Todas as lesões foram ressecadas, preservadas em formalina a 10% e encaminhadas
para estudo histopatológico com coloração
pela hematoxilina-eosina ao Serviço de
Anatomia Patológica do Hospital Professor
Edmundo Vasconcelos.
Adenomas e carcinomas foram definidos como lesões neoplásicas. Pólipos
hiperplásicos, inflamatórios, Peutz-Jeghers, juvenis e
xantelasma, como não-neoplásicas. Tumores carcinóides
e submucosos foram excluídos do estudo por
não alterarem a mucosa
superficial13,20.
Realizou-se a análise comparativa da
videocolonoscopia com magnificação, segundo a
previsão de alterações neoplásicas pela magnificação em
relação aos achados anátomo-patológicos obtidos.
RESULTADOS
Foram analisados 45 (quarenta e cinco)
pólipos pela técnica de magnificação, distribuídos do ceco
ao reto como pode ser observado na Tabela-2. Os diâmetros dos pólipos variaram de 5 a 10 mm,
sendo em média 5,9mm.
Tabela 2 _
Distribuição dos pólipos estudados nos segmentos colônicos.
Local | Ceco | Ascendente | Transverso | Descendente | Sigmóide | Reto |
N°pólipos | 7 | 0 | 1 | 1 | 5 | 31 |
% | 15,5 | 0 | 2,2 | 2,2 | 11,1 | 69,0 |
A polipectomia foi realizada com sucesso em todos os casos, permitindo a obtenção de material
para estudo histológico, sem registro de complicações
nos pacientes estudados.
A videocolonoscopia com magnificação
da imagem de pólipos sésseis de até 10mm de
diâmetro apresentaram o padrão de cripta segundo a
Tabela-3. Os tipos I e II somados totalizaram 17 previsões
de pólipos não-neoplásicos (37,8%) e os demais,
28 previsões de pólipos neoplásicos (62,2%).
Tabela 3 _ Distribuição dos pólipos segundo a classificação do padrão de cripta (Kudo e col., 199410) obtida com a magnificação.
Padrão | I | II | IIIL | IIIS | IV | V |
N°pólipos | 5 | 12 | 13 | 9 | 6 | 0 |
% | 11,1 | 26,7 | 28,9 | 20,0 | 13,3 | 0 |
No estudo histológico, foram observados 28,9% de pólipos hiperplásicos (13 pólipos),
33,3% inflamatórios (15 pólipos), 35,5% adenomatosos
(16 pólipos) e 2,3 % carcinomatosos (1 pólipo).
Os 28 pólipos não-neoplásicos
(hiperplásicos e inflamatórios) e os 17 pólipos neoplásicos
(adenomatosos e adenocarcinomas) à
anatomia-patológica apresentaram os seguintes padrões de cripta à
magnificação: Tabela-4.
Tabela 4 _
Proporção de pólipos não-neoplásicos e neoplásicos segundo estudo histológico em relação ao tipo
de cripta identificado pela magnificação.
Padrão cripta | I | II | IIIL | IIIS | IV |
Não-neoplásico | 5 | 10 | 6 | 5 | 2 |
Neoplásico | 0 | 2 | 7 | 4 | 4 |
Observou-se então que através da
análise pela técnica de magnificação, somando-se os
pólipos com padrão de cripta tipos I e II, totalizaram
17 previsões de pólipos não neoplásicos, e
somando-se os demais padrões de criptas (tipo IIIL, IIIS e
IV), totalizaram 28 previsões de pólipos neoplásicos;
e após análise histológica tivemos na verdade um
total de 28 pólipos não neoplásicos e 17 pólipos
neoplásicos. Neste estudo encontrou-se sensibilidade
de 88,2% e especificidade de 53,6% para
identificação de pólipos neoplásicos através da técnica
de magnificação.
DISCUSSÃO
Os pólipos colorretais adenomatosos
são prováveis precursores do CCR, estimando-se que
2/3 dos adenocarcinomas colorretais tenham início a
partir de uma seqüência adenoma-carcinoma e 1/3
tenha início de
novo1,4,6,12,13,22 .
Entre os fatos que reforçam a teoria
da seqüência adenoma-carcinoma estão a alta
incidência de CCR em pacientes com as formas herdadas
de polipose adenomatosa, a semelhança de faixa etária
e distribuição geográfica de portadores de pólipos e
CCR, a alta taxa (75%) de pólipos concomitantes a esta
neoplasia maligna e a prevalência duas vezes superior
de CCR metacrônico em portadores de
pólipos1,9,13,14 .
Os pólipos necessitam de aproximadamente
10 anos para duplicarem o seu tamanho, período no
qual acumulam anormalidades genéticas, contribuindo
para sua
malignização13,21. A ocorrência de carcinomas
é proporcional ao diâmetro dos pólipos. Os menores
que 1,0 cm apresentam alterações malignas em menos
de 1% dos casos; de 1,0 a 2,0 cm, próximo a 10% e
os maiores que 2,0 cm, até 50%1,12,13,14
,22.
O rastreamento do CCR em indivíduos assintomáticos pode ser feito com toque retal,
pesquisa de sangue oculto nas fezes, enema opaco,
retossigmoidoscopia e colonoscopia. Destes, a
colonoscopia se destaca por ser o único método capaz de
visibilizar todo o cólon e identificar precocemente
lesões neoplásicas, além de poder desempenhar
função
terapêutica1,13,14,16,22.
A polipectomia reduz a incidência de CCR
em até 90%1,4,6,13. Entretanto, a distinção de
pólipos neoplásicos dos não-neoplásicos é difícil para
o examinador durante a colonoscopia habitual,
ficando o diagnóstico reservado ao exame
histopatológico. Estes fatos apoiam a tendência de retirar todos
os pólipos identificados durante a
colonoscopia12,20.
A introdução da técnica de magnificação
na videocolonoscopia (Tada et al,
197518) permitiu ao examinador uma melhor detecção de
alterações neoplásicas da mucosa
colorretal4,5,7,15,19,20. Este
avanço não surgiu para fornecer diagnóstico
histológico preciso, pois apenas a superfície é avaliada, mas
para a identificação de lesões não-neoplásicas com
o objetivo de dispensar a polipectomia nestes
casos2,3,5,20.
A magnificação é utilizada para a detecção
de lesões planas e para diferenciação de todas
as anormalidades, incluindo os pólipos, entre
neoplásicas e
não-neoplásicas4,7,11,12,14,19,20
. Esta técnica também é capaz de estimar a profundidade de neoplasias
malignas e demarcar tumores invasivos e lesões ressecadas
para o controle da resposta
terapêutica4,6,21. A
magnificação é dispensável para pólipos maiores que 10mm,
devido à grande probabilidade de alterações neoplásicas, e
para lesões caracteristicamente neoplásicas ou
não20.
A videocolonoscopia e a magnificação
são procedimentos com eficácia intimamente
relacionada à capacidade do examinador, que apresenta
resultados dependentes da sua curva de aprendizagem.
Considera-se ideal o número de 200 magnificações para
a adaptação do colonoscopista ao método, quando
então poderá adotar condutas com
segurança11,20.
A maior dificuldade diagnóstica nos
tipos sugestivos de lesão não-neoplásica, normal
e hiperplásico, pode ocorrer por dois motivos: (1)
a presença de muco dificulta a aderência e
penetração do índigo carmin, sendo o problema solucionado
pela adequada limpeza com jato de água ou utilização
de uma protease e (2) pólipos pequenos, que
apresentam intervalos muito estreitos entre as criptas,
não permitindo uma boa
penetração6,11.
A preservação de pólipos não-neoplásicos
tem vantagens anestésico-cirúrgicas e
econômicas2,22. O índice de complicações em polipectomias, apesar
de ser baixo (0,4 a 1,7%), não pode ser desprezado.
A diminuição do número de
procedimentos desnecessários pouparia pacientes de sofrerem
alguma adversidade20.
O tempo de execução da magnificação
é inferior ao da polipectomia na maioria dos casos.
Isto proporciona maior conforto ao paciente, pela
redução do tempo de sedação e a menor injeção de ar
para distensão da víscera, e melhor produtividade
ao colonoscopista20.
No Japão, o custo da polipectomia foi
estimado em US$ 520,0020. Nos Estados Unidos, por
exemplo, ao deixar de intervir nas lesões não neoplásicas,
espera-se uma diminuição de gastos em torno de US$
100 milhões ao ano. Por necessitar apenas do corante,
os gastos com a magnificação são irrelevantes,
resumindo-se a substituição ou a compra do aparelho
videocolonoscópio com magnificação,
aproximadamente US$ 25.000,003.
Por outro lado, deve-se refletir sobre a possibilidade de subjulgar-se lesões neoplásicas
e, conseqüentemente, preservar pólipos adenomatosos
ou malignos. Ao considerar o paciente como não
portador de neoplasia, há possibilidade de um grande
intervalo para um exame consecutivo, quando poderá
ser diagnosticada a mesma lesão em estágio
mais avançado20.
A magnificação demonstrou ser de
fácil aplicabilidade e reprodutividade na rotina
da videocolonoscopia. Os padrões de cripta apresentaram-se de maneira clara. A
familiarização com a técnica permitirá o seu uso na detecção de
lesões planas ou deprimidas, as quais são mais difíceis
de identificar.
Analisando os dados apresentados e a eficácia da técnica neste e em outros
estudos2,8,17,20 pode-se adotar a videocolonoscopia
com magnificação como método para diferenciação
dos pólipos neoplásicos e não-neoplásicos, apoiando
a decisão do colonoscopista de preservar as lesões
com padrão de cripta normal (tipo I) ou hiperplásico
(tipo II). Entretanto, a polipectomia permanece como
conduta consensual após a identificação de qualquer
pólipo. A magnificação pode eventualmente auxiliar na
preservação de pólipos sugestivamente
não-neoplásicos nos casos de maior risco para este procedimento.
CONCLUSÃO
A videocolonoscopia com magnificação
da imagem de pólipos apresentou-se como método
sensível na identificação de pólipos neoplásicos. Entretanto,
ainda é consenso que todos os pólipos devam ser
ressecados quando identificados ao exame colonoscópico.
Agradecimento
Serviço de Anatomia Patológica do Hospital
Professor Edmundo Vasconcelos
SUMMARY: Videocolonoscopy is the election method for screening and diagnosis of polyps and colorectal cancer. Since there is a great difficulty to differentiate neoplastic from non-neoplastic lesions, polypectomy for any identified polyp is commonly performed among colonoscopists and leads to a significant reduction on the incidence of colorectal cancer. The introduction of magnifying videocolonoscopy permitted a better analysis of lesions making superficial characteristics of polyps evident, consequently helping their differentiation. Non-neoplastic polyps don't carry the risk of cancer so we can avoid the polypectomy. The aim of this study is to compare the magnification with the pathological study in the differential diagnosis of neoplastic and non-neoplastic polyps in patients who were submitted to videocolonoscopy at Hospital Professor Edmundo Vasconcelos(HPEV). A prospective study was carried out in patients with sessile polyps with diameter less than 10 mm. Magnification was performed using 0,8 indigo carmine and an image magnification range of 100X to achieve the classification of polyps according Kudo, 1994. After polypectomy, the material was studied in the pathological anatomy laboratory of HPEV using hematoxilin-eosin coloration. 45 polyps were analyzed. The sensibility of neoplastic polyps identification was 88.2%, the specificity 53.6%. The magnifying videocolonoscopy had a satisfactory sensibility in order to differentiate neoplastic polyps.
Key words: colonoscopy, magnification, polyps
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Endereço para correspondência:
Maristela Gomes de Almeida
Rua Dr. Bacelar, 173 conjunto 103 _ Vila Clementino
04026-000 - São Paulo (SP)
E-mail : dramgalmeida@uol.com.br
tel. (11) 5083-3964
Trabalho realizado no Serviço de Coloproctologia do Hospital
Prof. Edmundo Vasconcelos - São Paulo.