RESUMO DE ARTIGOS
Palazzo FF; Francis DL, Clifton MA. Randomized clinical trial of ligasure versus open
hemorrhoidectomy. Br J Surg 2002; 89: 154-159.
Este estudo comparou a hemorroidectomia pela
técnica de Milligan-Morgan utilizando "ligasure"
versus diatermia.
O tempo médio operatório foi menor no grupo
com hemorroidectomia com "ligasure" (5.1 vs 9.2
minutos; p < 001). Não houve diferença
estatisticamente significante quanto a dor pós operatória, apesar
do consumo menor de analgésicos no grupo
com "ligasure".
A satisfação com o método foi semelhante em
ambos os grupos.
Hayne D, Vaizey CJ, Boulos PB. Anorectal injury following pelvic radio therapy. Br J Surg 2001; 88: 1037-1041.
Este estudo de revisão da literatura com base
em pesquisa no Medline teve como propósito analisar
as lesões anorretais pós-radioterapia.
A literatura tem mostrado que a maioria dos
pacientes submetidos a radioterapia pélvica desenvolve
sintomas anorretais agudos e cerca de 5%
desenvolve complicações anorretais crônicas.
A quimioprevenção destas lesões não tem
sido satisfatória. São abordadas também as opções
de tratamento clínico e cirúrgico das
complicações anorretais.
Poulen EC, Schlachta CM, Seshadri PA et al. Septic complications of elective laparoscopic colorectal resection. J Surg Endosc 2001; 15: 203-207
O objetivo deste estudo foi determinar a taxa e o
padrão das complicações sépticas da ferida
operatória, cavidade abdominal, trato urinário e respiratório
após cirurgia colorretal laparoscópica.
Foram avaliadas 562 pacientes, sendo encontrado
taxa de infecção da ferida de 7.2%, deiscência da
anastomose acorreu em 3.3% com ocorrência de
abscesso intra abdominal em 1% dos pacientes. A taxa
de infecção do trato urinário e respiratório foram 0.6%
e 1% respectivamente.
Os autores concluem que neste grupo de
pacientes estudados confirma que a taxa de pneumonia
pós-operatória é baixa com a cirurgia minimamente evasiva.
Abscessos intra-abdominais, infecção urinária
e respiratória ocorreram com menor freqüência que
na cirurgia Laparoscópica relatados com o grupo
controle histórico de cirurgia aberta. A taxa de deiscência
da anastomose e infecção de parede foram equivalentes
a cirurgia por laparotomia.
Ortiz H, Armendary P, De Miguel M, et al. Complications and functional out come following artificial anal sphincter implantation. Br J Surg 2002; 89: 877-881
O objetivo deste estudo foi avaliar
prospectivamente as complicações pós-operatórias e o resultado
funcional em 24 pacientes submetidos a implante de
esfíncter anal artificial.
Cinco pacientes não apresentaram
complicações (20,8%). Complicações pós-operatórias
imediatas ocorreram em 9 pacientes, sendo necessário
reoperação em 2 pacientes durante o acompanhamento,
10 pacientes apresentaram complicações, sendo que 9
foram reoperados. A retirada definitiva do
dispositivo foi necessária em sete pacientes. A probabilidade
de retirada do dispositivo foi de 44% em 48 meses.
De 15 pacientes com implantes funcionando o grau
de continência e a pressão de repouso do canal
anal melhoraram significativamente. No entanto
apenas 4(16%) pacientes relataram continência total. Os
autores concluem que o esfíncter anal artificial é uma
alternativa útil para incontinência anal refratária, mas a
incidência de complicações pós-operatória tardia é alta.
Peng BC, Jayme DG, Ho Y-H. Randomized trial of rubber band ligation vs. Stapled hemorrhoidectomy for prolapsed piles. Dis Colon Rectum 2003; 46: 291-297
Este estudo prospectivo randômico comparou
a ligadura elástica com hemorroidectomia
com grampeador no tratamento da doença
hemorroidária grau III e IV.
Foram analisados 55 pacientes com ligadura
elástica, (N=25) e hemorroidectomia com grampeador
circular (N=20). Ambas as técnicas foram igualmente
efetivas no controle do prolapso hemorroidário, mas a
ligadura elástica foi associada a um aumento maior da
recidiva do sangramento. A dor pós-operatória e o uso
de analgésicos foi maior nos pacientes com hemorroidectomia com grampeador nas primeiras
2 semanas.Houve 6 complicações com o uso
do grampeador (30%) comparada com nenhuma no grupo com ligadura elástica.
Não houve diferença entre os grupos com relação
a continência anal, satisfação com o método
ou qualidade de vida.
Os autores concluem que a hemorroidectomia com grampeador esta associada com uma incidência
maior de dor e morbidade que a ligadura elástica. No
entanto para os pacientes que não queiram um risco maior
de nova intervenção, a hemorroidectomia
com grampeador oferece uma alternativa melhor para a
cura dos sintomas da doença hemorroidária.
Kressner U, Graj W, Pählman L et al. Septic complications and prognosis after surgery for rectal Cancer. Dis Colon Rectum 2002; 45: 316-321.
Este estudo retrospectivo teve como objetivo
investigar se a complicação infecciosa perineal ou abdominal
esta associada à recidiva do câncer retal. Foram
avaliados 228 pacientes operados de câncer de reto no
período de 1973 a 1992 e divididos nos grupos que
apresentaram infecção perineal ou intra abdominal
após a cirurgia.
Não houve diferença na incidência de recidiva
tumoral entre os grupos com infecção perineal ou abdominal.
Entretanto a incidência de recidiva local foi maior
no grupo com infecção (23%) que no grupo sem
infecção (9%). Este risco maior foi observado nos
pacientes com infecção perineal. Os autores concluem
que pacientes com infecção perineal
pós-amputação abdomino perineal apresenta uma maior
incidência de recidiva local. Não houve associação entre
infecção intra-abdominal e prognóstico após cirurgia para
o câncer retal.