RESUMOS DE ARTIGOS
Ferguson JAE., Hitosk, Simpson E. Utility of white all count and ultrasound in diagnosis of acute appendicitis. Aust NZJ Surg, 2002; 72: 781-785
O objetivo deste estudo retrospectivo foi determinar a utilidade dos parâmetros do leucograma e da ultra-sonografia do quadrante inferior direito no diagnóstico da apendicite. Foram avaliados 1.013 pacientes submetidos a apendicectomia, tendo 198 pacientes realizado ultra-sonografia. Os resultados mostraram que leucograma maior que 15.000 e contagem de neutrófilos total maior que 13.000 foram os achados de maior valor preditivo que os achados de ultra-som para apendicite aguda. Os autores concluem que o reconhecimento das alterações da contagem de leucócitos pode ser um parâmetro efetivo no diagnóstico clínico da apendicite aguda. A ultrassonografia tem um valor mais limitado, exceto em situações clínicas seletivas.
Harris E.A, Kelly AW, Pockaj BA, et al. Reoperation on the abdomen encased in adhesions. Am J Surg 2002; 184: 499-503
Este estudo retrospectivo foi realizado para avaliar
os resultados após a laparotomia para lise de
aderências em pacientes com cavidade abdominal obliterada
por aderência pós-operatória crônica. Foram avaliados
76 pacientes submetidos a reoperação por obstrução
intestinal (n=31), fístula entérica (n=25) e abscesso
intra-abdominal (n=20). Houve um óbito e 24 complicações. Todos os pacientes tiveram
resolução de seus sintomas, no período de acompanhamento
de 4 anos, exceto em 3 pacientes.
Os autores concluem que a reoperação em
pacientes com cavidade abdominal obliterada por
aderências apresentou excelentes resultados e boa qualidade
de vida.
Schrag D, Panageas KS, Riedel E et al. Hospital and Surgeons procedure volume as predictors of outcome following rectal cancer resections. Ann Surg 2002; 236: 583-589
Este estudo retrospectivo foi realizado com o
objetivo de comparar o volume de operações realizadas
pelo cirurgião e pelo hospital como fator de influência
nos resultados dos pacientes tratados com câncer retal.
Foram avaliados os resultados de mortalidade no
período de 30 dias, mortalidade em 2 anos, sobrevida global
e taxa de amputação abdominoperineal.
Os resultados mostraram que nem o volume de
cirurgia do hospital nem o volume do cirurgião
estavam associados com mortalidade em 30 dias ou a taxa
de amputação abdominoperineal. No entanto o volume
do cirurgião foi significativamente associado com
uma melhor mortalidade em 2 anos (p=0.004) e
sobrevida global (p=0.02).
Os autores concluem que a experiência específica
do cirurgião, medida pelo volume de
procedimentos realizados, pode ter um impacto significativo
nos resultados e na sobrevida de pacientes com câncer retal.
Meyerhardt JA, Catalano PJ, Haller DG, et al. Impact of diabetes mellitus on outcome in patients with colon cancer. J Clin Oncol 2003; 21: 433-439
O objetivo deste estudo foi determinar a influência
do diabetes mellitus nos resultados a longo prazo e
a toxicidade relatada ao tratamento quimioterápico
em pacientes com câncer de colon operados com
intenção curativa. Este foi um estudo de 287 pacientes
diabéticos incluídos em um grande estudo randomizado
para quimioterapia adjuvante de 3.759 pacientes com
câncer colônico de alto risco (estágio II e estágio III)
no período entre 1988 e 1992. No período
de acompanhamento de 9.4 anos, diferenças na
sobrevida global e recidiva do câncer colônico foram
analisados, assim como a toxicidade relatada ao tratamento
em pacientes com e sem diabetes. Os resultados
mostraram que no período de 5 anos os pacientes com
diabetes mellitus apresentaram uma piora significativa
na sobrevida livre da doença, na sobrevida global e
na sobrevida livre de recidiva. A média de sobrevida
foi 6 anos e 11.3 anos para diabéticos e não
diabéticos, respectivamente. A toxicidade relatada com
o tratamento quimioterápico foi semelhante nos 2
grupos, embora os pacientes com diabetes tenham tido
um aumento da diarréia.
Os autores concluem que pacientes diabeticos
com câncer de colon estágio II e III apresentaram uma
taxa significativamente maior de mortalidade global
e recidiva do câncer, mesmo após serem ajustados
para outros fatores que influenciam nos resultados do
câncer colônico.
Arumugam PJ, Joseph A, Sweerts M, et al. Severe dysplastic lesions in the colon - how aggressive should we be? Colorectal Dis 2002; 4: 345-351
O propósito deste artigo foi analisar o risco de malignidade subjacente em pólipos adenomatosos sésseis, os quais apresentavam displasia de alto grau na biópsia. Foram realizadas 30 excisões cirúrgicas de pólipos interpretados como tendo displasia de alto grau (usando o critério de Morson) e analisados para potencial de malignidade. Em 6 pacientes foram realizadas excisões endo anais, devido ao risco cirúrgico elevado e os demais pacientes foram submetidos à cirurgia radical para câncer. Os resultados mostraram que de 30 pacientes 15 tiveram displasia severa e 15 apresentaram câncer com invasão variável (9T1s, 2T2s, 2T3s e 2T4s). Todos os pacientes com câncer invasivo tinham pólipos maiores (4.2 cm) comparados com pólipos displásicos (2.3 cm). A conclusão dos autores é que os pólipos sésseis com displasia severa devem ser tratados com os mesmos princípios de ressecção oncológica aplicados no tratamento do câncer colorretal.
Schweitzer J, Cassilas RA, Collins JC. Acute diverticulits in the young adult is not "virulent". Am Surg 2002; 68: 1044-1050
O propósito deste estudo foi relatar a experiência
dos autores no tratamento da diverticulite aguda
em pacientes com idade inferior a 40 anos e avaliar se
esta enfermidade é mais virulenta neste grupo etário.
Foram avaliados retrospectivamente 46 pacientes
com diverticulite. Destes pacientes, 35 por cento
foram submetidos à operação de emergência e 30
pacientes (65%) foram conduzidos clinicamente, obtendo
alta hospitalar após resolução do quadro clínico.
Os autores concluem que a diverticulite aguda
em pacientes com idade inferior a 40 anos deve ser considerada nesta faixa etária e representou 18%
do diagnóstico em sua instituição e que o
tratamento clínico desta doença é seguro e eficaz. Por conta
disto, estes autores não concordam que a diverticulite é
mais virulenta na população mais jovem.