ARTIGOS ORIGINAIS
SÉRGIO EDUARDO ALONSO ARAÚJO - TSBCP
ANTÔNIO ROCCO IMPERIALE - ASBCP
LUCIANA HADDAD
ANDRÉ VENTURA FERREIRA
FÁBIO GUILHERME CASERTA M. DE CAMPOS - TSBCP
CAIO SÉRGIO RIZKALLAH NAHAS
CARLOS WALTER SOBRADO JÚNIOR - SBCP
ANGELITA HABR-GAMA - HSBCP
DESIDÉRIO ROBERTO KISS - TSBCP
JOAQUIM GAMA RODRIGUES - TSBCP
ARAÚJO SEA, IMPERIALE AR, HADDAD L, FERREIRA AV, CAMPOS FGCM, NAHAS CSR, SOBRADO JÚNIOR CW,
HABR-GAMA, KISS DRA, RODRIGUES JG. Resultados das Operações com Ressecção Alargada em 46 Pacientes com Câncer
Colorretal. Rev bras Coloproct, 2004;24(2):131-136.
RESUMO : O objetivo deste estudo é conhecer os órgãos invadidos, a morbidade e as variáveis clínico-patológicas
associadas ao prognóstico de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de câncer colorretal (CCR) por operações com
ressecção alargada.
Pacientes e Métodos: Avaliamos retrospectivamente 46 pacientes portadores de CCR que foram submetidos a
operações com ressecção alargada, entre 1995 e 2002.
Resultados: Ocorreram três (6,5%) complicações intra-operatórias, a taxa de complicações pós-operatórias foi de 30,4%
e a mortalidade foi de 6,5%. As taxas de sobrevida global foram de 63% após dois anos e 18,5% após cinco anos. A sobrevida
global após dois anos foi: 85% para pacientes com mais de 64 anos de idade e 46% para pacientes com menos de 64 anos de idade
(p=0,016); de 100% para pacientes com tumores nos estágios I e II (estadiamento anátomo-patológico TNM _ AJCC/UICC), de 38,5%
nos estágios III e de 33% nos estágios IV (p=0,001).
Conclusões: Não há evidente aumento da morbidade intra ou pós-operatória para operações colorretais com
ressecção alargada para CCR; a suspeita de invasão neoplásica por contigüidade pode ser confirmada em mais de 60% dos casos e a
sobrevida após tratamento cirúrgico para os pacientes operados com intenção radical esteve relacionada principalmente à idade e ao
estadiamento do tumor.
Unitermos: Câncer colorretal, ressecção alargada.
INTRODUÇÃO
O câncer colorretal (CCR) é uma
das neoplasias mais freqüentes no
Ocidente1,2. Nos EUA, esta entidade é responsável por cerca de 13%
das mortes relacionadas a câncer e representa cerca de
15% das neoplasias diagnosticadas
anualmente2.
A remoção cirúrgica completa do tumor é
a única medida que possibilita a cura para o
paciente5. No entanto, entre 5 e 18% dos casos, o câncer é
localmente invasivo (T4, TNM/AJCC)8, acometendo
órgãos adjacentes por contigüidade e na ausência de
metástases à distância. É necessário à cura que se realize
ressecção do tumor e dos órgãos acometidos em monobloco
com margens livres, visto que em pacientes não
operados por esta técnica, o prognóstico é pior, ainda que
a morbimortalidade do procedimento pareça estar
aumentada5,7.
O objetivo deste estudo é conhecer os
órgãos invadidos, a morbidade e as variáveis
clínico-patológicas associadas ao prognóstico de
pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de CCR por
operações com ressecção alargada.
PACIENTES E MÉTODOS
Avaliamos retrospectivamente 46 pacientes portadores de CCR e que foram submetidos a
operações com ressecção alargada, entre 1995 e 2002 no
serviço de Cirurgia de Cólon e Reto da Divisão de
Clínica Cirúrgica II do HCFMUSP. Todos os
pacientes apresentavam acometimento de ao menos um
órgão. Todos foram submetidos a tratamento cirúrgico
por ressecção alargada. As informações foram colhidas
a partir da consulta dos prontuários, incluindo-se aí
os dados do seguimento evolutivo. Foi utilizado o
log-rank test para realização da análise
estatística univariada, rejeitando-se a hipótese de igualdade
para o valor de p<0,05.
Resultados
Dos 46 pacientes estudados, 17 eram do
sexo masculino e 29 do sexo feminino. A média de idade
foi de 59,9 anos, sendo que a idade mínima encontrada
foi de 24 anos e a máxima de 88 anos. A bexiga (10
casos, 22%) e o intestino delgado (10 casos, 22%) foram
os órgãos mais freqüentemente invadidos. Estes
se encontram relacionados na Tabela-1.
Tabela 1 - Órgãos invadidos em 46
pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de
Câncer Colorretal por ressecção alargada.
Órgão | N (%) |
Bexiga | 10 (22%) |
Intestino delgado | 10 (22%) |
Útero | 8 (17%) |
Ovário / Trompas | 6 (13%) |
Vagina | 5 (11%) |
Baço | 4 (8,7%) |
Parede abdominal | 4 (8,7%) |
Estômago | 3 (6,5%) |
Ureter | 3 (6,5%) |
Vesícula biliar | 2 (4,3%) |
Diafragma | 1 (2,2%) |
Rim | 1 (2,2%) |
Pâncreas | 1 (2,2%) |
Os procedimentos cirúrgicos realizados
foram: colectomia segmentar em 21 (45,6%)
casos, retossigmoidectomia em 16 (34,8%) casos,
ressecção abdomino-perineal em 6 (13,1%) casos
e proctocolectomia total em 3 (6,5%) casos (Tabela
-2). Em 45 (97,8%) casos, foi realizada operação
com intenção radical.
Tabela 2 - Procedimentos cirúrgicos realizados
em 46 pacientes submetidos a ressecção alargada
por câncer colorretal.
Colectomia Segmentar | 21 (45,6%) |
Retossigmoidectomia | 16 (34,8%) |
Ressecção abdomino-perineal | 6 (13,1%) |
Proctocolectomia total | 3 (6,5%) |
Total | 46 (100%) |
Os procedimentos cirúrgicos associados
foram: ressecção parcial da bexiga em 10 (22%)
casos, enterectomia segmentar em 12 (26%) casos, histerectomia com salpingooforectomia em oito
(17%) casos, salpingooforectomia em 6 (13%) casos, ressecção de parede abdominal em 4 (8,7%)
casos, ressecção de parede vaginal em quatro (8,7%)
casos, esplenectomia em quatro (8,7%) casos,
gastrectomia parcial em três (6,5%) casos, ressecção parcial do
ureter em três (6,5%) casos, colecistectomia em
dois (4,3%) casos, ressecção parcial do diafragma em
um (2,2%) caso e pancreatectomia caudal em um
(2,2%) caso (Tabela-3).
Tabela 3 - Procedimentos cirúrgicos associados
à ressecção do tumor primário.
Procedimento | n (%) |
Ressecção parcial da bexiga | 10 (22%) |
Enterectomia segmentar | 12 (26%) |
Histerectomia com salpingooforectomia | 8 (17%) |
Salpingooforectomia | 6 (13%) |
Ressecção de parede abdominal | 4 (8,7%) |
Ressecção parcial da vagina | 4 (8,7%) |
Esplenectomia | 4 (8,7%) |
Gastrectomia parcial | 3 (6,5%) |
Ressecção parcial do ureter | 3 (6,5%) |
Colecistectomia | 2 (4,3%) |
Ressecção parcial do diafragma | 1 (2,2%) |
Pancreatectomia caudal | 1 (2,2%) |
Total | 58 |
Quanto ao estadiamento
anatomo-patológico, foi utilizada a classificação TNM
(AJCC/UICC)8, encontrando-se três (6,5%) pacientes no Estágio I,
15 (32,5%) no Estágio II, 22 (47,8%) no Estágio III e
6 (13,2%) no Estágio IV (Tabela-4). A
confirmação histológica de invasão de outros órgãos foi
verificada em 30 (65,2%) casos.
Tabela 4 - Estadiamento anatomopaotlogico
(AJCC/UICC)
Estágio | n (%) |
I | 3 (6,5%) |
II | 15 (32,5%) |
III | 22 (47,8%) |
IV | 6 (13,2%) |
Ocorreram três (6,5%) complicações
intra-operatórias. Em 2 (4,3%) casos ocorreu
lesão inadvertida do ureter e em um (2,2%) caso
ocorreu sangramento importante. A taxa de complicações
pós-operatórias foi de 30,4% (14 casos). Em três
(6,5%) casos ocorreu infecção de ferida operatória; em
dois (4,3%) casos, deiscência de anastomose; em
dois (4,3%) casos, íleo prolongado; em dois (4,3%)
casos, hematúria; em um (2,2%) caso, evisceração; em
um (2,2%) caso, fístula urinária; em um (2,2%)
caso, pneumotórax após colocação de cateter central; em
um (2,2%) caso, crise hipertensiva e em um (2,2%)
caso, insuficiência renal aguda (Tabela-5). A taxa
de mortalidade pós-operatória foi de 6,5 % (3
pacientes), sendo que em dois (4,3%) casos foi devido à
falência de múltiplos órgãos e em um (2,2%) caso, ao
choque hemorrágico.
Tabela 5 - Complicações pós-operatórias.
Complicações | n (%) |
Infecção de ferida | 3 (6,5%) |
Deiscência de anastomose | 2 (4,3%) |
Íleo prolongado | 2 (4,3%) |
Hematúria | 2 (4,3%) |
Evisceração | 1 (2,2%) |
Fístula urinária | 1 (2,2%) |
Pneumotórax após catéter central | 1 (2,2%) |
Crise hipertensiva | 1 (2,2%) |
Insuficiência renal aguda | 1 (2,2%) |
Total | 14 (30,4%) |
A duração média do seguimento
pós-operatório foi de 38 meses. As taxas de sobrevida global
foram de 63% após dois anos e 18,5% após cinco anos.
A sobrevida global após dois anos foi de 85%
para pacientes com mais de 64 anos de idade e de 46%
para pacientes com menos de 64 anos de idade
(p=0,016). Quanto ao sexo, a sobrevida global após dois anos
foi de 60% no sexo masculino e 66% no sexo
feminino (p=0,17). Quanto ao estadiamento do tumor,
a sobrevida global após dois anos foi de 100%
para pacientes com tumores nos estágios I e II, de 38,5%
no estágio III e de 33% no estágio IV (p=0,001).
A sobrevida global após dois anos foi de 72,5%
para pacientes que apresentavam invasão linfática e
de 68,4% para pacientes que não apresentavam
invasão linfática (p=0,42). Foi ainda de 66,6% para
pacientes com tumor bem diferenciado, 77,3% para
pacientes com tumor moderadamente diferenciado. E foi
de 33,3% para pacientes com tumor com pouca diferenciação celular (p=0,11). A sobrevida global
após dois anos foi de 62% para pacientes cuja
operação demorou menos do que 5 horas e 63,7% para
aqueles cuja operação se estendeu por mais de 5 horas
(p=0,68); foi de 62,3% para pacientes que necessitaram
de transfusão sanguínea e de 63,4% para pacientes
que não necessitaram (p=0,37). Para os pacientes
cuja operação necessitou remoção cirúrgica do
tumor primário mais um órgão, a sobrevida global após
dois anos foi de 65,2% e foi de 59% para ressecções
que envolveram o tumor e dois ou mais órgãos
adjacentes (p=0,09) Tabela-6.
Tabela 6 - Sobrevida global após 2 anos: análise univariada.
Sobrevida em 2 anos | p | ||
Idade | > 64 anos | 85% | 0,016 |
< 64 anos | 46% | ||
Sexo | Masculino | 60% | 0,17 |
Feminino | 66% | ||
Estágio | I | 100% | 0,001 |
II | 100% | ||
III | 38,50% | ||
IV | 33% | ||
Acometimento linfonodal | Sim | 72,50% | 0,42 |
Não | 68,40% | ||
Grau de Diferenciação celular | Bem | 66,60% | 0,11 |
Moderado | 77,30% | ||
Pouco | 33,30% | ||
Tempo Cirúrgico | < 300 min. | 62% | 0,68 |
> 300 min. | 63,70% | ||
Transfusão sanguínea | Sim | 62,30% | 0,37 |
Não | 63,40% | ||
Número de órgãos | 1 | 65,20% | 0,09 |
2 ou + | 59% |
DISCUSSÃO
Entre 5 e 22% dos pacientes com carcinoma colorretal apresentam tumores localmente
avançados, que podem ser removidos através de
ressecção alargada, multivisceral e preferencialmente
em monobloco9.
Nos últimos anos, demonstrou-se que
estes procedimentos cirúrgicos não apresentam
incremento significativo na morbimortalidade quando
comparados a procedimentos cirúrgicos
convencionais10. Foi estabelecido ainda que a realização de
ressecção alargada, quando factível, em oposição a
derivações paliativas resulta em incremento na
sobrevida, especialmente se não forem detectadas metástases
em linfonodos regionais, sendo esta situação presente
em aproximadamente dois terços dos
casos9,11.
Ao se encontrar tecido neoplásico aderido
a órgãos adjacentes no intra-operatório, deve-se
proceder à ressecção alargada incluindo o órgão
supostamente invadido, pois há confirmação histológica de
invasão tumoral em 33 a 84% dos
casos7,9,10,12. Na nossa casuística, obtivemos confirmação histológica
de envolvimento de outros órgãos em 65,2%. Sabe-se
que as tentativas de separação de aderências
neoplásicas podem levar à secção do tumor, com disseminação
de células tumorais. Esta intercorrência causa uma
piora substancial no prognóstico, reduzindo a sobrevida
pós-operatória de 65% para
16%9.
Em nossa casuística encontramos taxa
de complicações intra-operatórias de 6,5% (3
casos), sendo dois casos de lesão/ressecção do ureter e
um caso de sangramento. Quanto às
complicações identificadas no pós-operatório, nosso estudo
mostrou uma taxa de 30,4%. Diversos estudos mostraram
taxas semelhantes de complicações pós-operatórias,
variando de 11,4 a 37%13-16. Outros estudos mostraram taxas
de morbidade pós-operatória em cirurgias curativas
não alargadas de 11,5%9. Izbicki et
al10 demonstraram taxa de complicações pós-operatórias de 44%, sendo
que no mesmo estudo, para cirurgias curativas
não alargadas, esta taxa foi de 36%. A realização
de operações com ressecção alargada pode cursar
com morbidade semelhante à das operações sem
ressecção alargada, a depender do número de órgãos
acometidos e das condições clínicas do paciente.
Demonstramos que a realização dessas operações enfrenta risco
de complicação intra-operatória de 6,5%; de
complicação pós-operatória de 30,4% e mortalidade de 6,5% com
a chance de 65% de se prolongar a vida em dois anos
e de 18,5% de prolongá-la em 5 anos.
Entendemos que as operações alargadas
são eficazes e que os resultados de sobrevida após
cinco anos são provavelmente ainda melhores do que
os apresentados devido à perda de seguimento.
A mortalidade pós-operatória é variável
entre 0,8 e 11,5%6,9,10,17,18. Em cirurgias curativas
não alargadas pode atingir entre 1 e
6%9,10,18, demonstrando que operações com ressecção alargada podem
ser realizadas com mortalidade semelhante à
observada para cirurgias não-alargadas.
Dados quanto à sobrevida global em
nosso estudo foram subdivididos da seguinte
maneira: sobrevida global após dois anos de 63% e após
cinco anos de 18,5%. As taxas de sobrevida após 5 anos
são variáveis, estando diretamente relacionadas
ao estadiamento do tumor, variando de 43% a
58%17. Em nossa casuística, quando realizada a análise
univariada dos dados, encontramos sobrevida global após
dois anos de 100% para tumores nos estágios I e II,
38,5% para o III e de 33% para o IV, sendo esta
diferença estatisticamente significante (p=0,001), o que
confirma o papel preponderante do estadiamento
anátomo-patológico na definição do prognóstico.
Com relação à idade, os pacientes com
mais de 64 anos apresentaram maior sobrevida do que
os mais jovens (85% versus 46%), sendo esta
diferença estatisticamente significante (p=0,016). Quanto a
este aspecto, encontramos dados conflitantes na
literatura, com trabalhos demonstrando não haver
diferença estatisticamente significativa quando comparados
à sobrevida após cinco anos com idade maior que
70 anos10, enquanto outros afirmam que a sobrevida
para pacientes com mais de 70 anos é melhor que
para pacientes com idade inferior9. Estudos mostram
ainda que apesar de se associar idades avançadas com
piores taxas de sobrevida, não ocorreram
diferenças estatisticamente significativas quando comparados
a faixa etária e a sobrevida destes pacientes, seja
em cirurgias com ressecções alargadas ou
não6,19,20,21.
Quanto ao sexo, encontramos sobrevida de 60% e 66%, respectivamente, não sendo estes
valores estatisticamente significantes (p=0,017),
comprovando a impressão de que o sexo isoladamente não
tem influência na sobrevida dos
pacientes6. Entretanto, ao analisarmos cirurgias para câncer colorretal em
geral, McArdle et al22 mostraram em seu estudo taxas
de sobrevida após cinco anos de 36,9% para homens e
de 43,4% para mulheres, sendo este valor
estatisticamente significativo. Apesar disto, o autor reconhece em
seu trabalho a ocorrência de esparsos relatos na
literatura acerca da influência do sexo na sobrevida dos
pacientes submetidos a ressecções de tumores
colorretais22.
Quando analisada a influência sobre
a sobrevida após dois anos do grau de
diferenciação celular, tempo cirúrgico e a necessidade de
transfusão sanguínea, não houve diferença
estatisticamente significante (p=0,11; p=0,68 e
p=0,37, respectivamente). Staib et al17, entretanto,
mostraram que a transfusão sanguínea de mais de duas
unidades foi um fator independente,
estatisticamente significativo e determinante negativo para a
sobrevida do paciente.
Quando analisada a associação entre o
número de órgãos acometidos e a sobrevida após dois
anos, encontramos em nosso estudo valores iguais a
65,2% para um órgão acometido e 59% para 2 ou mais
órgãos acometidos, não sendo esta relação
estatisticamente significante (p=0,09). Este fato corrobora a
impressão e achados de que, não obstante o número de
órgãos acometidos pelo tumor, a ressecção em
monobloco deve ser tentada, pois este fato não traz
influência significativa sobre a sobrevida, provavelmente
afetando apenas a morbidade operatória.
CONCLUSÕES
As conclusões do nosso estudo foram:
1. Não há evidente aumento da morbidade intra
ou pós-operatória para operações colorretais
com ressecção alargada para pacientes com
carcinoma colorretal;
2. A suspeita de invasão neoplásica por
contigüidade pode ser confirmada em mais de 60% dos casos;
3. A sobrevida após tratamento cirúrgico para
os pacientes operados com intenção radical
esteve relacionada principalmente à idade e
ao estadiamento do tumor.
SUMMARY: This paper's purpose is to evaluate organ invasion, morbidity, mortality and prognostic value variables for patients who underwent extended resection of colorectal carcinoma (CRC). Patients and methods: We studied 46 patients operated on from 1995 to 2002. All patients had at least one organ invaded. Results: We had three (6.5%) surgical complications, 14 (30.4%) postoperative complications and 6.5% (three patients) mortality rate. Survival after two and five years were 63% and 18.5%, respectively. Five-year survival rate was 85% in the older group (more than 64 years old) and 46% in the younger (64 years old and less), which was statistically significant (p=0.016). Two-year survival rate was 100% for patients with tumors TNM (AJCC/UICC) stage I and II; 38.5% for patients with tumors stage III, and 33% in stage IV (p=0.001). Conclusions: There is no evident superior mortality during or after extended resections for CRC. For 60% of patients, tumor invasion can be pathologically verified. Survival rate was related mainly to age and TNM stage.
Key words: colorectal cancer, extended resections
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Endereço para correspondência:
Rua Cristiano Viana, 450
Apto. 62 - Jardim América
05411-000 - São Paulo (SP)
Trabalho realizado na Disciplina de Coloproctologia do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da FMUSP-SP.