RESUMO DE ARTIGOS
Nielsen HJ. Christensen IJ, Moesgaard F, et al.
Ranitidine as adjuvant treatment in colorectal
cancer. Br. J Surg 2002; 89:1416.
O objetivo deste trabalho prospectivo,
randomizado, duplo cego foi avaliar a eficácia do antagonista do
receptor H2 ranitidina na sobrevida a longo prazo
de pacientes com câncer colorretal.
Este estudo foi conduzido em pacientes submetidos
a ressecção eletiva de tumores primários
colorretais. Antes da cirurgia e por mais 2 dias, foi dado
ranitidina 100mg ou placebo intravenoso seguido de
ranitidina 150mg ou placebo 2 vezes ao dia por um período de
5 anos. Quimioterapia ou radioterapia adjuvante não
foram utilizados.
A análise após 40 meses não demonstrou
nenhum beneficio na sobrevida.
O estudo foi interrompido e os pacientes foram seguidos por um período maior que 5 anos.
Os autores concluíram que não houve
nenhum beneficio na sobrevida. Entretanto, nos pacientes
que não foram transfundidos ou tiveram
complicações infecciosas pós-operatórias, a ranitidina prolongou
o tempo de sobrevida (n = 170, p = 0.01).
Ortiz J, Manzo J, Armendariz P.
Randomized clinical trial of stapled
haemorroidopexy versus conventional diathermy haemorroidectomy.
Br J Sung 2002; 89:1376
Este estudo prospectivo, comparativo e
aleatório analisou os resultados em 90 pacientes submetidos
ao tratamento cirúrgico da doença hemorroidária do 3º
e 4º graus com o uso da hemorroidopexia com grampeador e hemorroidectomia com diatermia.
Os autores concluíram que a média da intensidade
da dor foi menor no grupo com grampeamento (p =
0,001). Não houve diferença significativa nos parâmetros
de tempo operatório, complicações pós-operatórias e
retorno ao trabalho.
A conclusão dos autores é que a hemorroidopexia
com grampeador foi significativamente menos
dolorosa, porém com taxa de prolapso recorrente maior que
a hemorroidectomia com diatermia.
Difronzo L A, Yamin N, Patelk, et al.
Benefits of early feeding and early hospital
discharge in elderly patients undergoing open colon resection.
J AM coll Surg 2003; 197:747-752
O propósito deste trabalho foi determinar se um
plano de tratamento envolvendo alimentação precoce
em pacientes acima de 70 anos resultaria em
complicações mínimas.
Neste estudo prospectivo não randomizado
pacientes com idade acima de 70 anos foram alocados em
um protocolo de alimentação precoce no qual
eles iniciavam com uma dieta liquida restrita no 2º dia
de pós-operatório com aumento progressivo até dieta
regular, caso não apresentassem náuseas, vômitos
ou distensão abdominal. Se os pacientes aceitassem
3 refeições regulares, eles recebiam alta
hospitalar independente de eliminação de gases ou fezes.
Dos oitenta e sete pacientes submetidos a
ressecção colorretal por doença benigna e maligna, 89%
toleraram o protocolo de alimentação precoce e a media
de permanência hospitalar foi de 3,6 dias. Para todo
o grupo a média foi 3,9 dias. Cinco por cento do
primeiro grupo reinternaram com íleo pós operatório. A taxa
de complicações foi de 15% e não houve deiscência de
0/1 anastomose. Os autores neste estudo
demonstraram que a maioria dos pacientes idosos submetidos
a cirurgia colorretal eletiva aceitaram um protocolo
de alimentação precoce, podendo ter alta hospitalar
com menos 4 dias.
InoveY, Kimura T, Noro H et al.
Is laparoscopic colorectal surgery less invasive than classical
open surgery? Surg Endoscop 2003; 17:1269-75
Este estudo não randomizado comparou atividade
física entre pacientes submetidos a ressecção
colorretal laparoscópica e cirurgia aberta, com intuito
de determinar se a cirurgia laparoscópica melhora
a recuperação pós- operatória em relação a
cirurgia convencional.
Foi instalado um acelerômetro, um dispositivo
que mede a aceleração do movimento corporal,
mensurando a atividade física por 7 dias de pós-operatório.
Os resultados mostraram que a atividade
física expressada como aceleração cumulativa foi
significativamente maior com cirurgia laparoscópica que
com a cirurgia aberta em cada dia pós-operatório. O
tempo de recuperação, definido como o dia no qual
a aceleração cumulativa recuperou 90% dos níveis
do pré-operatório, foi significativamente menor no
grupo laparoscópico que o grupo aberto (3.4
± 1.2 dias vs 6.8 ± 1.7 dias, pl 0.5).
Os autores concluem que, quando foi comparada a recuperação dos índices de aceleração cumulativa,
a duração da convalescência foi
significativamente menor no grupo laparoscópico.
Bakx R. Busch OC, Van Geldere D et al.
Feasibility of early closure of loop ileostomies: a
pilot study. Dis colon rectum 2003; 46:1680-1684
Este estudo foi realizado para avaliar se o
fechamento de ileostomia é factível durante a mesma internação.
Vinte e sete pacientes participaram desta
investigação sendo confeccionada uma ileostomia em alça
para proteção da anastomose colorretal baixa. Se o
paciente evoluísse sem complicações, era realizado um
enema com contraste iodado no 7º ou 8º dia de
pós-operatório e se fosse verificado que não havia deiscência da
anastomose, o paciente era submetido ao fechamento
da ileostomia. Dos 27 pacientes, a ileostomia foi
fechada em 18 pacientes em media no 11º dia de
pós-operatório (7 a 27 dias). Em nove o procedimento foi
postergado devido a deiscência da anastomose (n = 3),
recuperação arrastada (n = 1), obstrução intestinal (n =
1), gastroparesia (n = 1), razões logísticas (n = 2)
e ressecção não curativa seguida de radioterapia (n =
1). Não houve mortalidade neste grupo e ocorreram
4 complicações depois do fechamento de
ileostomia: infecções de parede (n = 2), sepsis do cateter
venoso central (n = 1) e obstrução de intestino delgado (n
= 1).
Os autores concluem que o fechamento precoce da ileostomia protetora em alça durante a cirurgia
inicial foi factível com baixa morbidade e
nenhuma mortalidade neste grupo de pacientes.
Steele SR, Lee P, Martin MJ, et al.
Is parastomal hernia repair with polypropylene
mesh safe? Am J Surg 2003; 185: 436-440
O propósito deste estudo foi avaliar os resultados
de cirurgia para hérnia paraestomal com uso de tela
de polipropileno. Foram analisados retrospectivamente
58 pacientes submetidos a cirurgia de reparo da
hérnia trazendo a colostomia pelo centro da tela e
colocando um colar de tela adicional ao redor do colon.
Houve 15 (26%) recidivas, 5 (9%) obstruções intestinais
2 (3%) prolapso do estoma, 2 (3%) infecções de
ferida, 2 (3%) fistula e erosão pela tela, 1 (2%).
Nenhum paciente requereu excisão da tela. Das
15 recidivas, 7 pacientes foram submetidos a nova correção cirúrgica com tela e taxa de sucesso de 86%.
Os autores concluem que o reparo cirúrgico da
hérnia paraestomal com uso de tela é uma técnica segura
e eficaz.