RESUMO DE ARTIGOS
Luis CLÁUDIO Pandini - TSBCP
Divilio T.L. Surgical Adhesion, Development and Prevention. Int Surg 2005, 90:56-59
Este interessante artigo de revisão mostra as conseqüências clínicas e econômicas das aderências e obstrução intestinal pós-operatória. O autor também faz uma detalhada discussão da fisiopatologia da cicatrização peritoneal, assim como as várias alternativas para prevenção desta patologia que pode acarretar enormes transtornos ao paciente.
Hamy A., Bennouna J., Heymarn M-F, et al. Repeated Hepatectomy for colorectal liver metastases. Int surg 2005; 90:189-197
Este estudo inclui 16 pacientes (9 homens, 7
mulheres), com média de idade de 64 anos, que
foram submetidos a um total de 19 hepatectomias
repetidas para metástase de câncer de colon (n=7) ou
câncer retal (n=9). Todos os pacientes
foram reoperados para metástase hepática recorrente
depois da primeira ressecção (média 21 meses) e
terceira ressecção com 13, 24 e 65 meses da 2ª
intervenção.
A mortalidade operatória foi 0% e a morbidade foi
de 37%.
A taxa de sobrevida de 3 e 5 anos para a 2ª
ressecção foi de 56.8% e 28.4%, respectivamente com
sobrevida média de 42.3 meses.
Os autores concluem que a taxa de sobrevida
para ressecções repetidas de metástase hepática
colorretal em pacientes selecionados foi comparável com os
resultados obtidos após ressecção da primeira
metástase hepática.
Neugut AI. Stoping Colon Cancer Chemotherapy Early No Better Than no Therapy at all. J Clin Oncol 2006:24
Este interessante artigo faz uma análise dos
resultados do tempo de tratamento quimioterápico com 5 - FU
em pacientes acima de 65 anos.
Foram envolvidos neste estudo 3733 pacientes.
Neste grupo, 613 pacientes receberam quimioterapia por
tempo inferior a 4 meses. A taxa de mortalidade foi
semelhante aos 2011 pacientes que não
receberam quimioterapia adjuvante.
Entre os pacientes que sobreviveram pelo menos 8
meses, a mortalidade da doença específica entre 1091
pacientes que receberam 5 a 7 meses de tratamento quimioterápico foi aproximadamente 50% menor
que 488 pacientes tratados por um curto período
de quimioterapia. A sobrevida foi também melhor entre
os pacientes que receberam 5 a 7 meses de
quimioterapia. A análise multivariável do autor mostrou que o
tratamento com 5 a 7 meses foi associado a pacientes
mais jovens, diagnóstico mais precoce, tumores bem e
moderadamente diferenciados e não apresentando
co_morbidades. As causas associadas à interrupção do
tratamento com quimioterapia estão associadas a
debilidade física, complicações do tratamento e falta de
suporte psicológico e social. Entretanto, a conclusão
do autor foi de que pacientes idosos que receberam quimioterapia adjuvante para câncer de colon
estágio III, apresentaram um risco 2 vezes maior de recidiva
e mortalidade quando a quimioterapia foi inferior a
4 meses.
Tekkis P.P, Senagore AJ, Fazio VW, et al. Evaluation of the Learning Curve in Laparoscopic Colorectal Surgery: Comparison of Right _ Sided and Left-Sided Resections. Ann Surg.2005; 242 (1) 83-91
O objetivo deste estudo foi analisar a curva de
aprendizagem na cirurgia laparoscópica colo-retal,
comparando os resultados das ressecções do colon direito
e do colon esquerdo em 900 pacientes.
A taxa de conversão da colectomia direita foi
8.1% (n= 457) comparada com 15.3% para colectomia
esquerda (n= 443). Os fatores independentes que
influenciam na conversão foram: índice de massa
corporal, tipo de ressecção (direita ou esquerda), grau de
ASA, presença de abscesso intra- abdominal ou
fistula entérica e experiência do cirurgião.
Os autores concluem que a taxa de conversão
para colectomia laparoscópica são dependentes de
múltiplos fatores que requerem um ajuste apropriado,
incluindo a curva de aprendizagem (experiência operatória)
para cada cirurgião.
Altman D, Zetterström J, Lopez A et al. Effect of Hysterectomy on Bowel Function. Dis colon Rectum 2004; 47:502-509.
O objetivo deste estudo prospectivo foi avaliar a
influencia da função intestinal após histerectomia.
Foram analisadas 120 pacientes submetidas a
histerectomia, sendo avaliados o hábito intestinal e sintomas
pré-operatórios com 6 e 12 meses de pós -operatório.
Após histerectomia abdominal, as pacientes
relataram sintomas de incontinência para gases, urgência fecal
e inabilidade de distinguir entre gases e fezes
(p<0,05). Houve uma tendência de aumento para
incontinência fecal.
A análise do subgrupo submetido a
salpingo-oforectomia bilateral revelou aumento do risco de
incontinência fecal. Após a histerectomia vaginal, não houve
aumento da freqüência de incontinência ou constipação.
Os autores concluem que as pacientes submetidas
a histerectomia abdominal podem apresentar um
risco maior de desenvolver incontinência fecal de leve
a moderada e este risco aumenta quando a salpingo-oforectomia bilateral é associada ao procedimento.
Não foi observada piora da constipação associada
à histerectomia.