VÍDEO-LAPAROSCOPIA COLO-RETAL ENFOQUES ATUAIS & CONTROVÉRSIAS
A VIDEOLAPAROSCOPIA NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA OBSTRUÇÃO INTESTINAL
Laparoscopic Disgnosis and Treatment of Intestinal Obstruction
Victor Edmond Seid, TSBCP1; AntÔnio Rocco Imperiale, TSBCP1; SÉrgio Eduardo AraÚjo, TSBCP2; FÁbio Guilherme C. M. de Campos, TSBCP3; Afonso Henrique da Silva e Sousa Jr, TSBCP2; DesidÉrio Roberto Kiss, TSBCP3; Ivan Cecconello, TSBCP 4
1Mestre pela FMUSP , 2 Doutor pela FMUSP, 3Professor Livre-Docente pela FMUSP, 4Professor Titular da FMUSP.
RESUMO: A obstrução intestinal constitui complicação freqüente, de etiologia multifatorial, apresentação clínica variável e alta morbidade. Uma vez esgotados os recursos conservadores em casos específicos, a laparotomia exploradora é empregada para o diagnóstico final e tratamento em grande número de pacientes. Apesar do sucesso da via laparoscópica no manuseio de diversas afecções, a utilização desta via na abordagem inicial da obstrução do intestino delgado tem sido bastante limitada e alvo de numerosas críticas. Entretanto, o acúmulo de experiência com o método nos últimos anos, aliado ao avanço tecnológico e instrumental, têm permitido tratar número cada vez maior de pacientes obstruídos por meio do acesso laparoscópico. Assim, o surgimento de novos instrumentos como grampeadores laparoscópicos, pinças e trocáteres menos traumáticos ajudaram a tornar a videolaparoscopia factível e segura nestes pacientes. Neste artigo, os autores apresentam uma revisão sobre o papel da vídeo-cirurgia em casos selecionados de obstrução intestinal, ressaltando a contribuição dos métodos minimamente invasivos para o arsenal diagnóstico e terapêutico desta importante complicação.
Descritores: Obstrução intestinal, laparoscopia, tratamento cirurgico, aderências.
INTRODUÇÃO
A obstrução intestinal é afecção
freqüentemente encontrada em todo o mundo. Há grande
diversidade entre os vários grupos de pacientes e civilizações,
diferentes espectros de apresentação clínica, bem
como etiologias diversas, que possibilitam uma larga faixa
de diagnósticos e modalidades terapêuticas. Apesar
dos avanços contínuos, todos os métodos diagnósticos
apresentam limitações e, muitas vezes, o próprio
procedimento terapêutico tem função diagnóstica
1. A videolaparoscopia (VL) diagnóstica oferece
vantagens de ser um procedimento pouco invasivo e de
alta acurácia. Além disso o desconforto, os riscos, e os
custos ao paciente são relativamente menores,
podendo evitar investigações diagnósticas caras, e possibilitar
tratamento definitivo no mesmo procedimento
2,3.
Tradicionalmente, a laparotomia exploradora
é considerada a modalidade terapêutica de escolha
para a grande maioria dos pacientes que necessitam de
abordagem cirúrgica. Porém, os avanços na
técnica videolaparoscópica e o aperfeiçoamento do
instrumental têm encorajado a aplicação da VL nas doenças
do intestino delgado.
As técnicas videolaparoscópicas para o
intestino delgado têm, mais comumente, sido restritas
as videolaparoscopias diagnósticas e lises de
aderências 4,5. Publicações mais antigas consideravam as
obstruções intestinais uma contra-indicação absoluta para
a VL 6,7 . Com o aumento da experiência na
utilização do método, a abordagem da obstrução intestinal
por VL foi sendo cada vez mais empregada, e as
intervenções tanto diagnósticas como terapêuticas puderam
ser realizadas nestes pacientes com mais liberalidade
8-10 . Após relatos publicados de tratamento por VL de
obstruções intestinais secundárias a bezoares,
divertículos de Meckel, aderências e vários tipos de hérnias, os
cirurgiões passaram a considerar a obstrução
intestinal como contra-indicação apenas relativa ao método
11,12.
Pode-se comprovar que nas obstruções
intestinais intermitentes ou recorrentes a VL
diagnóstica contribui para precisar a localização, a causa, e o
tipo de obstrução, além de estimar a viabilidade da alça
intestinal. A abordagem laparoscópica exclusiva, ou
ainda a forma vídeo-assistida, podem beneficiar o
paciente com as vantagens da cirurgia minimamente invasiva.
Obstrução intestinal aguda é indicação
freqüente de intervenção cirúrgica de urgência. A causa
mais comum de obstruções no intestino delgado é
representada pelas aderências pós-operatórias e as
hérnias inguinais 13,14. Nesses casos, o diagnóstico e
tratamento precoces são essenciais para prevenir
progressão para estrangulamento e isquemia intestinal, que
cursam com aumento nítido na morbidade e
mortalidade. O uso crescente de técnicas de acesso
minimamente invasivas vem resultando em decréscimo de
morbidade e períodos de internação mais curtos, mas, apesar
destas notáveis vantagens, o tratamento da obstrução
intestinal por VL não é ainda largamente adotado.
A utilização do acesso é limitada pelo
risco potencial de lesões entéricas iatrogênicas e pela
possível dificuldade de observação do ponto de
obstrução devido à distensão intestinal. As situações de
obstrução intestinal aguda podem realmente combinar
vários fatores desfavoráveis ao acesso por VL,
associados ao risco durante acesso à cavidade, como a
limitação das áreas de trabalho (observação do campo
operatório), e a dificuldade de manusear alça intestinal
com distensão e frágeis 15
.
Por outro lado, alguns trabalhos indicam que a VL resulta em menos aderências intra-abdominais
se comparadas com o acesso convencional "aberto"
16,17,18 , além de se associar com menor permanência
hospitalar e menor morbidade (íleo pós-operatório,
pneumonias, infecções de ferida operatória) em relação ao
acesso convencional 19,20 . Há várias publicações
recentes descrevendo a aplicação diagnóstica e terapêutica
da VL na obstrução do intestino delgado, com
melhores resultados pós-operatórios
7, 21-24 .
Há cirurgiões que tendem a utilizar apenas
procedimentos video-assistidos quando realizam
tratamentos definitivos 25,26, e, por outro lado, alguns advogam
a aplicação do método videolaparoscópico exclusivo
em todos os pacientes, afirmando que procedimentos terapêuticos definitivos podem ser realizados na
grande maioria dos casos por VL . Entretanto, taxas
de conversão de 6 a 13% têm sido relatadas, com
nível significativo de reoperações por exploração ou lise
de aderências incompletas 7 . Em outros estudos, as
taxas de conversão foram muito maiores, variando de 26
a 58% 20,22 . As principais razões foram a
impossibilidade de identificar a origem da obstrução,
aderências muito extensas, perfurações intestinais acidentais,
ou necrose intestinal.
Até há pouco tempo atrás, o aspecto
mais limitante da cirurgia videolaparoscópica era a falta
de instrumentos adequados para a realização de
determinados procedimentos. Progressivamente, a
introdução de grampeadores de sutura mecânica, de pinças
mais delicadas e menos lesivas às alças intestinais e de
novos instrumentos de cauterização e hemostasia
contribuíram de maneira significante para aumentar a segurança e
a eficácia da VL em divesas situações clínicas
27.
Abordaremos, a seguir, alguns aspectos sobre a utilização da videolaparoscopia em pacientes
com obstrução intestinal por diferentes causas
OBSTRUÇÃO POR ADERÊNCIAS
Nos países ocidentais a incidência de
obstrução intestinal devido às aderências operatórias tem
sido crescente, devido ao aumento da população
submetida a procedimentos cirúrgicos abdominais (aumento
cumulativo). As aderências são as causas mais
freqüentes de obstrução intestinal (cerca de 30-40% dos
casos), incidência que aumenta para níveis entre 60
e 70% quando consideramos apenas localizações em
intestino delgado 28. Há importantes discussões sobre
as aderências pós-operatórias e o papel da cirurgia
na prevenção de recorrências após o tratamento com
sucesso na fase aguda. Neste ponto estuda-se a
escolha entre abordagem laparoscópica ou laparotomia,
com aparentes vantagens para a primeira via, à medida
que a menor lesão peritoneal parece diminuir a
presença de aderências
3,25,29 .
O tratamento conservador mostra altos
índices de recidiva (53% após o primeiro
episódio obstrutivo, 85% após o segundo)
30,31 . A decisão em favor da conduta clínica expectante justifica-se na
tentativa de se evitar laparotomia, com sua morbidade
associada. A difusão da realização do procedimento por
VL pode abrir novas perspectivas no tratamento
destes pacientes, especialmente quanto à possibilidade de
redução dos índices de recidiva, bem como de
hérnias incisionais.
Persistem, porém, as dificuldades
intra-operatórias que podem levar às conversões. A revisão
de literatura mostra correlação entre os critérios de
seleção dos pacientes e os índices de conversão
(variando entre 17 e 63,4%) 21,22,32,33
. As maiores taxas de conversão são relatadas nas séries onde não houve
seleção dos pacientes 34 . Encontrou-se correlação
significativa entre as taxas de conversão e a presença
de peritonismo 22, 32. A influência dos achados
radiológicos pré-operatórios é bem mais difícil de se
avaliar. Suter e colaboradores estudaram o diâmetro do
intestino dilatado, e estabeleceram um limite de 4 cm, a
partir do qual as taxas de conversão crescem
significativamente 22. Por outro lado, Benoist e cols. não
encontraram correlação entre os achados radiológicos e os
índices de conversão.
De qualquer forma, os autores relatam taxas de conversão de 48,4%, e em 80% dos casos esta
conversão deveu-se à dificuldade de identificar ou
remover o ponto de obstrução
32 . O número de
operações prévias foi usado como critério de seleção por
vários autores, mas o real impacto destes dados
permanece não esclarecido 21,22,32
.
As complicações também devem ser
acompanhadas. Dados mais recentes indicam índices de
complicações intra-operatórias entre 0 e 16,5 %, e taxas
de complicações pós-operatórias entre 5,5 e 31%
21,22,32-39. A complicação mais grave é a perfuração
intestinal, que pode ocorrer em qualquer momento do ato
cirúrgico, desde a introdução do primeiro trocárte até a
manipulação do intestino durante a lise de aderências.
Especial atenção deve ser tomada para evitar lesões
inadvertidas, que possam passar despercebidas e ter
diagnóstico apenas tardio.
Apenas dois autores reportaram índices de
recidiva após lise de bridas por VL em período de 22 a
24 meses de seguimento, onde houve novos quadros obstrutivos em apenas 5 a 10 % dos casos
36,39. Cabe aqui a ressalva do pouco tempo de seguimento, já
que novos episódios oclusivos podem surgir dezenas de
anos após o quadro desencadeante.
A lise de bridas por VL também é
realizada com freqüência em ginecologia, especialmente no
tratamento da infertilidade e da dor pélvica crônica
40. Várias publicações relatam e discutem o uso da
VL para lise de aderências nestes pacientes com dor
crônica, ou quadro obstrutivo recorrente. Estas
demonstram resultados satisfatórios em 67-87% dos casos,
e índices de conversão de 5 a 7 %
36,41,42 .
Aderências pós-operatórias são
conseqüências praticamente obrigatórias após cirurgias
abdominais. Entretanto, cirurgiões em todo o mundo têm se
mostrado até certo ponto relutantes em assumir o
tratamento das mesmas por VL. Acredita-se que o
pouco entusiasmo na utilização do método deve-se ao
risco de lesões entéricas e da impossibilidade de
visualizar ou abordar com sucesso o ponto de obstrução. A
habilidade de manipular o intestino delgado com
segurança, e o surgimento de instrumental de
preensão atraumático vem encorajando os cirurgiões a utilizar
o tratamento por VL no tratamento das obstruções
agudas.
Embora inicialmente vários casos isolados
tenham sido relatados, poucas foram as séries mais
numerosas descrevendo o tratamento da obstrução
intestinal por VL 6,11,43,44 . Ibrahim e cols. revisaram
33 casos consecutivos de obstrução de intestino
delgado tratados por VL . Todos foram abordados pela
introdução do primeiro trocárte sob visão direta (técnica
aberta). Conversão para o acesso tradicional foi
necessária apenas em 5 casos (dois por necessidade
de ressecção de intestino delgado, dois por
aderências causadas por neoplasias e um por intolerância
clínica ao pneumoperitônio)
37. A distensão intestinal
associada ao quadro obstrutivo, por muito tempo foi
considerada contra-indicação ao acesso por vídeo,
especialmente quando do uso de agulha de Veress para
estabelecimento do pneumoperitônio. A introdução do
primeiro trocárte sob visão acrescenta muito em
segurança ao procedimento, permitindo sua realização
com maior conforto.
Pacientes com aderências firmes são o
grupo de maior dificuldade. A possibilidade de
realização de enterectomias pode ser diminuída com o
uso de pinças atraumáticas, diminuindo os índices de
lesão de alças intestinais. A conversão para o
acesso convencional em caso de grandes dificuldades
também parece diminuir o índice de lesões. Da
mesma forma, os avanços técnicos especialmente quanto
à hemostasia e dissecção, tais como o bisturi
harmônico, parecem acrescentar segurança e
confiança ao uso do método VL.
HÉRNIAS ABDOMINAIS
Hérnias encarceradas de parede abdominal podem ter abordagem apropriada por VL, devido
à possibilidade de redução da hérnia,
concomitantemente à avaliação da viabilidade intestinal. O reparo
definitivo da hérnia também pode ser feito por VL e
utilização de telas sintéticas. Eventualmente, defeitos de
cicatrização e pequenas hérnias incisionais podem ser
melhor visualizadas por VL. Apesar disso, esses
casos são os menos submetidos à correção por esta via
de acesso, em vista da dificuldade e aparente
desvantagem com relação ao método convencional .
OBSTRUÇÃO DE INTESTINO DELGADO PROVOCADA POR BEZOAR
O bezoar é o acúmulo de alimentos ou
material exógeno no interior do tubo digestivo. Pode ser
classificado de acordo com sua origem como fitobezoar(frutas ou fibras vegetais não
digeridas), tricobezoar (cabelos), lactobezoar (leite não
digerido), farmacobezoar (medicamentos), ou ainda de
componente misto 45 . Apesar de serem os tipos mais
comuns de corpo estranho impactados em tubo digestivo, a
incidência geral de obstrução de intestino delgado
causada por bezoar permanece relativamente pequena.
O bezoar se associa com complicações
como intussuscepções, obstruções, ou até mesmo
ulcerações e perfurações. Nestes casos extremos pode atingir
índices de mortalidade de cerca de 30%
46. Em adultos sua formação é favorecida por procedimentos
cirúrgicos pregressos em estômago, problemas
de mastigação, estase gástrica ou hipotireoidismo
47-50, ou ainda distúrbios psiquiátricos. A CT abdome
pode auxiliar no diagnóstico
51-53, mas mesmo assim o diagnóstico de obstrução intestinal por bezoar é
difícil, e por esta razão, freqüentemente é feito apenas
durante as laparotomias.
Tradicionalmente, o tratamento cirúrgico
da obstrução intestinal secundária ao bezoar consiste
na migração forçada do material obstrutivo para o
ceco, ou ainda enterotomia para sua retirada nos casos
mais complexos 54,55 . O tratamento através da VL foi
demonstrado como realizável, e extremamente
vantajoso 56 . A realização de enterectomias, ou ainda
apenas enterotomias e rafias pode ser realizadas na
cavidade ou com a utilização de incisões auxiliares muito
menores e menos traumáticas do que as laparotomias
clássicas. Nos casos exclusivamente
videolaparoscópicos, o uso de grampeadores mecânicos é fundamental
para a realização de anastomose da forma mais rápida
e com menor contaminação.
VOLVO DE SIGMÓIDE
A abordagem por VL do volvo de sigmóide
é uma rara indicação cirúrgica. Pacientes com
esta afecção são inicialmente submetidos à
descompressão colonoscópica, tratando-se assim a fase aguda.
Em caso de sucesso na manobra, pode ser realizado
preparo de cólon completo, e, a seguir,
sigmoidectomia eletiva video-assistida. A abordagem do
mesocólon no sentido medial para lateral parece ser mais
eficiente nestes casos com o cólon sigmóide
redundante. Nestas situações a goteira parietocolônica
esquerda fixada à parede abdominal facilita a exposição do
meso e sua dissecação, bem como ligadura dos
pedículos vasculares.
Considerando que pacientes com volvo de sigmóide são freqüentemente idosos e com
co-morbidades clínicas, a abordagem cirúrgica eletiva
por VL realizada após descompressão colonoscópica
feita com sucesso, é a proposta que oferece maior
segurança, apresentando menores índices de complicações
e diminuindo o período de convalescência
57-59 .
DIVERTÍCULO DE MECKEL
Em casos de dúvida diagnóstica quanto
a divertículo de Meckel, a VL é a principal
forma diagnóstica, e modalidade terapêutica de escolha
60 . A ressecção intestinal segmentar pode ser realizada
sem grandes dificuldades, especialmente se tivermos à
disposição os grampeadores.
O aspecto macroscópico do divertículo
à laparoscopia e sua correlação com a
sintomatologia, além da condição inflamatória peritoneal, é que
vai definir o tipo de ressecção, bem como a realização
ou não de anastomose primária.
ENDOMETRIOSE
Endometriose afeta entre 8 e 15% das mulheres, e se caracteriza pela implantação e
proliferação de tecido endometrial fora do útero.
Freqüentemente acomete nulíparas na faixa entre 25 e 45 anos, e
seus implantes são encontrados mais comumente
em peritônio pélvico, ovários, tubas, e fundo de saco.
O envolvimento intestinal é comum
(12-37%) 61,62, e o sigmóide e reto são os alvos
preferenciais (85%). Envolvimento de intestino delgado é mais
raramente visto (7%), e usualmente restrito ao íleo
distal 63. O ceco (3,6%) e o apêndice cecal (3%) são
mais raramente afetados 64 .
Estabelecer um diagnóstico correto de
obstrução intestinal por endometriose pode ser um desafio,
já que nenhum sintoma presente é patognomônico.
Devemos considerar qualquer mulher jovem, com dor
abdominal/pélvica, em associação com sinais
obstrutivos como uma paciente potencialmente portadora
de endometriose.
Ressecção da área acometida com
anasto-mose primária oferece tratamento definitivo, e
pode ser realizada sem dificuldades adicionais por VL.
Resulta, desta forma, em melhor resultado cosmético,
bem como menor afastamento do paciente de suas
atividades 65 .
Em conclusão, a VL no tratamento da
obstrução intestinal oferece ao paciente nítidos
benefícios através de procedimento minimamente invasivo.
O método, inicialmente proscrito neste tipo de
afecção, hoje se apresenta plenamente viável desde que
seja empregado por equipes experientes e em casos
selecionados, com finalidades diagnósticas ou terapêuticas.
ABSTRACT: Bowel obstruction is a frequent complication that exhibits variable clinical presentation and high morbidity.
After conservative measures, laparotomy is performed for final diagnosis and treatment in a large number of patients. Besides
the benefits of the laparoscopic approach in the management of many diseases, its use during the initial evaluation of
bowel obstruction has been limited and has raised some criticism. However, experience with method and technological-instrumental advances in recent years has facilitated the treatment of a greater number of patients with obstruction. Thus, the development
of new instruments such as laparoscopic staplers, less traumatic clamps and trocars had an important role in the feasibility
and safety of the laparoscopic approach in this setting. In this article, the authors present a revision about the use of video-surgery in selected cases of intestinal obstruction, standing out the contribution of minimally invasive methods for the diagnosis and therapeutics of this important complication.
Key words: Intestinal obstruction; Laparoscopy; Surgical treatment; Adhesions.
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Endereço para correspondência:
VICTOR EDMOND SEID
Rua Canário 943/173 (Moema)
CEP: 04522-004 - São Paulo (SP), Brasil
E-mail: seidvictor@hotmail.com
Recebido em 05/07/2007
Aceito para publicação em 19/07/2007
Trabalho realizado na Disciplina de Coloproctologia do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.