RESPOSTAS DO TESTE DE AUTO-AVALIAÇÃO
1 - A resposta correta é a letra D.
As fístulas aortocolônicas podem ser primárias,
devido à comunicação espontânea da luz de
um aneurisma aórtico com um segmento de cólon,
ou secundárias, que são mais freqüentes e
ocorrem em pessoas que se submeteram a reparos
cirúrgicos de aneurismas com a colocação de próteses.
As fístulas primárias são bastante raras,
apresentam-se normalmente com episódios repetidos
de hemorragia digestiva menores (anunciadores),
até que ocorre um episódio catastrófico. A
suspeita deve ser feita em qualquer paciente idoso com
quadro de hemorragia digestiva, do qual se tenha
conhecimento prévio da existência de um
aneurisma aórtico. São melhor diagnosticadas por
tomografia computadorizada.
· Gordon PH. Miscellaneous Entities. In: Gordon PH, Nivatvongs S. Principles and Practice of Surgery for the Colon, Rectum and Anus. Informa healthcare 2007; 1267 a 1298.
2 - A resposta correta é a letra D.
O acesso laparoscópico tem sido usado com
sucesso nas ressecções intestinais por doença de Crohn.
Além das vantagens já conhecidas desse acesso como
retorno precoce da função intestinal, diminuição do
tempo de permanência hospitalar, menos dor,
recuperação mais rápida da função pulmonar e melhor
resultado estético, outras vantagens são a manutenção
da integridade da parede e diminuição das
aderências intra-abdominais, vantagens importantes em
pacientes que freqüentemente precisam de vários
procedimentos cirúrgicos durante a sua vida e de locais
da parede preservados para a colocação de estomas.
A grande desvantagem é a perda da habilidade tátil
numa operação em que a palpação, principalmente no
caso do delgado, pode ser necessária. A ressecção do
cólon na colite de Crohn tem mostrado
resultados satisfatórios, os índices de recidiva são
semelhantes aos do método aberto. Mas a dissecção,
principalmente na presença de aderências, abscessos
e fístulas, costuma ser difícil, necessitando maior
experiência do cirurgião com a técnica
videolaparoscópica e com a cirurgia da doença de Crohn.
· Da Luz Moreira A, Stocchi L, Remzi FH, Geisler D, Hammel J, Fazio V W. Laparoscopic Surgery for Patients with Crohn's Colitis: A case-matched study. J Gastrointest Surg 2007;11:1529-1533.
· Corman ML. Crohn's Disease and Indetreminate Colitis. In Corman ML. Colon & Rectal Surgery. Lippincott Williams & Wilkins 2005; 1455-1535.
3 - A resposta correta é a letra E.
4 - A resposta correta é a letra A.
O adenocarcinoma é o tipo mais freqüente de
câncer colorretal, e apresenta 3 subtipos histológicos, um
ordinário, correspondente a 85 % dos casos, um com
células mucinosas, (10 a 15%dos casos) e um mais
raro (até 1% dos casos) chamado carcinoma com
células em anel de sinete.
O carcinoma mucinoso, também chamado colóide,
apresenta esse aspecto em decorrência do excesso
de mucina no meio extracelular, e o carcinoma com
células em anel de sinete apresenta um excesso de
mucina intra-celular, que empurra o núcleo para um dos
extremos da célula, conferindo o típico aspecto de
anel. Geralmente se exige que o tumor tenha mais de
50% de seu volume em mucina para caracterizá-lo
como mucinoso, e mais de 50% de células em anel de
sinete para caracterizá-lo como tal. Sempre se atribuiu
um pior prognóstico para esses tumores, o que
inclusive justificou a sua classificação em separado. Estudos
mais atuais têm mostrado uma diferença importante no
que toca aos tumores de células em anel de sinete.
Esses, de modo semelhante aos tumores HNPCC, tendem
a ocorrer em pacientes mais jovens, a se localizar
mais proximalmente no cólon, e a ter um
comportamento pior, com menor sobrevida, mesmo quando ajustada
por idade e estágio de apresentação. Tendem também
a apresentar uma freqüência maior de metástases
para o peritôneo e os ovários do que para o fígado e os
pulmões. Os tumores mucinosos apresentam
diferenças menos marcantes em relação aos ordinários. O
perfil genético molecular do tumor em anel de sinete
também é diferente quando comparado
aos adenocarcinomas ordinários, com uma proporção
maior de tumores com instabilidade de microssatélites
(31% x 11%), maior frequência de mutações no gen
BRAF (28% x 8,6%), menor perda de heterozigose em 18
q, maior perda do gen MLH1 (30% x 10%), menor positividade para COX2 (50% x 76%), etc. Alguns
estudos também sugerem que estas
características moleculares e de comportamento clínico também
podem estar presentes em tumores com menos de 50 % de células de anel em sinete.
· Pande R, Sunga A, LeVea C et al. Significance of Signet-Ring Cells in Patients with Colorectal Cancer. Diseases of the Colon & Rectum 2008; 51: 50-55.
· Kang H, O'Connell JB, Maggard MA et al. A 10-Year Outcomes Evaluation of Mucinous and Signet-Ring Cell Carcinoma of the Colon and Rectum. Diseases of the Colon & Rectum 2005; 48: 1161-1168.
· Ogino S, Brahmandam M, Cantor M et al. Distinct molecular features of colorectal carcinoma with signet ring cell component and colorectal carcinoma with mucinous component. Mod Pathol 2006; 19:59-68.