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Doença de Crohn

Definição

A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo (desde a cavidade oral até a região anal) sendo mais comum na final do intestino delgado (íleo) e do intestino grosso (cólons).

Sua causa ainda não está esclarecida. Não é uma doença contagiosa e pode afetar tanto adultos como crianças, não havendo predominância de sexo. É uma doença muito comum entre os Judeus, mas sua incidência tem crescido entre outros grupos étnicos, especialmente nos grandes centros urbanos. Alguns fatores estão associados ao surgimento da doença e uma maior incidência dentro de núcleos familiares (10 a 25%) indica importância dos fatores genéticos. Outros fatores, tais como o contato com substância que, introduzida no organismo, provoca a formação de anticorpoantígenos (vírus e bactérias), fatores ambientais (estilo de vida, tabagismo, hábitos alimentares) e emocionais, podem representar algum nível de importância em sua apresentação, caracterizando esta doença como multifatorial. Portanto, não há uma explicação definitiva para a causa da doença. É doença crônica e não há cura descrita. Pode se manifestar ao longo da vida com crises agudas recorrentes, assim como períodos longos de acalmia e ausência dos sintomas, chamado remissão. O tratamento medicamentoso e/ou cirúrgico pode influenciar positivamente no controle da doença, permitindo longos períodos sem sintomas.

Sintomas

Estomatites (inflamações na boca), diarreia, dor no abdômen, perda de peso e febre são características mais comuns. A inflamação do intestino delgado (principalmente do segmento final intestino delgado, imediatamente antes da primeira porção do intestino grosso.íleo terminal, em 80% dos casos) e do intestino grosso (colite) provoca diarreia com ou sem muco (secreção) e/ou sangue nas fezes. Apenas 1/3 dos casos apresenta doença restrita ao íleo terminal. Pode ocorrer estreitamento (estenose), em especial no intestino delgado. É comum apresentar distensões do abdome, dor do tipo cólica, com dificuldade para a eliminação de gases intestinais. É freqüente ocorrer uma obstrução parcial ao esvaziamento do conteúdo intestinal, com necessidade de internações com hidratação venosa, uso de antibióticos venosos e de corticosteroides, além de restrição temporária à ingestão de alimentos, para ajudar na recuperação. É possível também a ocorrência de canal patológico que cria uma comunicação entre duas vísceras (fístula interna) ou entre uma víscera e a pele (fístula externa).fístulas. Um terço dos doentes com Crohn tem manifestações no ânus e região região que circunda o ânus.perianal. Esses trajetos fistulosos podem ser múltiplos e com grande destruição tecidual extensa, pela reação inflamatória própria da doença de Crohn e pela infecção secundária que ocorre na área afetada, prejudicando significativamente a qualidade de vida do enfermo.
Outros problemas podem surgir fora do tubo digestivo afetando a pele, articulações, olhos, fígado e vasos, conhecidos por manifestações extraintestinais.

Diagnóstico

A exame do intestino grosso através de um colonoscópio.colonoscopia com retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico.biópsia e avaliaçãodo íleo terminal é o melhor recurso para o diagnóstico da doença. O exame exame histológico de tecidos orgânicos que apresentam lesões.histopatológico do material colhido na biópsia pode confirmar a suspeita. A tomografia computadorizada do abdome pode ser útil na identificação de fístulas entre alças intestinais e outras alterações. Outros exames como radiografias do abdome, exame contrastado do intestino delgado podem ajudar. Os exames laboratoriais também são importantes no diagnóstico e controle da enfermidade.

Evolução, Tratamento e Controle

O curso da doença pode variar de acordo com as manifestações intestinais e/ou extraintestinais. É comum a desnutrição em adultos e crianças, podendo provocar atraso no crescimento quando a doença surge na infância.

O tratamento depende da forma de apresentação da doença e do grau de gravidade, é iniciado quase sempre com medicamentos. O esteróide produzido por síntese ou extraído ao natural da camada cortical das glândulas supra-renais; corticóide ou costisona.corticosteroide é a medicação mais usada. Várias outras medicações podem ser associadas com o objetivo de fazer regredir a inflamação dos tecidos como os sais de ácido 5-aminossalicílico – grupo de fármacos utilizados no tratamento de doenças inflamatórias intestinais. Suas propriedades são semelhantes às dos outros antinflamatórios (grupo da aspirina), mas não causam lesões ou hemorragias gástricas.aminosalicilatos, os operação para remoção de uma fístula.fistulectomia. imunossupressores e a tratamento para estimular ou restaurar a capacidade do sistema imune de combater as infecções e doenças.terapia biológica. Alguns casos necessitam de intervenção cirúrgica para tratamento de complicações. A indicação mais comum de cirurgia é o tratamento das estenoses (estreitamento) intestinais. A investigação, tratamento e acompanhamento desses enfermos envolvem quase sempre um médico clínico (gastroenterologista) e um cirurgião (coloproctologista ou do aparelho digestivo), na maior parte das vezes, de acordo com a forma de apresentação, localização e extensão da doença.
Os pacientes que evoluem com doença por mais de 10 anos precisam ser controlados através de colonoscopia periódica, porque possuem um maior risco de apresentar displasia e neoplasia intestinal.

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