Artigo publicado no J Coloproctol. (Rio J.). 2020, in press
Fábio Guilherme Campos, Henrique Sarubbi Fillmann
Resumo
A pandemia pelo COVID-19 colocou o Brasil hoje numa situação de destaque negativo, porque somos o segundo país com maior número de casos no mundo. Ao finalizarmos o período de afastamento social, as atividades profissionais, incluindo as médicas, serão restabelecidas, e o especialista necessita estar atualizado a fim de prover o melhor nível de trabalho, de maneira segura.
Apesar de muitas das recomendações estarem baseadas em opiniões e estudos sem muito grau de evidência, sua divulgação nesse momento torna-se necessária, uma vez que a infecção pelo coronavírus afeta os resultados operatórios.
De maneira geral, o médico deve assumir medidas preventivas desde o momento em que agenda uma consulta até a realização do procedimento cirúrgico. Além disso, é necessário considerar a necessidade de mudar provisoriamente os critérios de indicação cirúrgica, e até as condutas operatórias. Parece existir um pensamento uniforme no sentido de adiar cirurgias eletivas.
Da mesma forma, devemos reconhecer a infecção viral precocemente, antes ou após a cirurgia. Diversas medidas preventivas relacionadas aos procedimentos minimamente invasivos já foram descritas, realçando o poder de disseminação pelo aerossol gerado nesses procedimentos e no uso de instrumentos de energia.
O presente artigo visou apresentar ao coloproctologista as recomendações atuais e cuidados gerais para prevenir disseminação da infecção, e como planejar o tratamento cirúrgico com mais segurança em termos de momento da cirurgia e aspectos técnicos específicos.